GDR: o que são e como funcionam os Global Depositary Receipts?

19 de novembro de 2024 - por Nathalia Lourenço


Os Global Depositary Receipts (GDRs) são instrumentos financeiros que permitem aos investidores acessar ações de empresas estrangeiras de forma simples e prática. Eles funcionam como uma espécie de “recibo” emitido por um banco depositário, representando ações de uma empresa que está listada em outro mercado. Essa ferramenta oferece uma maneira conveniente de diversificar o portfólio e acessar empresas de diferentes países, sem a necessidade de negociar diretamente no mercado estrangeiro.

Neste texto, vamos explicar como os GDRs funcionam, suas vantagens, riscos envolvidos e por que se tornaram uma alternativa popular tanto para empresas quanto para investidores ao redor do mundo. Continue lendo para entender melhor esse conceito e como ele pode impactar suas decisões de investimento.

O que são os Global Depositary Receipts?

Os Global Depositary Receipts (GDRs) são títulos financeiros que permitem aos investidores negociar ações de empresas estrangeiras em bolsas de outros países. Um banco emite esses recibos e os utiliza para representar as ações de uma empresa.

Os GDRs se parecem com os American Depositary Receipts (ADRs), mas, ao contrário dos ADRs, os investidores podem negociar os GDRs em várias bolsas de valores, como as de Londres, Hong Kong e Frankfurt. Os GDRs oferecem mais flexibilidade para as empresas e os investidores.

Como funcionam os GDR?

1. Emissão dos GDRs

Uma empresa estrangeira escolhe um banco depositário para emitir os GDRs. Esse banco mantém as ações da empresa e cria os recibos que representam essas ações. Assim, os recibos podem ser negociados no mercado internacional.

2. Negociação dos GDRs

Em seguida, os investidores podem comprar e vender os GDRs em várias bolsas de valores fora do país de origem da empresa. As bolsas mais comuns são em Londres, Frankfurt e Hong Kong. Além disso, cada GDR representa um número específico de ações, como 1 ou 10 ações.

3. Conversão de GDRs em Ações

Os investidores têm a opção de converter os GDRs de volta em ações. Para isso, eles devem solicitar ao banco depositário. No entanto, as regras para conversão podem variar dependendo do banco e das condições de emissão dos GDRs.

4. Pagamentos de Dividendos

Quando a empresa paga dividendos, o banco depositário os repassa aos detentores de GDRs. O pagamento é feito na moeda local da bolsa onde os GDRs são negociados. O banco depositário pode cobrar uma taxa para administrar esse processo.

5. Vantagens para Empresas e Investidores

  • Para as empresas: Elas conseguem acessar mercados internacionais sem precisar listar suas ações diretamente nas bolsas estrangeiras.
  • Para os investidores: Eles podem investir em empresas de outros países sem precisar comprar ações localmente.

Quais são os tipos e características de GDR?

1. Tipos de GDRs

Os GDRs podem ser classificados com base nas características das ações que representam e no mercado onde são negociados.

  • GDRs Nominativos: Nesse caso, o banco depositário registra os GDRs em nome de um investidor específico. Ele mantém o registro dos investidores que possuem os GDRs e, assim, facilita a comunicação direta com os detentores, além de repassar os dividendos.
  • GDRs ao Portador: Diferentemente dos GDRs nominativos, os GDRs ao portador não são registrados em nome de um investidor específico. Ou seja, quem detiver fisicamente o GDR tem os direitos sobre ele.

2. Características dos GDRs

As características dos GDRs determinam como eles funcionam e como os investidores podem negociá-los nos mercados financeiros internacionais.

  • Representação de Ações: Cada GDR representa um número específico de ações de uma empresa estrangeira. Esse número pode variar dependendo do acordo entre a empresa e o banco depositário.
  • Flexibilidade de Mercado: Os investidores podem negociar os GDRs em várias bolsas de valores ao redor do mundo, como Londres, Hong Kong e Frankfurt.
  • Conversibilidade: Além disso, os investidores têm a opção de converter os GDRs de volta em ações da empresa. Para isso, eles devem solicitar a conversão ao banco depositário.
  • Pagamentos de Dividendos: Quando a empresa paga dividendos, o banco depositário repassa esses pagamentos aos detentores de GDRs. Ele pode converter os dividendos para a moeda local da bolsa onde os GDRs são negociados.

3. Vantagens dos GDRs

Os GDRs oferecem vantagens tanto para as empresas quanto para os investidores, permitindo uma maior flexibilidade e acesso a mercados internacionais.

  • Para as Empresas: As empresas podem acessar mercados internacionais de maneira mais simples, sem a necessidade de listar suas ações diretamente nas bolsas estrangeiras.
  • Para os Investidores: Por fim, os investidores podem comprar GDRs e, assim, investir em empresas estrangeiras sem a necessidade de abrir contas ou negociar diretamente nos mercados locais.

Quais são as vantagens de um título GDR?

1. Vantagens para as Empresas

  • Acesso a mercados internacionais: Em primeiro lugar, as empresas podem acessar investidores de outros países sem listar suas ações em várias bolsas. Dessa forma, elas conseguem expandir globalmente de forma mais simples.
  • Menos custos e burocracia: Além disso, em vez de listar suas ações em várias bolsas, as empresas podem usar um banco depositário para emitir os GDRs. Isso reduz custos e facilita o processo, tornando-o mais eficiente.
  • Maior visibilidade e acesso a capital: Consequentemente, os GDRs ajudam as empresas a se tornarem mais conhecidas no mercado global. Como resultado, elas conseguem atrair mais investidores e obter mais recursos financeiros.

2. Vantagens para os Investidores

  • Diversificação global: Por outro lado, os investidores podem comprar ações de empresas de outros países sem sair do seu mercado local. Isso facilita a diversificação do portfólio, aumentando as oportunidades de investimento.
  • Facilidade de negociação: Além disso, os GDRs são negociados nas bolsas locais, sem a necessidade de abrir contas em outros países. Isso torna os investimentos mais simples e acessíveis para todos os investidores.
  • Conversão em ações: Além disso, muitos GDRs podem ser convertidos em ações reais da empresa. Isso dá mais flexibilidade ao investidor, permitindo-lhe escolher a melhor estratégia de investimento.
  • Pagamento de dividendos: Outro benefício é que, quando a empresa paga dividendos, o banco depositário os repassa para os investidores. O pagamento é feito na moeda local, o que facilita o processo para os investidores.

3. Vantagens para o Mercado

Finalmente, os GDRs ajudam a criar um mercado mais global e conectado. Isso aumenta a liquidez e torna o mercado mais eficiente para todos os participantes.

E quais são os riscos dos Global Depositary Receipts?

Riscos dos Global Depositary Receipts (GDRs)

Embora os Global Depositary Receipts (GDRs) ofereçam vantagens, como a possibilidade de investir em empresas estrangeiras, eles também apresentam riscos. Tanto os investidores, quanto as empresas e o mercado devem estar cientes desses riscos.

Riscos para os Investidores

Um dos maiores riscos para os investidores é o risco de câmbio. Os GDRs representam ações de empresas estrangeiras e são negociados em moedas diferentes da moeda local do investidor. Se a moeda da empresa se desvalorizar em relação à moeda do investidor, o valor do GDR pode cair, mesmo que o valor das ações da empresa permaneça o mesmo.

Outro risco importante é o risco de liquidez. Se a empresa emissora dos GDRs não for amplamente negociada ou se a demanda for baixa, o investidor pode ter dificuldade para comprar ou vender os GDRs. Isso pode aumentar a volatilidade e dificultar a realização de transações.

Além disso, o risco de governança e regulação também deve ser considerado. Os GDRs estão sujeitos às regras do país da empresa emissora e às do banco depositário. Se houver falta de transparência ou discrepâncias nas práticas de governança, os investidores podem enfrentar problemas relacionados à conformidade regulatória e à proteção de seus direitos.

O risco de conversão também é relevante, já que a conversão de GDRs em ações pode ser mais cara e demorada do que o esperado.

Riscos para as Empresas Emissoras

As empresas que emitem GDRs enfrentam o risco de imagem e confiança. Elas têm a responsabilidade de garantir que os investidores recebam os benefícios, como os dividendos. Se o banco depositário não cumprir essas obrigações ou houver falhas no processo, a reputação da empresa pode ser prejudicada. Isso pode afetar a confiança dos investidores.

Além disso, as questões regulatórias e jurídicas representam riscos. As empresas precisam seguir tanto as regulamentações locais quanto as dos mercados onde os GDRs são negociados. Mudanças nas leis ou problemas legais podem obrigar a empresa a suspender a emissão de GDRs ou até a cancelar sua negociação. Isso prejudicaria tanto a empresa quanto seus investidores.

Outro risco para as empresas são os custos adicionais. Emitir GDRs envolve taxas ao banco depositário e outros custos administrativos. Se a demanda pelos GDRs for baixa, esses custos podem afetar a rentabilidade da empresa.

Riscos para o Mercado

Do ponto de vista do mercado, o risco de volatilidade é importante. O preço dos GDRs pode ser muito volátil, especialmente se as ações das empresas emissoras forem sensíveis a mudanças no mercado global. Em setores de alto risco ou mercados emergentes, as flutuações podem ser ainda maiores, o que aumenta o risco para os investidores.

Além disso, há o risco de falha do banco depositário. Se o banco depositário enfrentar problemas financeiros ou operacionais, isso pode afetar a negociação e conversão dos GDRs. Em casos mais graves, os investidores podem ter dificuldades em acessar os GDRs ou até perder seus investimentos.

Fontes: suno, maisretorno, topinvest, akeloo e glossariofinanceiro

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