Dólar americano: o que é, história da moeda e importância mundial

21 de setembro de 2020, por Jaíne Jehniffer

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O dólar americano, apesar de não ser a moeda mais valorizada hoje no mundo, é a mais relevante na economia global, uma vez que a maioria das transações internacionais são pautadas nela.

Por isso, neste texto, iremos te contar a história dessa importantíssima moeda, além de apresentar diversas informações fundamentais sobre ela.

Qual é a história do dólar?

Hoje quem vê o poder global do dólar não faz ideia que, no início, ele não era levado a sério pelos outros países. Especialmente porque era emitida por vários bancos, já que não havia controle governamental da emissão dessa moeda.

Abaixo você saberá mais sobre esse e outros detalhes da história do dólar.

Qual sua origem?

Tudo começou no ano de 1776, durante a chamada Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775-1783). Devido a necessidade de se financiar a guerra e fomentar a nação, foi criado o dólar. Mas ele não era, nem de perto, o que é atualmente.

Foi somente em 1786, com as 13 colônias já independentes, através do Congresso Continental, que a moeda foi, enfim, adotada como moeda nacional. No entanto, os Estados Unidos não contavam com nenhuma lei em sua Constituição que visasse o controle da exclusividade da emissão da moeda. Essa ausência levou, claro, a um cenário caótico, já que qualquer pessoa podia abrir um banco e emitir dinheiro. Já pensou nisso?

Portanto, a falta de controle estatal fez com que vários bancos surgissem e as mais diversas formas de pagamento que você possa imaginar foram adotadas. Para agravar ainda mais a situação, várias outras moedas coloniais se misturavam ao dólar, causando uma baita confusão. 

Aliás, a ausência de um banco nacional fez com que o governo federal realizasse suas transações por meio dos estabelecimentos privados ou em espécie. Como você já percebeu, as formas de pagamento estavam uma verdadeira bagunça, e os demais países assistiam a essa baderna com desdém.

Quanto ao nome escolhido, ‘dólar’ vem da palavra thaler (tolar), que era uma moeda de prata chamada Jáchymovský tolar, de nome tcheco, cunhada no Reino da Boêmia de 1520 até 1672. A thaler circulou pela Europa por uns 400 anos.

Como o dólar se tornou tão relevante?

O dólar só se tornou essa potência que conhecemos a partir da segunda metade do século XX, logo depois da Segunda Guerra Mundial. 

Se você se lembrar das aulas de história, vai recordar que, após o conflito, os países europeus estavam quebrados economicamente. Então, por meio de empréstimos e programas de ajuda econômica, como o Plano Marshall, cedidos pelo Estados Unidos, o dólar passou a circular tanto entre os países europeus que ganhou um caráter internacional.

Até então, a moeda que tinha essa relevância era a libra esterlina, mas a importância que o dólar ganhou foi tão forte que o Reino Unido passou de credor a devedor dos Estados Unidos.

Dessa forma, a ajuda americana foi fundamental para a reconstrução dos países, e seus produtos entraram na Europa e ganharam vasto espaço no mercado global.

Dolarização de economias internacionais

Atualmente, o dólar ocupa o lugar de moeda internacional, o que faz dele uma das moedas mais importantes do mundo.

Mesmo que, inicialmente, ele não tivesse importância internacional e fosse visto com desconfiança por outros países, com a Segunda Guerra Mundial e o estabelecimento dos EUA como uma potência mundial, o dólar ganhou reconhecimento.

Portanto, hoje ele é usado em reservas internacionais de bancos centrais ao redor do mundo, inclusive pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Por fim, ele é usado, também, como moeda padrão em mercados internacionais de commodities e como padrão de preços de empresas globalizadas. 

No ano de 1995, havia mais de 380 bilhões de dólares dos EUA em circulação, sendo que dois terços desse valor não estavam nos Estados Unidos.

Já em 2004, esse número já tinha subido para 700 bilhões, e o estimado era que metade de dois terços estava fora dos EUA. E isso acontece porque muitos países usam o dólar dos EUA como moeda oficial e outros o usam como reserva.

Como são as notas e moedas de dólar?

A seguir, apresentaremos para você as notas e moedas de dólar que estão em circulação hoje em dia nos EUA e no mundo. Confira:

Nota de um dólar

Cada cédula de dólar americano conta com diferentes símbolos e frases, porém a nota de um dólar é a mais repleta de simbolismos. No centro, há a imagem de George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos. Já do outro lado da cédula, há uma série de símbolos como:

  • Águia: Animal símbolo dos EUA, que significa respeito ao poder da paz e da guerra;
  • Pirâmide: a pirâmide é um símbolo usado há séculos para representar força e longevidade;
  • Olho da Providência: Conhecido também como “Olho que Tudo Vê”, ele representa Deus e sua intervenção a favor dos Estados Unidos;
  • Número 13: Referência às treze colônias que formaram os EUA.

Por fim, em todas as cédulas de dólar, você vai encontrar a frase “In God We Trust” (Em Deus Confiamos). No entanto, na nota de um dólar ainda há mais frases em latim:

  • Annuit Coeptis: “Ele favoreceu nossos compromissos”, a qual se refere a Deus;
  • Novus ordo seclorum: “Nova ordem secular”, referência à nova era do país, depois a independência em 1776;
  • Pluribus Unum: “De muitos, um”, referindo-se à união das 13 colônias.

Nota de 2 dólares

Na nota de 2 dólares está estampada a imagem de Thomas Jefferson, um dos autores da declaração de independência dos Estados Unidos.

5 dólares

Já na nota de 5 dólares está o décimo sexto presidente americano Abraham Lincoln, que foi, também, responsável por liderar o país durante a Guerra de Secessão e abolir o sistema escravocrata do país.

10 dólares

Na cédula de 10 dólares americano está o primeiro Secretário do Tesouro do país e criador do primeiro Banco dos Estados Unidos, Alexander Hamilton.

20 dólares

Andrew Jackson, sétimo presidente americano e um dos maiores responsáveis pela criação do Partido Democrata é a personalidade que estampa a nota de 20 dólares.

50 dólares

Já a nota de 50 dólares traz o rosto de Ulysses S. Grant estampado. Ele foi o décimo oitavo presidente americano, além de ter sido o general que ajudou a liderar o exército da União na vitória contra os Confederados na Guerra de Secessão.

100 dólares

Por fim, a última cédula é a de 100 dólares, que traz o famoso Benjamin Franklin, um dos líderes da Guerra de Independência dos EUA e importante estudioso.

1 centavo

A moeda de 1 centavo traz a efígie de Abraham Lincoln em um lado e um desenho do Escudo da União no outro. Ademais, ela é também é conhecida como penny.

5 centavos

Chamada também de nickel, a moeda de 5 centavos apresenta Thomas Jefferson no anverso e um desenho do Monticello, palácio americano, no inverso.

10 centavos

A moeda de 10 centavos, conhecida como dime, traz o desenho de Franklin D. Roosevelt, 32º presidente dos Estados Unidos, e de uma tocha com um ramo de carvalho e um de oliva.

25 centavos

O quarter, como é chamada a moeda de 25 centavos, tem George Washington em uma face, enquanto apresenta simbologias variadas na outra.

50 centavos

A moeda de 50 centavos, o half-dollar, apresenta os desenhos de John F. Kennedy, presidente dos Estados Unidos de 1961 a 1963, e o Selo Presidencial.

1 dólar

Por ultimo, trazemos o 1 dólar em formato de moeda, conhecido como a dollar coin. O perfil da indígena americana Sacagawea e seu filho, Jean Baptiste Charbonneau, estampam um lado. Já no outro lado, há uma gravura que muda uma vez por ano.

O que é a cotação do dólar?

É muito provável que você ouça diariamente nos telejornais a seguinte frase: “Vamos dar uma olhada na cotação do dólar”. Ouvimos essa frase porque muitas unidades monetárias vinculam-se ao dólar. Portanto, a cotação do dólar é essa equivalência entre a moeda americana e as moedas de outros países. Hoje, por exemplo, 26 de julho de 2023, 1 dólar americano é igual a 4,74 reais brasileiros.

Esse valor oscila muito ao longo do tempo por causa de diversos fatores. Lembre-se que seu valor é maior quando há pequena circulação de dólar no país. Além disso, pode haver subida dessa taxa quando há déficit na balança comercial, ou seja, em períodos em que as importações passam as exportações, pois sai mais dólar do que entra, reduzindo a circulação.

Além desse, outros cenários podem influenciar no valor como: risco fiscal, crises internas no país e decisões tomadas pelo Bacen. Portanto, a quantidade de moeda em circulação é um princípio essencial para a cotação.

Como o dólar se relaciona com a inflação?

O dólar se relaciona diretamente com a inflação de um país. As comercializações feitas hoje no mundo são cotadas em dólar, logo qualquer desvalorização que o real sofra perante ao dólar impactará no preço dos produtos importados, encarecendo-os.

Como você já deve ter percebido, as oscilações da moeda americana podem ocasionar inflação aqui no Brasil e em outras nações, visto que importamos muitos produtos dos EUA, além do aumento no custo de commodities.

Com esse cenário de moeda local desvalorizada, empresários preferem negociar no mercado exterior para compensar os pesados gastos da importação. Como resultado, a famosa lei da oferta e da demanda contribui com o aumento dos preços desses produtos, acentuando, claro, o quadro inflacionário.

Quais os efeitos do dólar na economia brasileira?

Dado que a moeda brasileira está atrelada ao dólar americano, os efeitos possíveis são vários, tais como os preços de produtos e rendimentos de investimentos. Todos eles se relacionam diretamente com a valorização ou desvalorização do dólar em relação ao real, ou seja, a taxa de câmbio.

O Brasil é conhecido pela sua pujante exportação de commodities, que correspondem a 65% das exportações do país. Apesar delas serem produzidas aqui no país, elas são atreladas ao dólar, sendo negociadas nessa moeda por serem tidas como a mesma coisa em qualquer lugar.

Portanto, as oscilações na cotação têm forte influência sobre os lucros ganhos a partir da venda desses itens.

Diferenças entre dólar comercial e dólar turismo

Essa é uma dúvida bastante frequente entre as pessoas, mas que é simples de resolver. A principal diferença entre o dólar comercial e o de turismo já está no nome.

Enquanto o primeiro é usado em transações entre empresas e instituições financeiras, o segundo, que é o mais conhecido pelo público, é especifico para pessoas físicas que pretendem comprar a moeda americana para viajar.

Diferente do dólar comercial, o de turismo é mais caro, pois sua cotação considera os custos administrativos referentes à logística de fabricação, transporte do dinheiro e manutenção das casas de câmbio.

Então, caso você viaje para os EUA e faça suas compras usando o cartão de crédito, esses débitos serão convertidos para o nosso real segundo a cotação do dólar turismo.

E aí, o que você achou desse conteúdo? Aproveite e leia também esta outra matéria bem interessante sobre as 10 moedas mais valiosas do mundo. Não deixe de conferir!

Fontes: Brasil escola, Info escola, Ouro e D., Expensive, Historia de tudo, C6Bank, Eu quero investir e Mundo vestibular.