Como o governo pode controlar a inflação?


A inflação é o resultado do aumento generalizado dos preços de bens e serviços. Como isso causa a perda do poder de compra da população, o governo usa várias ferramentas de controle da inflação.

O controle da inflação

O controle da inflação envolve medidas de curto prazo e de longo prazo:

1- Curto prazo

O controle da inflação envolve medidas de aperto fiscal e monetário. Isso significa:

  1. Redução dos gastos públicos
  2. Impostos mais altos
  3. Juros elevados

No curto prazo, essas medidas ajudam a conter a demanda por produtos e serviços. Com a demanda mais baixa para certa oferta no curto prazo, a tendência é que o ritmo de aumento dos preços não seja muito alto.

Em outras palavras, a ideia é reduzir a demanda para dada oferta, para que o aumento de preços tenha um ritmo menor. É claro que isso também acaba tendo um impacto recessivo na economia.

Sendo assim, o controle da inflação exige sacrifícios no curto prazo. Por exemplo, o crescimento mais baixo e desemprego mais alto.

Esses sacrifícios são bem doloridos para um país com uma inflação de curto prazo causada pelo aumento de custos.

Por exemplo, a energia mais cara faz com que os custos das firmas aumentem. Sendo que esse aumento é repassado em parte para os consumidores.

Com o custo elevado, as empresas tendem a produzir menos. Se nessa condição o governo optar por medidas de controle da inflação, como o aperto fiscal e monetário, a recessão pode se aprofundar.

É por isso que, em certas situações, faz mais sentido ficar com um pouco mais de inflação de forma temporária para que o crescimento não seja prejudicado e para que o desemprego não aumente.

Vale destacar que o cenário de inflação causada pelo aumento dos custos pode resultar na reduflação.

Em resumo, a reduflação consiste na redução na quantidade dos produtos, sem a manutenção dos preços. Na prática, o produto fica mais caro, já que vem uma quantidade menor na embalagem pelo mesmo preço de antes.

2- Longo prazo

A inflação alta no longo prazo tem como causa os problemas fiscais. Esses problemas fazem com que o país recorra a impressão de moeda para que consiga fechar as contas.

Desse modo, para controlar a inflação, o governo deve diminuir a necessidade de se financiar com emissão de moeda. Portanto, ele pode recorrer a medidas como:

  1. Ajuste das finanças
  2. Corte de gastos
  3. Aumento dos impostos

Existem casos em que os governos tentam controlar a inflação à força. Isso ocorre por meio do congelamento de preços de bens e serviços, por exemplo.

Isso ocorreu no Brasil durante o Plano Cruzado, em 1986, por exemplo. Na época, os preços de bens e serviços foram tabelados pelo governo.

Com isso, as empresas não podiam ter preços mais altos do que os estabelecidos pelo governo. É claro que isso não deu certo.

Isso porque o governo estava atacando os efeitos (aumento dos preços) e não as causas do problema (a questão fiscal).

Podemos fazer um paralelo do congelamento de preços com uma gripe. Se ao invés de tentar curar a gripe você tentar curar apenas o mal estar corporal, você não terá os resultados almejados.

Sendo assim, se o governo continua imprimindo dinheiro e pressionando a demanda, a tendência é que os preços subam. É a velha lei da oferta e demanda.

Enfim, agora que você sabe como o governo controla a inflação, aproveite para descobrir quais são as consequências da inflação no seu bolso.

Fonte: Porque.

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