Tarifaço do século, Lira assume isenção de IR. Ronaldo Caiado presidente?

Quer ficar por dentro das notícias mais relevantes das últimas horas? Foi dada a largada para a corrida presidencial de 2026! O Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lançou sua pré -candidatura a Presidente da República, em Salvador. O goiano é o primeiro político a oficializar em um evento o desejo de ser candidato a presidente.

Ainda sobre o Brasil, o ex-presidente da Câmara, o Deputado Arthur Lira (PP), será o relator do projeto que amplia a faixa de isenção do IR das Pessoas Físicas para R$5 mil. A escolha foi anunciada pelo presidente da Casa.

Na pauta internacional, um dos assuntos que vamos abordar melhor é sobre como o Brasil foi afetado pelo novo tarifaço de Trump. Mas, antes, vamos aos índices!

Índices

🌏 Brasil

O Ibovespa opera em alta, com 132 mil pontos, após o Brasil receber a tarifa mínima de 10% determinada pelos EUA.

🌏 EUA

Já os principais índices de Wall Street registram forte queda. Dow Jones caiy 3,53%, para 40.735,53 pontos e o S&P 500 perde 4,04%, para 5.442,13 pontos. Já o Nasdaq Composite afunda 5,20%, para 16.685,61 pontos.

O Índice Dólar DXY também opera em queda de 1,78%. O índice mede o desempenho do dólar contra uma cesta de moedas: o euro, de maior peso, além da libra esterlina, dólar canadense, iene, coroa sueca e franco suíço. Todas são consideradas fortes reservas de valor. 

🌏 Ásia-Pacífico

As bolsas asiáticas fecharam em baixa após o presidente dos EUA, impor pesadas tarifas recíprocas a importações globais. Liderando as perdas, o índice japonês Nikkei caiu 2,77% em Tóquio, a 34.735,93 pontos, sob o peso de ações de chips e de bancos.

🌍 Europa

As bolsas europeias também fecharam em forte queda após Donald Trump, anunciar uma tarifa agressiva de 20% para a União Europeia. 

Empresas com forte exposição ao comércio global foram as mais afetadas. A Adidas despencou 11,7%. O índice Stoxx Autos recuou 3,3% após a entrada em vigor da tarifa de 25% sobre veículos importados pelos EUA. Entre as montadoras, a Stellantis sofreu uma queda de 8%, enquanto Mercedes e Volkswagen recuaram 4,1% e 4,4%.

🌍 Commodities

Os contratos futuros do minério de ferro caíram depois do anúncio de Trump. Embora a demanda sazonal pelo ingrediente de fabricação de aço tenha ajudado a amortecer a tendência de queda dos preços. Agora o preço do Minério de ferro 62% CFR é 104,25.

Já a cotação futura para junho de 2025 do barril de petróleo tipo brent registra queda de 6,84%, aos US$69,82. O barril tipo brent atingiu US$69,48 na mínima do dia. Já o WTI recuou 7,35%, aos US$66,44. Na mínima, atingiu US$65,99.

🌍 Criptos

O Bitcoin caiu 6,03%, chegando a US$81,7 mil. O Ethereum (ETH), por exemplo, acumula queda de 7,06% nas últimas 24 horas, enquanto a Solana (SOL) recuou 12,47% no mesmo período. 

Internacional

Tarifaço de Trump

Como prometido, Donald Trump, anunciou na última quarta-feira uma série de tarifas. O Brasil ficou entre os países menos afetados, com uma taxação de 10% sobre seus produtos.

Outros países que serão taxados em apenas 10% são: Reino Unido, Singapura, Austrália, Nova Zelândia, Turquia, Colômbia, Argentina, El Salvador, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

Entre os mais prejudicados temos: União Europeia (20%), China: (54%), Vietnã (46%), Tailândia (36%), Japão (24%), Camboja (49%), África do Sul (30%) e Taiwan (32%).

Qual é a fórmula do tarifaço de Trump?

Segundo o Escritório do Representante de Comércio dos EUA, a fórmula usada para calcular as tarifas divide o superávit comercial de um país com os EUA pelo total de suas exportações. E faz isso com base em dados do Censo dos EUA de 2024. O resultado então foi dividido por dois, produzindo o que foi chamado por Trump de taxa “descontada”.

A China, por exemplo, teve um superávit comercial de US$ 295 bilhões com os EUA no ano passado, sobre um total de exportações chinesas de US$438 bilhões. Ou seja, uma proporção de 68%. Dividido por dois, de acordo com a fórmula de Trump, isso resultou em uma tarifa de 34%. 

Como cada país reagiu?

A União Europeia e a China prometeram retaliação. Já a Austrália respondeu que “este não é o ato de um amigo”. A Índia disse que vai estudar o impacto de tarifa dos EUA e buscará um acordo comercial.

O Brasil se manifestou em nota conjunta divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), afirmando que “lamenta a decisão tomada pelo governo norte-americano”. E que apesar disso, se mantém aberto ao diálogo, mas avalia “todas as possibilidades de ação, inclusive recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC)”.

Mas, nos bastidores, a avaliação do Governo Lula é que o Brasil acabou se dando relativamente bem. A sensação, portanto, foi de alívio, pois o governo chegou a acreditar que Trump imporia taxas de até 20% ao Brasil.

Volkswagen e Mercedes reagem a tarifas

A Volkswagen informou que irá adicionar taxas de importação aos preços dos veículos enviados para os EUA, refletindo o impacto imediato da tarifa de 25% imposta por Trump. Já a Volvo e o grupo Mercedes-Benz afirmaram que vão avaliar a expansão de suas operações nos EUA, para evitar encargos.

As fabricantes alemãs estão entre as mais afetadas pelas novas tarifas. Por isso, é provavel que ocorra um aumento significativo nos custos, o que deve desorganizar cadeias de suprimento. A forte demanda por SUVs de maior margem de lucro e a adoção mais lenta de veículos elétricos pelos consumidores americanos torna o mercado dos EUA especialmente atrativo para marcas como Mercedes, BMW e Porsche.

No entanto, o mercado reagiu de imediato! As ações das montadoras alemãs caíram, com VW e Mercedes registrando queda superior a 3% e BMW recuando até 4,3%.

Tarifas de Trump atingem até ilhas quase desabitadas

Chamou bastante atenção que as novas taxas de Trump abrangem um conjunto improvável de alvos: ilhas remotas, que praticamente não têm comércio com os EUA. Esse é o caso do arquipélago norueguês de Svalbard e das Ilhas Heard e McDonald, da Austrália. 

Esses territórios, conhecidos principalmente por suas colônias de pinguins, tiveram exatamente zero comércio com os EUA no ano passado. No entanto, sob o plano de Trump,  as importações vindas dessas ilhas – por mais hipotéticas que sejam, agora estarão sujeitas a uma tarifa de 10%. 

Alguns territórios, no entanto, não tiveram a mesma sorte.

A Ilha Norfolk, um pequeno território australiano no Pacífico, enfrentará uma tarifa de 29% – quase três vezes mais do que os 10% aplicados à Austrália continental. A discrepância deixou o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, perplexo. A ilha de 2 mil habitantes tem um comércio ínfimo com os EUA. Em 2023, a ilha exportou US$655 mil aos EUA, majoritariamente calçados de couro. No entanto, quase não há registro de comércio entre a ilha e o território americano. 

A ilha da Reunião, território ultramarino francês, enfrentará uma tarifa de 37%. Enquanto que a União Europeia como um todo, será taxada em apenas 20%. 

Já as Ilhas Malvinas, território britânico com uma longa história de sensibilidade política, estarão sujeitas a uma tarifa de 41%. O que é quatro vezes superior à taxa imposta ao Reino Unido. Considerando que as principais exportações das Malvinas são lã e lula, a medida parece menos um ataque econômico e mais um gesto simbólico.

Pesquisa indica Jordan Bardella como herdeiro dos votos de Le Pen

A pesquisa Toluna Harris Interactive, encomendada pela rede de televisão francesa “RTL”, mostra que Jordan Bardella é o herdeiro dos votos de Le Pen. O deputado apareceu na pesquisa com 36% das intenções, exatamente o mesmo número que Le Pen tinha nas pesquisas anteriores.

Na última segunda-feira, Le Pen foi condenada em primeira instância a inelegibilidade de cinco anos e quatro anos de prisão. Além disso, uma multa no valor de € 100 mil por desvio de verbas do parlamento europeu para o seu partido: Reunião Nacional. No entanto, o caso ainda cabe recurso.

No entanto, caso as demais instâncias confirmem a decisão da primeira, Bardella poderá tomar o lugar de Le Pen na corrida presidencial.

Quem é Jordan Bardella?

Afilhado político da Le Pen, o deputado de 29 anos é filho de pais italianos e nasceu em Drancy, comuna do subúrbio de Paris. Aos 16 se filiou ao Reunião Nacional e rapidamente cresceu dentro do partido. Foi eleito deputado e assumiu liderança da bancada no parlamento com 85% dos votos.

Recentemente, se envolveu em uma polêmica após a emissora France 2, revelar a existência de uma conta no X administrada por Bardella sob o pseudônimo de RepNatdu Gaito. O perfil estava repleto de comentários racistas e homofóbicos. No entanto, Jordan Bardella nega ser proprietário da conta.

Caso Bardella seja eleito em 2027, será o presidente mais jovem da história da França, assumindo o comando da maior potência militar da Europa com apenas 31 anos. Superando inclusive Macron, que até então é o presidente mais jovem do país. 

Nacional

Lira será o relator do projeto de isenção do IR

O ex-presidente da Câmara, o Deputado Arthur Lira (PP), será o relator do projeto que amplia a faixa de isenção do IRPF para R$5 mil. A escolha foi anunciada pelo presidente da Casa, Deputado Hugo Motta (Republicanos), no X. 

A definição, além de manter Lira como um dos protagonistas em Brasília, foi lida como um gesto de gratidão de Motta pelo apoio do político durante a eleição para o comando da Câmara.

Motta é afilhado político de Lira e ambos são pupilos de Eduardo Cunha (príncipe suiço).

Uma derrota para o Governo Lula

Como o projeto é visto como a última cartada de Lula para recuperar a popularidade na reta final do mandato, o presidente trabalhou até o último momento para um deputado do PT ser o relator do projeto. No entanto, não houve um acordo com o Centrão e ele foi derrotado.

Entretanto, ficou acertado com Lula que o PT vai presidir a comissão que vai analisar o projeto. Por isso, o comando ficou com Rubens Pereira Jr, do Maranhão. O parlamentar é vice-líder do governo na Câmara.

Já na Faria Lima, a escolha por Lira agradou. O alagoano tem um bom diálogo com o mercado financeiro e tem um histórico de responsabilidade fiscal e corte de gastos.

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O texto deve ser alterado pelos deputados

Lira já adiantou que o texto deve ser alterado pelos deputados. Uma proposta alternativa está sendo elaborada pelo PP e deverá ser considerada durante a tramitação do projeto.

Segundo informações de bastidores, o projeto alternativo mantém a isenção para os brasileiros que ganham até R 5 mil por mês, mas oferece formas de compensação diferentes das apresentadas pelo governo.

De acordo com o projeto do governo, será criado uma alíquota extra de 10% para quem ganha mais de R$50 mil por mês. Isso será feito para compensar a perda de receitas que a isenção do IR trará. 

Processo Legislativo

O texto começará a tramitar na Câmara dos Deputados e deve ser analisado por comissões antes de ir ao plenário da Casa. Se aprovado, o texto seguirá para análise do Senado.

A expectativa do governo é de que a nova faixa de isenção esteja em vigor para a campanha do IR de 2026. No entanto, para tal, o projeto de lei precisa ser aprovado e sancionado ainda este ano.

Além disso, o governo federal propôs descontos para os contribuintes com renda mensal entre R$5 mil e R$7 mil. Com a proposta, a população dessa faixa terá descontos de até 75% sobre o imposto.

Aegea estuda IPO até o final do ano

A companhia de saneamento Aegea está estruturando uma operação para reforçar seu capital. O intuito é fazer isso por meio de empréstimos no mercado e uma oferta inicial de ações (IPO). 

A Aegea atualmente é uma das maiores empresas de saneamento do país. A empresa afirma ter operações em 766 cidades em 15 estados do país, que atende 33 milhões de pessoas.

As conversas com instituições financeiras para uma futura modelagem da operação seguem em curso e os bancos têm até o final deste mês para entregarem suas propostas.

A expectativa nos bastidores do mercado é que a estreia na bolsa ocorra no quarto trimestre. A expectativa é que o feito movimente algo entre R$8 bilhões e R$10 bilhões. 

Atualmente, a Aegea tem como sócios a empresa de infraestrutura Equipav (com 53% do capital total), o fundo soberano de Cingapura (34%) e a Itaúsa (13%).

Os recursos levantados seriam utilizados para fazer frente à agenda de compromissos assumidos em concessões vencidas nos últimos anos. Além disso, a Argea quer concorrer em novos leilões previstos para este ano, entre os quais estão Pernambuco e Pará.

Em dezembro, a Equipav, que tem 70% da Aegea, fez uma captação para reforçar seu braço de saneamento e apoiar as necessidades da empresa. Segundo dados do BNDES, a previsão é que as concessões em água e esgoto demandem R$90 bilhões em investimentos privados nos próximos dois anos.

Ronaldo Caiado lança pré-candidatura

O Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lançou sua pré-candidatura a Presidente da República, em Salvador. O goiano é o primeiro político a oficializar em um evento o desejo de ser candidato a presidente em 2026.

A escolha de lançar a sua pré-candidatura na Bahia é estratégica, já que o estado segue sendo um dos principais redutos eleitorais do PT, partido do presidente Lula.

Caso a pré-candidatura se concretize em uma candidatura, será a segunda vez que Ronaldo Caiado disputará a Presidência. Em 1989, ele concorreu ao cargo na primeira eleição direta do país após a redemocratização, mas não teve sucesso. Naquele pleito, Fernando Collor saiu vitorioso.

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Quais os desafios?

Ronaldo Caiado agora tem pela frente uma série de desafios partidários e eleitorais para se viabilizar. O primeiro envolve o seu partido, o União Brasil, que está totalmente rachado.

Uma ala defende apoio à reeleição de Lula (o partido comanda 3 ministérios). Enquanto outra ala acredita que o melhor caminho é apoiar a candidatura de Tarcísio. Além disso, o União Brasil negocia uma federação partidária com o PP, partido aliado de Jair Bolsonaro.

Outro desafio de Ronaldo Caiado envolve o “desconhecimento da população”. Goiás representa apenas 2% do eleitorado nacional, um número irrisório se comparado a SP de Tarcisio ou MG de Zema, que largam na frente diante do tamanho dos seus respectivos estados.

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