30 de janeiro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
O preço do azeite subiu mais de 37%, em 2023, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Um sério problema climático em Portugal e na Espanha explica por que o azeite está caro. E nos dá uma ótima oportunidade de aprender sobre a lei da oferta e demanda.
Vamos usar uma dose “salgada” de azeite de oliva para entender um pouco mais sobre este conceito importantíssimo da economia. Ou seja, a alta do azeite vai nos mostrar que o preço das coisas é determinado diretamente pela lei mais básica do mercado.
Mas você realmente sabe o que é oferta e demanda?
Como funciona a lei da oferta e demanda?
Seja no cafezinho que você toma na esquina, no almoço no meio da tarde, na roupa que você veste, no carro que você dirige… ela sempre está lá. A chamada lei da oferta e demanda determina o preço de tudo que a gente compra.
Basicamente, funciona assim: quanto mais gente estiver interessada em comprar um produto (demanda), por um preço mais alto este produto vai ser oferecido (oferta). E vice-versa.
No caso dos alimentos, um evento atípico como a quebra de safra pelo excesso de chuvas sempre faz os preços subirem. Isso porque, embora a terra tenha alagado e dado menos feijão, a quantidade de pessoas que comem feijão continua a mesma.
Consequentemente, vai ter mais gente para comer feijão do que pacote de feijão à venda no mercado. E isso faz o preço disparar.
Assim, fica fácil entender uma das principais engrenagens que faz os ciclos econômicos rodarem. E, no caso do azeite, não é diferente.
Por que o azeite está caro?
A alta repentina no preço do azeite de oliva, que passou de 6 para 10 dólares em apenas um ano, reflete alguns problemas sérios que vem acontecendo nos países produtores.
O principal fator que desencadeou a alta é uma forte seca que acomete regiões produtoras de azeite em Portugal e na Espanha.
Para se ter uma ideia, Portugal é responsável por 58% do azeite consumido no Brasil. Outros 16% vem da Espanha.
Por outro lado, a produção nacional ainda é pífia, representando apenas 1% da demanda.
Logo, pela lei da oferta e demanda, a crise na produção do azeite gera automaticamente uma inflação global do produto. É bom lembrar que, juntos, Portugal, Espanha, Itália e Grécia fabricam 70% de todo o azeite do planeta.
É possível evitar a lei da oferta e demanda?
À primeira vista, pode parecer que as empresas e indústrias aumentam os preços de propósito para ganhar mais dinheiro quando produzem menos.
Ou seja, são um bando de capitalistas “s4fados”! Mas, não é bem assim.
A verdade é que a lei da oferta e demanda funciona como um instrumento de autocontrole do próprio mercado consumidor.
Por um lado, as empresas precisam aumentar os preços para compensar a queda na produção e não falir. Por outro, essa inflação faz com que a demanda seja reprimida e, com isso, o mercado consiga voltar a se “normalizar”.
No fim das contas, é sempre uma balança que precisa estar bem equalizada para que a economia tenha alguma estabilidade.
- Leia também: Como o governo pode controlar a inflação?
A lei da oferta e demanda é saudável?
O exemplo da alta do azeite de oliva nos mostra duas coisas. Primeiro, que é muito doloroso ver disparar o preço de algum produto que a gente gosta ou necessita.
Apesar disso, também nos ensina que a alta repentina nos preços pode ser a única forma daquele produto continuar sendo vendido, sem as empresas quebrarem.
Ou seja, a lei da oferta e demanda é saudável e até necessária.
No vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) eu explico isso tudo em detalhes. E te mostro que a influência de fatores climáticos na dinâmica de preços, baseada na oferta e demanda, é uma lógica que se aplica a todos os setores da economia. Então você entenderá porque o azeite está caro.
E você, gostou do conteúdo? Então comente no vídeo do canal e faça parte da nossa comunidade no Instagram (@oraulsena). Assim, você fica sempre por dentro do mundo dos investimentos e da Bolsa de Valores.
E não deixe de conferir, também: 3 investimentos para ficar milionário ganhando pouco.