Como o Barsi conseguiu enriquecer? Faça fortuna com ações

Descubra como Luiz Barsi conseguiu enriquecer seguindo um método bastante interessante em seus investimentos. Leia mais!

1 de julho de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Você já se perguntou como Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física do Brasil, conseguiu enriquecer acumulando uma fortuna tão impressionante, a ponto de se tornar bilionário? Neste artigo, vamos falar mais sobre como o livro Faça Fortuna com Ações pode ter influenciado nesse processo.

Qual a estratégia que o Luiz Barsi utilizou para ficar bilionário?

Luiz Barsi é amplamente reconhecido como o maior investidor pessoa física do Brasil, com um patrimônio que constantemente atrai a atenção. Em 2022, ele chegou a ganhar R$1 milhão por dia em dividendos.

Mas como ele conseguiu enriquecer tanto? A resposta está, em grande parte, em um livro chamado “Faça Fortuna com Ações”, que Barsi utilizou como base para sua estratégia de investimentos.

Faz sentido investir utilizando a estratégia do Décio Bazin?

Lançado em 1992, um período em que o mercado era um pouco diferente de como é hoje, o livro “Faça Fortuna com Ações” critica aspectos do mercado financeiro da época que ainda são pertinentes nos dias de hoje.

Uma das maiores críticas é dirigida aos especuladores, que são capazes de vender o que não possuem, e ao sistema de corretoras que, segundo o livro, existe principalmente para favorecer a si mesmas às custas dos investidores.

Ele também dirige suas críticas à polícia dos investimentos, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por permitir que alguns investidores agissem de qualquer maneira, enquanto outros não tinham a mesma liberdade.

O método Bazin

Uma das recomendações presentes no livro é de não investir em empresas que passaram por algum tipo de polêmica, a fim de não correr riscos, algo que ele absorveu de Philip Fisher. Isso significa que ele ficaria bem longe de empresas como a Americanas (AMER3), IRB Brasil (IRBR3), JBS (JBSS3) e até Petrobrás (PETR4).

Décio Bazin ainda fala um pouco sobre sua trajetória de vida e sobre o mercado de ações da época, em um livro que algumas pessoas consideram uma leitura maçante, mas que eu pessoalmente considero excelente. Mesmo discordando de alguns aspectos que ele defende e não seguindo à risca, seu método inspirou algumas movimentações que fiz em minha carteira.

O método de Bazin pode, inclusive, ser a resposta para investidores que possuem um perfil mais conservador, com mais receio de atuar no mercado financeiro. Isso porque o método dele se baseia no Dividend Yield, indicador que mede o rendimento das ações com base no que elas pagam de dividendos.

Uma empresa que está na bolsa de valores pode distribuir lucros para seus acionistas, e o percentual dessa distribuição é chamado de Payout. Por exemplo, se uma empresa lucra R$ 1 milhão e decide distribuir R$ 500 mil em lucros, seu payout foi de 50%. Quando esse valor é dividido pelo preço da ação que cada um possui, surge o Dividend Yield.

Como analisar o Dividend Yield de uma empresa?

O Dividend Yield informa quanto você receberia de determinada empresa se decidisse adquirir suas ações. Na prática, para analisar se uma empresa está valendo a pena pelo seu índice de dividendos, é necessário se atentar a um outro índice: o EBITDA.

Por exemplo, uma ação da LEVE3 com um Dividend Yield de 29,3%, significaria que alguém que comprou R$ 100 de ações no ano anterior, teria um lucro de R$ 29,30 com o recebimento de dividendos, além do investimento de R$ 100.

Para saber se valeria a pena adquirir uma ação, mesmo com um DY alto, Décio Bazin criou uma conta muito interessante. Nela, analisava o EBITDA, um índice que mede a alavancagem de uma empresa, ou seja, a quantidade de dívida líquida que ela possui. Se a empresa fosse alavancada, não valeria a pena adquirir suas ações, apesar dele não ter definido um número ideal.

Na AUVP, com base no método Bazin, criamos um EBITDA que vai até 2 nos últimos 5 anos para saber se a empresa vale a pena. Isso significa que a dívida líquida pode ser de, no máximo, o dobro do lucro operacional da mesma, pois ela possui capacidade de liquidar suas pendências com essa capacidade de ganhos.

Apesar de Décio Bazin nunca ter dado esses indicadores em seu livro, essas são características importantes para considerar na hora de investir seu dinheiro.

Investir em empresas com base no Dividend Yield faz sentido?

Décio Bazin defendeu em seu livro que as pessoas não devem investir em uma empresa que não distribui dividendos. Isso porque ele acreditava que uma empresa capaz de remunerar seus acionistas certamente está lucrando.

O mundo financeiro sofre com muitas fraudes e números exagerados, mas é muito difícil mentir sobre a distribuição de lucros. Se uma pessoa recebe dividendos em sua carteira de investimentos, não tem como isso significar que a empresa vai mal. Dificilmente uma empresa distribui dividendos sem estar lucrando, porque seria um tipo de pagamento complicado de manter.

Para Bazin, comprar ações de empresas que pagam dividendo são o tipo de investimento mais seguro do mundo. Por conta desse pensamento, ele pode ter deixado passar oportunidades como Amazon, Meta, Netflix, Uber, Google, Apple, entre outras empresas de renome, por optar em ter empresas mais maduras em sua carteira. Contudo, Décio Bazin não estava buscando, em seu método, superar o mercado, mas sim construir um patrimônio sólido.

Como Décio Bazin analisava uma empresa?

Segundo Bazin, um dos primeiros fatores para observar antes de investir era o Dividend Yield. Se a empresa estivesse com DY abaixo de 6%, não era uma boa ação para comprar. Isso porque, no contexto da época, as taxas de juros eram muito maiores, e a renda fixa se valia disso. É importante, porém, lembrar que todo o livro foi feito considerando o dólar, e não a moeda brasileira da época.

Então para aplicar o método Bazin, o primeiro item a analisar é o payout da empresa. Décio Bazin acreditava que uma empresa saudável deveria ter esse índice abaixo de 50%, já que distribuir acima disso poderia indicar problemas na mesma. O passo seguinte é verificar os dividendos pagos por ação.

O cálculo de Bazin

Por exemplo: a BBAS3, ação do Banco do Brasil, tem um DY de 8,44%, e seu payout é de 41,6%. Ao consultar o histórico de remuneração da empresa, e somar os dividendos e o JCP, é possível descobrir em 2023 a empresa pagou R$ 1,858 de dividendos por ação. Para calcular se uma empresa vale a pena, basta pegar o valor de R$ 1,858 e dividir por 6%, que é o DY ideal para Bazin. O resultado, R$ 30,96, seria o valor ideal a pagar por uma ação da BBAS3 segundo ele.

Porém, para que a fórmula seja aplicada de forma eficaz, ele define que o ideal é analisar a distribuição dos últimos 5 anos de uma empresa, e calcular pela média, para obter uma maior precisão nos resultados.

Dá uma olhada neste meu vídeo para entender melhor essa conta:

Se você quer entender melhor como analisar esse e outros índices para investir com segurança e assertividade, faça a sua análise de perfil na AUVP. Se receber aprovação, você aprenderá com a maior escola de investimentos do Brasil a investir em nosso país e no mundo todo.

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