Tipos de tesouro direto: quais são e qual escolher?

Existem alguns tipos de tesouro direto, que variam de acordo com o tipo de remuneração. Vamos saber mais sobre cada um? Vem com a gente!

17 de maio de 2022 - por Jaíne Jehniffer


Antes de escolher onde investir, vale entender o que realmente é o Tesouro Direto e como cada tipo pode se encaixar nos diferentes objetivos financeiros.

Essa é uma das formas mais seguras e acessíveis de começar a investir, mas vale lembrar que cada título tem suas particularidades. Por isso, conhecer bem essas opções é o primeiro passo para encontrar aquela que combina com o próprio perfil e com os seus objetivos para o futuro.

Neste texto, a gente te explica mais sobre isso. Vamos lá?

O que é tesouro direto?

O Tesouro Direto é um programa lançado em 2002 pelo Tesouro Nacional, o órgão que cuida da administração da dívida pública do país.

Ele surgiu para facilitar o acesso de qualquer pessoa aos títulos públicos, permitindo a compra desses papéis diretamente pela internet, sem precisar de grandes investimentos ou mesmo intermediários.

Em outras palavras, funciona como um tipo de empréstimo: o investidor “empresta” dinheiro ao governo e, em troca, recebe o valor de volta com juros em uma data combinada.

Portanto, o tesouro é uma maneira simples e segura de investir, além de ajudar o governo a financiar projetos e serviços públicos.

Quais são os tipos de tesouro direto?

1- Tesouro Prefixado

O Tesouro Prefixado é o título ideal para quem gosta de previsibilidade. Aqui, o investidor já sabe exatamente quanto receberá no final do investimento, pois a taxa de juros é fixada no momento da compra e não muda até o vencimento.

Isso significa que, independentemente das variações do mercado, a rentabilidade contratada será mantida. É como “travar” uma taxa hoje para receber no futuro, o que pode ser vantajoso em momentos em que a tendência é de queda dos juros.

Dentro dessa modalidade, há duas opções:

  • Tesouro Prefixado (simples): o valor investido e os juros são pagos integralmente no vencimento.
  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais: o investidor recebe pagamentos de juros a cada seis meses, funcionando como uma espécie de “renda periódica”.

Essa opção é interessante para quem quer complementar a renda, como aposentados ou quem busca fluxos constantes de recebimento.

Por outro lado, é importante lembrar que, caso o investidor resolva vender o título antes do vencimento, o valor pode oscilar. Se as taxas de juros subirem, o preço do título pode cair, e isso pode gerar perdas no resgate antecipado.

2- Tesouro Selic

O Tesouro Selic é o título mais conservador e estável do Tesouro Direto, sendo muito indicado para quem está começando a investir ou deseja formar uma reserva de emergência.

Ele tem rendimento atrelado à taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, definida a cada 45 dias pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Como essa taxa serve de referência para todas as demais taxas de juros do país, o Tesouro Selic tende a acompanhar as mudanças econômicas.

Por ser um título pós-fixado, sua rentabilidade varia conforme as alterações da Selic:

  • Se a Selic subir, o rendimento aumenta.
  • Se a Selic cair, o retorno diminui.

Apesar disso, o Tesouro Selic é considerado de baixíssimo risco, já que o governo dificilmente deixa de honrar seus compromissos, e o investidor pode resgatar o valor a qualquer momento, sem grandes perdas.

Além disso, é um dos poucos títulos públicos que não sofre oscilações negativas em resgates antecipados, algo que o torna uma das opções mais seguras do mercado financeiro. É o investimento mais indicado para quem busca liquidez e estabilidade.

3- Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+ é um título híbrido, ou seja, combina uma taxa fixa de juros com a variação da inflação (IPCA), o índice oficial que mede o aumento dos preços no Brasil.

Na prática, isso significa que o investidor garante sempre um rendimento acima da inflação, o que preserva o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo.

Por exemplo, se o título paga “IPCA + 5% ao ano” e a inflação for de 4%, o rendimento total será de cerca de 9% no período.

Essa característica torna o Tesouro IPCA+ uma excelente escolha para quem pensa no longo prazo, principalmente em metas como aposentadoria, compra de imóvel, educação dos filhos ou reserva de futuro.

Assim como nas outras modalidades, existem duas versões:

  • Tesouro IPCA+: o rendimento total (juros e correção da inflação) é pago apenas no vencimento.
  • Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais: o investidor recebe juros a cada seis meses, garantindo uma renda recorrente e que pode ser interessante para quem já vive de investimentos.

É importante destacar que, se o investidor vender o título antes do vencimento, o valor pode oscilar conforme o cenário econômico, principalmente se houver variações nas taxas de juros.

Por isso, o Tesouro IPCA+ costuma ser mais indicado para quem pode deixar o dinheiro investido até o prazo final.

4- Tesouro RendA+

O Tesouro RendA+ é uma das modalidades mais recentes do programa, lançada com foco em quem busca renda complementar na aposentadoria.

Nele, o investidor acumula recursos até uma data escolhida para começar a receber os pagamentos mensais, que duram por 20 anos. A rentabilidade é composta por uma taxa prefixada mais a variação do IPCA, garantindo ganho real ao longo do tempo.

Ou seja, é como se fosse uma aposentadoria pública personalizada, feita por conta própria, mas com a segurança do Tesouro Nacional.

Portanto, esse título é ideal para quem quer se planejar com antecedência e ter uma renda garantida no futuro.

5- Tesouro Educa+

O Tesouro Educa+ também é um título recente do Tesouro Direto e foi criado para ajudar famílias a planejar o futuro educacional de forma estruturada e segura.

Ele funciona de maneira parecida com o Tesouro RendA+, mas com foco em quem deseja garantir recursos para a educação, seja dos filhos, netos ou até do próprio investidor.

Aqui, o investidor aplica o dinheiro ao longo do tempo e, a partir de uma data pré-definida, começa a receber pagamentos mensais garantidos por 5 anos consecutivos. Isso permite, por exemplo, que uma criança de 5 anos tenha o início da faculdade aos 18 já com parte das mensalidades asseguradas.

Assim como o RendA+, o Tesouro Educa+ oferece rentabilidade híbrida, combinando uma taxa de juros prefixada com a variação do IPCA. Isso significa que o dinheiro investido não perde valor com o tempo e o retorno é sempre acima da inflação, garantindo poder de compra no futuro.

Além disso, é possível escolher o ano de início dos recebimentos, que pode variar de 2030 até 2055, e definir o prazo de resgate. Ou seja, o investidor pode montar um plano educacional sob medida, de acordo com o momento em que o dinheiro será necessário.

Outro ponto interessante, que ainda vale a pena mencionar, é a possibilidade de resgate antecipado, caso o investidor precise do dinheiro antes do prazo. Embora o ideal seja manter o título até o fim, essa flexibilidade traz mais tranquilidade, especialmente em imprevistos financeiros.

Logo, o Tesouro Educa+ é uma ferramenta pensada para o longo prazo, com o objetivo de tornar o acesso à educação mais previsível e acessível.

Qual o melhor tipo de tesouro direto para investir?

Antes de escolher, vale dar uma olhada com calma no próprio perfil como investidor e entender o que se busca com aquele investimento. O Tesouro Direto tem várias opções, umas mais seguras e previsíveis, outras que podem render mais, mas exigem um pouco mais de paciência.

O segredo, porém, é alinhar tudo isso aos próprios objetivos e ao tempo que se pretende deixar o dinheiro aplicado.

O planejador financeiro e especialista em mercado de capitais Idean Alves explica que o ideal é observar fatores como o prazo de vencimento do título, a taxa de rentabilidade, o valor dos aportes e o tipo de pagamento dos rendimentos, se será de forma periódica ou apenas no final.

O motivo: esses detalhes fazem toda a diferença no resultado.

Por exemplo, quem busca algo mais estável pode se identificar com o Tesouro Selic, ótimo para quem quer ter liquidez e pouco risco. Já o Tesouro IPCA+ costuma atrair quem pensa no longo prazo e quer proteger o poder de compra contra a inflação.

E para quem acredita na queda dos juros e busca um rendimento maior, o Tesouro Prefixado pode ser interessante, desde que se mantenha até o vencimento.

Logo, fica mais do que claro que o melhor título é aquele que conversa com os próprios planos e prazos. Entender o propósito do investimento ajuda a evitar decisões por impulso e resgates antecipados, que muitas vezes comprometem os ganhos.

Fonte: InfoMoney, Tesouro Direto, Bora Investir B3,

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