Terra (LUNA): o que são criptomoedas algorítimas e quais são os riscos

23 de maio de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 3 min, 27 seg


Recentemente, duas criptomoedas chegaram ao fim: a UST e a LUNA. Isso serviu para chamar a atenção dos investidores para o conceito de stablecoin algorítmica.

Entenda as criptomoedas algorítmicas

Primeiramente, as stablecoins são criptomoedas cujo valor acompanha um certo ativo como, por exemplo, o dólar. De maneira geral, as criptos têm lastro no ativo que elas acompanham.

Por exemplo, para cada stablecoin emitida, um dólar deve ser adicionado nas reservas da emissora. No entanto, o fato de ter uma entidade centralizadora é um ponto de debate.

Isso porque muitos acreditam que isso vai contra os princípios de descentralização que a tecnologia blockchain propõe. Desse modo, surgiu o conceito de stablecoin algorítmica.

O intuito é manter a moeda o mais próximo possível da sua indexação. Alguns exemplos de moedas que funcionam assim são:

  • Bean;
  • AMPL;
  • Flax;
  • FEI.

Na prática, o sistema controla a paridade por meio da própria emissão e queima de tokens. É esse sistema de emissão e queima que faz com que as stablecoins algorítmicas sejam independentes de entidades centralizadas.

Terra LUNA

Em síntese, a LUNA é um ativo que faz parte do ecossistema da Terra, uma plataforma de contratos inteligentes. Sendo que ela mantinha a stablecoin UST, que tinha paridade com o dólar baseada em uma estrutura algorítmica.

Ou seja, no ecossistema Terra, a manutenção da paridade da UST ocorria com o apoio da LUNA. Sendo que a LUNA é uma cripto volátil. Em resumo, para a emissão de um UST, um dólar em LUNA sai de circulação.

Na teoria, a demanda por UST iria impulsionar o valor da LUNA e vice-versa. Desse modo, os investidores eram incentivados a contribuir com a manutenção da paridade da UST em um processo de arbitragem.

Basicamente, se o preço da UST caísse para abaixo de US$ 1, os investidores podiam comprá-la e trocar por US$ 1 em LUNA. Com isso, os investidores podiam ficar com a diferença entre o preço de compra e de troca.

No fim das contas, esse sistema de troca de LUNA e UST se tornou um sistema de manutenção da paridade e atraiu mais investidores.

Isso fez com que o valor de mercado da LUNA chegasse a R$ 186 bilhões e a UST se tornou a 3º maior stablecoin do mercado.

O problema é que além dos sistemas de emissão e queima, a UST também dependia do otimismo dos investidores.

A queda

Como você já deve ter percebido, existia uma certa dependência entre o protocolo Terra e a LUNA. Acontece que as pessoas passaram a desacreditar no protocolo Terra e isso fez com que os dois caíssem.

No fim das contas, a criptomoeda Terra (LUNA) perdeu 98,8% do seu valor em apenas 24 horas, segundo a plataforma CoinGecko. Mas a queda não parou por aí e em 72 horas, ela perdeu 99% do seu valor.

Para você ter uma ideia, a LUNA já chegou na cotação de US$ 119. Mas hoje vale cerca de US$ 0,0001, segundo dados da CoinMarketCap.

Para Charles Cascarilla, executivo-chefe e cofundador da Paxos, as stablecoins algorítmicas são “apenas uma maneira elegante de dizer: ‘Vamos dizer que isso vale um dólar porque é apoiado por outro ativo que também criamos do nada’”.

De fato, vários especialistas alertaram sobre o risco de aplicar em stablecoin algorítmica. Sam Bankman-Fried, o CEO da corretora FTX explica que:

“Realmente não devemos usar a mesma palavra para todas estas coisas. Aquilo a que chamamos ‘stablecoins algorítmicas’ não são realmente estáveis da mesma forma que as stablecoins lastreadas são”.

E aí, gostou de ficar por dentro do que está rolando no mundo das criptomoedas? Então não deixe de conferir quais são as principais criptomoedas do mercado.

Fontes: Exame e E-investidor.

Bibliografia:

Silva, Mariana Maria. LUNA: o que são criptomoedas algorítmicas e porque elas podem ter riscos. Acesso em 20 de maio de 2022.