Dólar: o que é, história da moeda e importância mundial


O dólar é uma importante moeda criada pelos Estados Unidos da América. Apesar de ser uma moeda norte-americana, é também uma moeda com importância internacional.

Contudo, no começo, o dólar não era uma moeda digna de crédito pelos outros países. Isso porque eles não confiavam nos Estados Unidos. De fato, quando o dólar surgiu, ele era emitido por vários bancos, ou seja, não existia um controle governamental da emissão da moeda.

Atualmente, o dólar serve como reserva internacional por diversos países. Também é tido como a moeda internacional de maior importância. Essa consolidação só foi possível depois da Segunda Guerra Mundial, quando o país surgiu como uma potência mundial.

O que é dólar?

O dólar foi criado pelo governo norte-americano e, por isso, é conhecido principalmente como a moeda oficial dos Estados Unidos, porém o dólar é também a moeda oficial do Panamá, El Salvador e Equador.

Além desses, a moeda é usada em outros países como fundo de reserva, isto é, parte dos lucros das empresas que não são gastos com despesas ou dividendos e que são depositados como uma espécie de dinheiro reserva.

O símbolo usado para o dólar no geral é o $, assim como as demais moedas. Contudo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prefere utilizar o símbolo US$. Outra possibilidade é o símbolo USD usado, principalmente, na bolsa de valores.  

Uma curiosidade é que, antigamente, existiam notas de dólar acima de US$ 100. As notas eram de US$ 500, US$ 1.000, US$ 5.000, US$ 10.000 e até mesmo de US$ 100.00.

Os bancos e criminosos eram os principais usuários dessas notas de alto valor. A produção dessas moedas chegou ao fim em 1946 e elas saíram de circulação em 1969.

Subdivisões do dólar

O dólar se divide em 100 cêntimos ou em 10 dimes, porém os 10 dimes são usados atualmente apenas para se referir aos 10 cents.

Nos Estados Unidos, existem moedas e notas de dólar, mas encontra-se notas com maior facilidade. A lógica é: a emissão de moedas é para quantias menores do que um dólar, ao passo em que, de um dólar para cima, ocorre a emissão de cédulas.

História do dólar

Como o dólar é uma moeda bem antiga, ela tem muita história para contar:

1- Origem do dólar

Para entendermos como o dólar surgiu, precisamos voltar em 1776, durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos (1975-1783). Foi nessa época, devido à necessidade de financiar a guerra e fomentar a nação, que criou-se dólar.

Porém, somente em 1786 as 13 colônias independentes, através do Congresso Continental, adotaram o dólar como moeda nacional. Já o nome dólar veio da palavra thaler, que era uma moeda feita em Joachimsthaler e circulava na Europa.

No entanto, os Estados Unidos não contavam com nenhuma lei em sua Constituição que visasse o controle da exclusividade da emissão da moeda, o que levou a um cenário caótico, já que qualquer pessoa podia abrir um banco e emitir dinheiro.

Ou seja, a falta de controle Estatal fez com que vários bancos surgissem e as mais diversas formas de pagamento foram adotadas. Além disso, várias moedas coloniais se misturavam ao dólar.

Inclusive, a falta de um banco nacional fazia com que o governo federal tivesse que realizar suas transações por meio dos estabelecimentos privados ou em espécie. Em resumo, as formas de pagamento estavam uma bagunça e os demais países viam essa situação com maus olhos.

2- Controle de emissão

Para exercer o controle da emissão do dinheiro, em 1792 ocorreu a aprovação da Lei Mint. Mas, mesmo com a lei, muitas outras moedas coloniais ainda circulavam. Em 1840 criou-se o sistema de tesouro independente pelo presidente Martin Van Buren.

Desse modo, as operações financeiras do governo ocorriam por meio das suas agências em todo o território nacional. O problema é que, como não se tratava de um banco, ele não podia emitir dinheiro.

Logo, as despesas e lucros governamentais tinham que ser efetuados em ouro ou prata e o Estado não podia fazer desembolsos que fossem além dos impostos arrecadados, a menos que se voltasse para as obrigações subscritas em ouro.

Em 1861, durante a Guerra de Secessão, o governo passou a emitir notas, chamadas de demand notes, que podiam ser trocadas por ouro.

Entretanto, devido à escassez do ouro, a troca teve que ser suspensa. Dessa forma, a emissão de notas do Tesouro (US Notes) serviu para financiar a guerra, sendo que essas notas não tinham lastro e tinham como base apenas a confiança no governo.

Essas notas ficaram conhecidas como greenbacks, que traduzindo seria notas verdes, ou verdinhas. Ou seja, esse nome popular há tantos anos, ainda é usado hoje em dia ao se referir ao dólar. Inicialmente as greenbacks tinham o limite de 433 milhões de notas emitidas.

Bancos

Com o crescimento da dificuldade de conseguir empréstimos e o crescimento de gastos, a solução encontrada em 1864 por Salman P. Chase, secretário do Tesouro, foi o National Banking Act, um sistema de livre circulação de bancos.

Sendo assim, uma lei autorizava qualquer grupo constituído de cinco pessoas a criarem uma associação bancária nacional e fazerem a emissão de notas correspondentes a suas obrigações do governo federal depositadas no Controlador da Moeda.

Como uma maneira de impedir a concorrência entre essas notas e os bancos estaduais, os bancos estaduais tinham que pagar uma taxa de 10%, o que resultou na saída de circulação das notas desses bancos.

Em contrapartida, os bancos estaduais passaram a oferecer serviços de pagamentos por cheques contra as contas em depósito, o que se tornou um bom substituto das emissões de bancos privados.

Quando a Guerra de Secessão chegou ao fim, a grande quantidade de opções de pagamento tinha sido reduzida para greenbacks e as notas dos bancos privados, isto é, os National Banks.

3- Instabilidade da moeda

Como o EUA era um país agrário, as movimentações da moeda dependiam bastante do ciclo da colheita. Sendo assim, quando os agricultores vendiam suas commodities e afins, os depósitos ficavam acumulados nos bancos das regiões agrícolas e causavam escassez de fundos nos bancos das regiões mais industriais.

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Como não existia um banco central, não havia como canalizar os recursos excedentes nem de emprestar reservas. Esse cenário resultou em instabilidade e crises.

Algumas pessoas acreditam que essa instabilidade tinha como causa a falta de numerário que beneficiava os interessados em que a prata se tornasse a base do sistema monetário do país.

Dessa forma, surgiu o movimento da prata livre de William Jennings Bryan, que tinha como intuito a liberdade de cunhar a prata como dinheiro legal. Por meio da lei Bland-Allison em 1878, autorizou-se o bônus de prata do Tesouro e ocorreu a sua conversão em dinheiro legal em 1886.

Posteriormente, o governo se viu praticamente obrigado a adquirir toda a produção das minas de prata dos EUA e esse cenário se repetiu com os bônus de ouro. Porém, nenhuma dessas medidas funcionou como uma forma de flexibilizar a circulação monetária.

Na verdade, esse sistema serviu para piorar as dificuldades nacionais. A alternativa para compensar os câmbios da demanda interna eram as operações no mercado mundial. Mas essas operações causavam uma instabilidade no funcionamento do sistema monetário internacional.

Em 1893 instalou-se o medo de que os EUA não cumprissem sua dívida pública em ouro e fizesse o pagamento em prata, já que o preço desse metal estava caindo internacionalmente. O resultado foi a fuga do ouro e a falência de vários bancos.

Ordem

Através da Federal Reserve Act adotada em 1913, ocorreu a divisão dos EUA em 12 distritos, cada um deles com um banco federal de reserva. Esses bancos tinham autorização para emitir notas de Reserva Federal, que era dinheiro legal usado nas dívidas e obrigações dos bancos e do governo dos Estados Unidos.

A emissão contava com um lastro de ouro de pelo menos 40%. Por meio desses bancos, resolveu-se o problema da falta de flexibilidade de pagamento que pudesse aumentar ou reduzir a oferta de moedas.

Anos depois, em 1929, o Federal Reserve foi posto à prova durante a Crise de 1929. Porém, ele não foi capaz de impedir nem a fraude bancária, nem a falência de bancos durante a crise.

4- Dólar pós-Segunda Guerra Mundial

Durante a crise de 29, como uma forma de controlar o cenário econômico, houve a desvalorização do dólar e a nacionalização do ouro. As medidas ajudaram a economia a se estabilizar e os EUA passaram a bater de frente com a Inglaterra pela posição de moeda internacional.

Então, com a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido, que antes era credor internacional, passou para a posição de devedora internacional.

Como os EUA não se envolveram tanto com a guerra, quando o conflito chegou ao fim ele despontou como um financiador da reconstrução de diversos países. Logo, o dólar se tornou uma moeda internacional. 

Antes do dólar, a moeda aceita no mundo era a libra esterlina, da Inglaterra e os Estados Unidos não eram vistos como uma nação de confiança.

De fato, os EUA eram vistos como devedores com pouca credibilidade internacional. Isso porque, diferente de outros países europeus, não existia na Constituição dos EUA nenhuma lei especificando que o controle exclusivo da moeda pertencia ao Estado.

No entanto, depois da Segunda Guerra Mundial, o dólar se tornou conhecido internacionalmente. Durante muito tempo, as variações das cotações do dólar estavam atreladas ao ouro. Dessa maneira, até o início da década de 1970, o valor da grama de ouro era determinado como um valor fixo em dólares.

Entretanto, o dólar acabou por se desvalorizar conforme a tecnologia se desenvolvia. Por fim, ele passou a ter o ouro como base e veio o câmbio flutuante.

5- Circulação em outros países

No ano de 1995, havia mais de 380 bilhões de dólares dos EUA em circulação, sendo que dois terços desse valor não estava nos Estados Unidos.

Já em 2004, cerca de 700 bilhões estavam em circulação e o estimado era que metade de dois terços estavam fora dos EUA. Isso ocorre pois muitos países usam o dólar dos EUA como moeda oficial e outras a usam como reserva.

6- Dolarização da economia brasileira

Durante as décadas de 1980 e 1990, a dolarização da economia brasileira era vista com simpatia por muitos economistas. Essa dolarização seria uma forma de romper o círculo vicioso da inflação, que na época, já era uma hiperinflação.

Sendo assim, a ideia é que, ao adotar o dólar como lastro para a moeda nacional, o Brasil poderia ficar livre da inflação. No entanto, nem todos os economistas estavam de acordo, muitos deles tinham receio dessa solução, sobretudo ao verem a Argentina sofrer com a incapacidade de pagamento e abandonar esse sistema.

Há quem acredite que, por um breve período, o Plano Real foi um tipo de dolarização da economia brasileira. A Unidade Real de Valor (URV) tinha mais ou menos o valor de 1 dólar. Contudo, com a desvalorização do real em 1999, ocorreu o descolamento do dólar com a adoção do câmbio flutuante.

Importância mundial da moeda

Atualmente, o dólar ocupa o lugar de moeda internacional, o que faz dele uma das moedas mais importantes do mundo.

Mesmo que, inicialmente, ele não tivesse importância internacional e fosse visto com desconfiança por outros países, com a Segunda Guerra Mundial e o estabelecimento dos EUA como uma potência mundial, o dólar ganhou reconhecimento.

Portanto, hoje ele é usado em reservas internacionais de bancos centrais ao redor do mundo, inclusive pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Por fim, ele é usado, também, como moeda padrão em mercados internacionais de commodities e como padrão de preços de empresas globalizadas. 

Na bolsa de valores, por exemplo, é possível sentir a influência do dólar. Veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e conheça algumas ações impactadas positivamente pela alta do dólar:

Fontes: Brasil escola, Info escola, Ouro e D., expensive, Historia de tudo e Mundo vestibular.

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