13 de julho de 2021 - por Bárbara Ackerman
Apesar de a inflação alta ser um termo que ainda assusta muitos brasileiros, o contrário também pode ser ruim. A inflação baixa também pode gerar dores de cabeça e é um grande problema para a economia do país. Antes disso, precisamos entender o que é inflação. Em resumo, seria o aumento generalizado dos preços e custo de vida. Ou seja, o dinheiro perde seu poder de compra.
Logo, o que custava dez reais alguns anos atrás, hoje em dia vai ser mais caro do que isso. Até então, esse esquema é saudável, porém é necessário equilíbrio. A inflação é causada pelo aumento do nível de atividade econômica. Ou seja, as pessoas compram mais e o preço aumenta, a famosa Lei da Oferta e Demanda.
Caso a demanda for grande em relação ao produto ou serviço, o preço irá subir. Porém, se mais produtos do que compradores existirem, o preço vai cair. Então, quanto mais a população compra, mais os preços aumentam com a inflação.
Quais os problemas da inflação baixa?
Existem basicamente dois pontos, o primeiro é que desestimula o consumo e o segundo é que, sem consumo, a indústria para de produzir.
Desestímulo do consumo
Ao ficar muito baixa, acontece a chamada deflação, ou seja, a queda nos preços. Então, os preços dos produtos não se mexem e começam a cair. Dessa forma, os consumidores se sentem menos estimulados a gastar. Afinal, quando os preços estão altos as pessoas preferem esperar que abaixem para fazerem a compra.
Indústria sem produção
Esse é outro ponto preocupante da inflação baixa, a estagnação da economia. Afinal, o consumidor não compra esperando o preço cair. Os produtos e serviços não são vendidos e é preciso abaixar o preço.
Além disso, a indústria para de produzir porque também não há procura. Em consequência, tanto as lojas como indústrias precisam demitir seus funcionários. Perante o risco de perda do emprego as pessoas também consomem menos. Dessa forma, a economia entra em um círculo vicioso.
Inflação no Brasil
É unânime entre os economistas que é preciso ter pelo menos um nível mínimo de inflação para que a economia de qualquer país cresça saudavelmente. Porém, essa taxa considerada ideal diverge de país para país. Dessa forma, algumas variáveis econômicas interferem no preço, elas são:
- Taxa de Câmbio;
- Taxa de Juros;
- Produtividade dos Trabalhadores;
- Dívida Pública
- e Balança Comercial
Logo, a inflação ideal é aquela que a população não chega a perceber. Ou seja, não faz com que os consumidores mudem de ideia e adiem ou antecipem a sua compra.
Então, em países desenvolvidos, o nível ideal de inflação está entre 2% ao ano, conforme os economistas, esse é o nível que faz a economia girar e o país crescer. Porém, no Brasil este nível tende a ser maior devido às taxas de juros mais altas. Logo, no Brasil uma inflação entre 3% e 4% daria uma dinâmica melhor de crescimento.
Dessa forma, a vantagem de ter uma inflação sob controle além de dentro de uma porcentagem ideal é a possibilidade de previsibilidade de longo prazo. Então, as indústrias conseguem não apenas se planejar melhor, mas também investir e gerar crescimento e consequentemente empregos, de forma mais sustentável.
Como a inflação funciona no Brasil?
No Brasil, existe um sistema de metas, criado no final dos anos 90 e usado até hoje, para poder moderar os preços. Logo, esse sistema tem como objetivo possuir uma referência para que a inflação não dispare e acabe ficando fora de controle. E também para não ter uma queda brusca.
O Banco Central tem o papel de manter o país equilibrado em relação a essa meta. O BC utiliza as taxas de juros, ou Selic, sendo definida por ele. Ou seja, juros baixos estimulam o crédito, consumo e sobem a inflação. Por outro lado, os juros altos servem para o exato oposto.
Agora, sabendo como funciona a inflação baixa você também pode ver mais sobre Investimentos acima da inflação – Nove alternativas de aplicações
Fontes: Boletim Econômico e Economia UOL.
Imagens: BREMENKAMP; Finance One; Cultura Mix e TK Tecnologia.