13 de dezembro de 2021 - por Sidemar Castro
Todo mundo gosta de ter o poder de compra. Este poder é a capacidade que o dinheiro tem de adquirir produtos ou serviços. Dessa forma, ele está relacionado com as variáveis macroeconômicas de cada país como, por exemplo, a inflação.
Geralmente, a perda desse poder acontece com o tempo. Ou seja, o que você conseguia adquirir anos atrás com R$ 100,00, não poderá atualmente. A perda do poder de compra é resultado de fatores externos aos consumidores, que não são fáceis de se proteger.
Contudo, uma dica para que você proteja parte do seu patrimônio, é investir em ativos com retornos acima da inflação. Entenda mais como funciona o poder de compra lendo a matéria.
O que é poder de compra?
É um conceito econômico que se refere à capacidade de um indivíduo ou grupo de adquirir bens e serviços com a renda disponível. Em outras palavras, é a quantidade de bens e serviços que um indivíduo ou grupo pode comprar com seu dinheiro.
Ele está intimamente relacionado ao nível de preços dos bens e serviços, e pode variar ao longo do tempo e entre diferentes regiões geográficas. Ele pode ser influenciado por diversos fatores, como a inflação, a taxa de juros, a renda disponível e a disponibilidade de crédito.
Por exemplo, quando a inflação está alta, o poder de compra diminui, pois os preços dos bens e serviços aumentam mais rapidamente do que a renda disponível. Da mesma forma, quando a taxa de juros está alta, o poder de compra também pode ser afetado, pois o custo do crédito pode tornar mais difícil para os consumidores adquirir bens e serviços.
Também pode variar entre diferentes regiões geográficas. Por exemplo, em países desenvolvidos geralmente é maior do que em países em desenvolvimento, devido a diferenças na renda e nos preços dos bens e serviços.
Por outro lado, se o seu poder subir, você consegue comprar mais coisas com o mesmo valor. Esse é um fenômeno mais raro e está ligado à deflação.
Como funciona esse conceito?
O poder de compra funciona como a relação entre o valor do dinheiro e o valor dos produtos. Sendo assim, ele está diretamente ligado com a inflação. Em síntese, a inflação é o excesso de dinheiro na economia, que gera o aumento da demanda frente a oferta e o aumento dos preços de bens e serviços.
Como o excesso de dinheiro acaba gerando o aumento dos preços, as pessoas perdem parte do seu poder aquisitivo. Vale destacar que a inflação varia de acordo com o local. Dessa maneira, a inflação no Brasil é diferente, por exemplo, da inflação na França.
De maneira geral, as diretrizes para a inflação, bem como a política monetária, são de responsabilidade dos Bancos Centrais.
Desse modo, no Brasil o Banco Central do Brasil (Bacen), é o responsável pelas metas de inflação.
Para que medir o poder de compra?
Medir o poder de compra é importante por várias razões:
- Avaliação do padrão de vida: Ele pode ser usado para avaliar o padrão de vida de um indivíduo ou de uma população. Se o poder de compra está aumentando, isso geralmente indica que o padrão de vida está melhorando.
- Comparação entre países: Também é usado para comparar o padrão de vida entre diferentes países. Isso é feito através da Paridade do Poder de Compra (PPP), que é uma medida que leva em conta os custos relativos e as taxas de inflação dos diferentes países.
- Política econômica: As mudanças na capacidade de consumo podem influenciar as decisões políticas e econômicas. Por exemplo, se o poder de compra está diminuindo, os formuladores de políticas podem implementar medidas para estimular a economia.
- Planejamento financeiro pessoal: No nível individual, entender o poder de compra pode ajudar as pessoas a planejar suas finanças e fazer escolhas informadas sobre gastos e investimentos.
Portanto, medir o poder de compra é uma ferramenta valiosa para entender a economia e tomar decisões informadas.
Como manter o poder de compra de uma sociedade?
Manter o poder de compra de uma sociedade é um desafio que envolve vários fatores econômicos e políticos. Aqui estão algumas estratégias que podem ser usadas:
- Controle da Inflação: A inflação é um dos principais fatores que corroem o poder de compra. Portanto, manter a inflação sob controle é crucial para preservar o poder de compra. Isso geralmente é feito por meio de políticas monetárias, como a definição de taxas de juros pelo Banco Central.
- Estabilidade Econômica: A estabilidade econômica também é importante para manter o poder de compra. Isso inclui a manutenção de um ambiente econômico estável, com baixos níveis de desemprego e crescimento econômico sustentável.
- Aumento da Renda: Outra maneira de manter o poder de compra é aumentar a renda da população. Isso pode ser feito através de políticas que promovam o crescimento econômico e a criação de empregos.
- Educação Financeira: A educação financeira pode ajudar os indivíduos a entender melhor como gerenciar seu dinheiro e tomar decisões financeiras informadas, o que pode ajudar a preservar seu poder de compra.
- Cooperação: A cooperação entre os membros da sociedade também pode ajudar a manter o poder de compra. Por exemplo, compras e vendas coletivas podem aumentar o poder de negociação, resultando em preços mais baixos.
É importante destacar que essas estratégias são apenas parte da solução. Manter o poder de compra de uma sociedade é um desafio complexo que requer uma abordagem multifacetada.
O que causa a perda do poder de compra?
A perda do poder de compra pode ser causada por vários fatores, incluindo:
- Inflação: A inflação é o principal fator que afeta o poder de compra. Quando os preços dos bens e serviços aumentam, o mesmo valor de dinheiro compra menos do que antes.
- Crises Climáticas: Eventos climáticos que diminuem a produção de bens podem levar ao aumento dos preços, reduzindo o poder de compra.
- Conflitos Militares: Disputas militares podem dificultar o comércio e levar ao aumento dos preços.
- Desvalorização da Moeda: Quando o valor de uma moeda cai em relação a outras moedas, os produtos importados ficam mais caros, o que pode diminuir o poder de compra.
- Aumento da Demanda: Se a demanda por um produto ou serviço excede a oferta, os preços podem subir, resultando em uma diminuição do poder de compra.
- Emissão Excessiva de Moeda: A emissão excessiva de moeda pelo governo pode levar à inflação, reduzindo o poder de compra.
É importante notar que esses fatores são geralmente externos ao cidadão e não podem ser controlados individualmente.
Portanto, a melhor maneira de proteger o poder de compra é através de uma gestão eficaz do patrimônio e do acompanhamento atento dos índices inflacionários.
De que forma lidar com a perda do poder de compra?
Existem várias maneiras de lidar com a perda do poder de compra:
- Pague suas contas em dia: Evite juros e atrasos. Assim, é possível ter uma noção de quanto dinheiro está disponível para gastar ao longo do mês.
- Corte ou diminua gastos desnecessários: Considere reduzir gastos com assinaturas de streaming, planos de celular, academia e associações em clubes.
- Invista: Um dos caminhos para manter o poder de compra é começar a investir, para que o dinheiro renda e mantenha o poder de compra mesmo com as oscilações da inflação.
- Crie combos de produtos: Para lidar com a perda do poder de compra, muitos varejistas passaram a criar combos de produtos, uma espécie de cesta básica reforçada, que incluam uma série de itens com preço fixo.
Lembre-se, essas são apenas algumas sugestões e cada situação é única. É sempre uma boa ideia procurar aconselhamento financeiro personalizado.
Como está o poder de compra no Brasil?
Você consegue, com a mesma quantidade de dinheiro, obter os mesmos produtos que adquiria há alguns anos? Certamente não. Isso acontece porque o poder de compra dos brasileiros está se deteriorando cada dia mais.
Se você acompanha a constante subida da inflação, já deve ter percebido o quanto esse poder de compra está caindo. Dessa forma, mesmo que o salário mínimo passe por aumentos, a inflação ainda é maior. Logo, as pessoas perdem poder de compra. Além de perceber a perda do poder de compra ao fazer compras, é possível analisar esse dado por meio de índices.
Podemos comparar o poder de compra do Brasil com outros países. Por exemplo, de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) na década de 80, o brasileiro era quinze vezes mais “rico” que o chinês. No entanto, em 2016, pela 1ª vez a China teve o poder aquisitivo maior que o do Brasil.
Em resumo, o FMI fez um cálculo de Paridade do Poder de Compra (PPC), que serve justamente para comparar o poder aquisitivo entre países. Em 2017, este cálculo indicou que outros países, além da China, ultrapassaram o Brasil no poder de compra. Exemplos disso são:
- Tailândia
- Uruguai
- Costa Rica
- Panamá
- República Dominicana
Paridade do Poder de Compra
A Paridade do Poder de Compra (PPC) é gerada por meio da análise do poder de compra. Trata-se de um índice calculado pelo FMI e pelo Banco Mundial. Sintetizado, ele indica o poder de compra de diferentes países. Sendo que o cálculo leva em conta os dados do PIB do país analisado, que é convertido em dólar.
Essa conversão serve para acabar com as disparidades de câmbio entre países. Essa metodologia possui algumas críticas. Porém, a sua intenção é medir o valor da capacidade real da economia em dólar de uma cesta de produtos básicos e verificar o poder de compra do país na aquisição dessa cesta.
Depois disso, a PPC é colocada em uma lista decrescente. Logo, é possível identificar quais países têm um poder de compra maior do que outros. Além disso, é possível verificar quais países apresentam:
1. Baixo poder de compra
Significa que o salário mínimo do país não é suficiente para obter os itens da cesta de produtos básicos. Neste caso, o país pode estar com uma economia em desequilíbrio, com salário real com pouco valor e inflação alta.
2. Alto poder de compra
Significa que o salário mínimo local consegue adquirir mais do que os itens da cesta de produtos básicos. Apesar disso, a economia do país também pode estar em desequilíbrio.
Sendo assim, existe a garantia de que o seu poder de compra com o dinheiro investido, irá subir.
- Leia mais e confira: Como montar uma carteira de investimentos?
Fontes: Serase experian, Remessa online, Serasa