4 de junho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

A Méliuz (CASH3) voltou a chamar atenção do mercado com uma estratégia ousada e polêmica: a empresa anunciou a compra de mais 274,52 bitcoins. Com isso, eles totalizam uma reserva de aproximadamente 320,5 bitcoins, o equivalente à cerca de R$ 166 milhões. Esse movimento marca o início da companhia como uma “Bitcoin Treasury Company”, após a aprovação dos acionistas para alterar o objeto social da empresa e permitir investimentos em criptomoedas como parte da estratégia de negócios.
Mas o que isso realmente significa para os investidores?
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Qual a história da Méliuz?
A Méliuz foi uma das muitas empresas que surfaram a onda dos IPOs entre 2019 e 2021, em um raro período de euforia no mercado brasileiro.
Na época, a Méliuz prometia revolucionar o setor de cashback com seu programa de pontos. No entanto, logo ficou claro que o modelo de negócio tinha dificuldades de escalar de forma sustentável.
No entanto, mesmo após captar recursos relevantes no IPO, a empresa não conseguiu entregar os resultados esperados. Ou seja, suas iniciativas não encontraram tração e, aos poucos, a Méliuz foi sendo relegada a um papel secundário no mercado, com ações desvalorizadas e poucos catalisadores positivos.
Méliuz copia MicroStrategy?
A inspiração da Méliuz na MicroStrategy pode até parecer interessante à primeira vista, mas tem algumas limitações que não podem ser ignoradas.
A MicroStrategy tem uma estrutura mais robusta, além de conseguir se alavancar para comprar mais bitcoins, o que amplia seu potencial especulativo. Já a Méliuz, por enquanto, está usando o caixa para comprar bitcoins, sem oferecer nenhum diferencial estratégico além disso.
Em outras palavras, ao investir em CASH3, o investidor está pagando um prêmio para que a empresa compre bitcoin por ele. Não faz muito sentido, financeiramente falando, já que o próprio investidor poderia comprar bitcoin diretamente, sem esse “intermediário”.
Risco de investir na Méliuz
É difícil encontrar uma justificativa sólida para investir na Méliuz nesse momento, com base em fundamentos. A empresa parece ter deixado de lado qualquer plano de longo prazo e passou a apostar em uma narrativa especulativa, para tentar ganhar tração no mercado.
Por isso, se você acredita fortemente na valorização do Bitcoin, o caminho mais direto (e lógico), é investir na criptomoeda por conta própria. Não investir em uma empresa que compra bitcoins e que não tem objetivo nenhum de existir.
No futuro pode ser que os planos mudem. No entanto, no escopo atual, eu não investiria nessa empresa. E se você quer entender melhor toda essa jogada da Méliuz, indico que assista ao vídeo completo!
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