25 de julho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Em julho de 2025, ocorreu o maior assalto a banco da história do Brasil. Foi o maior ataque cibernético já registrado contra o sistema financeiro nacional. Quase R$ 1 bilhão foi desviado de contas de instituições financeiras. Mas calma, não foi da sua conta do banco e nem do Pix do seu pai. O golpe mirou bem mais alto: ele mirou o Banco Central. Ou melhor, uma empresa que presta serviços ao BC.
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O que realmente aconteceu?
Na madrugada de 30 de junho, criminosos desviaram quase R$ 1 bilhão de contas de reserva mantidas por bancos dentro do Banco Central. Essas contas são uma espécie de “cofre” onde os bancos deixam uma parte do dinheiro para garantir operações. Ou seja: o roubo não atingiu correntistas como você ou eu.
Só que o golpe não foi um ataque hacker tradicional, daquele tipo de filme em que um gênio do mal digita códigos verdes numa tela preta.
Na verdade, foi um ataque de engenharia social: os criminosos pagaram um funcionário da empresa terceirizada CM Software para entregar suas credenciais de acesso aos sistemas.
A CM Software é uma ponte entre bancos e o sistema financeiro nacional, inclusive o Pix. Ao invés de invadirem diretamente o Banco Central, os criminosos usaram esse “atalho”, E então, com logins reais, começaram a movimentar milhões de reais por Pix para contas em fintechs de fachada e dali para criptomoedas.
Como descobriram o golpe?
Quem percebeu algo estranho foi a SmartPay, empresa ligada a criptomoedas. Contas recém-criadas tentavam comprar volumes absurdos de dólar digital (USDT). Às 4h30 da manhã, outro banco também estranhou um Pix milionário vindo de uma conta de reserva.
Foi então, que em poucas horas, ficou claro que algo muito grave estava acontecendo. O Brasil estava passando pelo maior assalto a banco da história, de um jeito que poucos imaginavam.
João Nazareno Roque, funcionário da CM Software, confessou ter vendido seus acessos por R$ 15 mil. Disse ter sido aliciado meses antes e que se encontrou com os criminosos. No entanto, até agora, ele é o único envolvido identificado oficialmente e, sinceramente, ninguém acredita que esse esquema todo foi arquitetado por R$ 15 mil.
Parece mais plausível que ele tenha montado o golpe e já estivesse pronto para assumir a culpa mínima possível.
E o dinheiro foi recuperado?
O Banco Central bloqueou rapidamente cerca de R$ 270 milhões, mas os criminosos pulverizaram o restante em contas de fintecs como Soffy, Nuoro Pay, Brasil Cash, S3 Bank e Volute, instituições que o BC suspendeu temporariamente do Pix.
No entanto, parte do dinheiro foi convertido em criptomoeda e, nesse ponto é praticamente impossível rastrear para onde esse dinheiro foi.
E isso mostra o quanto nosso país está despreparado para lidar com esse tipo de crime. O BC já anunciou revisão das regras de segurança. Enquanto isso, a Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo estão investigando e buscando outros envolvidos.
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O sistema financeiro do Brasil é seguro?
Essa foi uma das perguntas mais feitas depois do ocorrido. No entanto, é importante ressaltar que não existe sistema 100% à prova de falhas. Afinal, dinheiro físico já foi falsificado, bancos do mundo inteiro já foram hackeados, criptomoedas já foram usadas em golpes.
O risco existe, mas o que importa é a capacidade de resposta. E, nesse ponto, o Brasil reagiu rápido e apesar do susto, os bancos brasileiros continuam sendo alguns dos mais lucrativos do mundo.
Ou seja, isso mostra que, mesmo em meio a escândalos e incertezas, o setor bancário brasileiro segue sendo altamente rentável e isso também é um bom sinal para investidores.
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