Fundos de infraestrutura (FI-Infra): o que são, vantagens, riscos

O fundos de infraestrutura (FI-Infra) são fundos de investimento com foco na aplicação em títulos de dívidas de empresas privadas que atuam no setor de infraestrutura.

8 de novembro de 2022 - por Jaíne Jehniffer


Os fundos de investimento em infraestrutura (FI-Infra) são uma alternativa bem atrativa para quem busca rentabilidade isenta de imposto e exposição a setores essenciais da economia.

Esses fundos aplicam recursos em títulos de dívida emitidos por empresas privadas que atuam em áreas importantes, como energia, transporte, saneamento, financiando projetos que ajudam no desenvolvimento do país.

O que são os Fundos de infraestrutura (FI-Infra)?

Os fundos de investimento em infraestrutura, também conhecidos como FI-Infra, são uma forma de aplicar dinheiro em projetos que ajudam no desenvolvimento do país.

Neste tipo de investimento, o investidor aporta recursos e, com isso, contribui para o financiamento de obras e serviços essenciais que movimentam a economia.

Esses fundos direcionam o capital para áreas como ferrovias, rodovias, portos, geração e transmissão de energia, saneamento básico, telecomunicações, entre outros setores bem importantes.

Como funcionam os Fundos de infraestrutura (FI-Infra)?

Os fundos de investimento em infraestrutura funcionam como uma ponte entre investidores e empresas que precisam de recursos para tirar projetos do papel, ou mesmo expandi-los.

Esses fundos aplicam o dinheiro dos cotistas em títulos de dívida emitidos por empresas privadas, com o objetivo de financiar obras e serviços em alguns setores que a gente viu, como energia, transporte e saneamento.

Na prática, o investidor passa a ser uma espécie de financiador desses projetos e, em troca, recebe uma remuneração, seja por meio de rendimentos periódicos ou pela valorização das cotas ao longo do tempo.

Esses fundos são formados por meio de ofertas públicas, ou seja, são lançados no mercado com um volume específico de captação. Depois disso, as cotas passam a ser negociadas na bolsa, o que permite que qualquer investidor possa comprá-las no chamado mercado secundário, como acontece com ações ou fundos imobiliários.

Dentro desse tipo de investimento, existem duas formas de retorno:

  • Renda: refere-se ao recebimento de rendimentos periódicos, geralmente mensais ou semestrais, que vêm dos juros pagos pelas empresas que tomaram o empréstimo.
  • Ganho de capital: acontece quando o investidor compra uma cota por um preço e, com o tempo, consegue vendê-la por um valor maior, lucrando com essa valorização.

Setores da economia que os fundos de infraestrutura estão presentes

1- Energia

Um dos destinos dos recursos dos FI-Infra. Eles ajudam a financiar desde grandes usinas hidrelétricas até parques de energia solar e eólica.

Além disso, apoiam a construção de linhas de transmissão que levam energia de onde é gerada até os centros consumidores.

2- Transporte

Rodovias, ferrovias, portos e aeroportos também compõem o rol de áreas de investimento.

3- Saneamento básico

Os fundos de infraestrutura também podem financiar obras de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, contribuindo para a saúde pública e o meio ambiente.

4- Meio ambiente

Por fim, projetos voltados à sustentabilidade, como gestão de resíduos, geração de energia limpa também são alvos desses fundos.

Quem deve investir em FI-Infra?

Alguns perfis de investidores que podem se encaixar no FI-Infra são:

  • Investimento a longo prazo;
  • Para quem deseja diversificar a carteira;
  • Com foco em proteção patrimonial e renda estável;
  • Investidores com perfil moderado a arrojado;
  • Para quem busca a isenção de impostos.

Quais são as vantagens de investir em FI-Infra?

Uma das grandes vantagens dos fundos de infraestrutura para quem investe como pessoa física é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos.

Isso significa que o que entra na conta como retorno é totalmente líquido. Na prática, esse benefício fiscal aumenta a rentabilidade final do investimento.

Outro ponto positivo é contar com a gestão profissional. O fundo é administrado por especialistas do mercado, que fazem a seleção dos ativos, acompanham os projetos e tomam as decisões importantes.

Ou seja, o investidor não precisa se preocupar em analisar cada título individualmente, já que essa parte fica com quem entende do assunto.

Esses fundos também costumam ter um fluxo de caixa mais previsível, o que pode ser interessante para quem busca uma renda recorrente. Em muitos casos, os pagamentos vêm de contratos de longo prazo com empresas ou órgãos públicos, o que ajuda a garantir certa estabilidade nas distribuições de rendimentos.

Outro atrativo é a baixa volatilidade. Quando comparados a ativos como ações, por exemplo, os fundos de infraestrutura tendem a oscilar menos, o que pode ser mais confortável para quem não gosta de grandes emoções na carteira.

E, para fechar, tem o lado social do investimento: ao aplicar nesses fundos, o investidor também está contribuindo com o desenvolvimento do país. Os recursos vão para obras e serviços que melhoram a infraestrutura brasileira, algo que gera empregos, movimenta a economia e traz benefícios concretos para a sociedade.

Quais são as desvantagens e riscos de investir em FI-Infra?

Apesar das vantagens dos Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra), como o potencial de bons rendimentos e isenção de imposto de renda sobre os dividendos, também existem alguns pontos de atenção que vale a pena considerar antes de investir.

Um deles é a taxa de administração. Essa cobrança é comum em praticamente todos os fundos de investimento, mas nos FI-Infra ela pode pesar um pouco mais no bolso, principalmente se comparada ao investimento direto em títulos de renda fixa, como as debêntures incentivadas.

Isso porque, ao comprar esses papéis diretamente, o investidor não precisa pagar essa taxa, o que, na prática, significa um custo menor e um rendimento potencialmente maior.

Outra limitação importante é a quantidade de opções disponíveis no mercado. Ainda há poucos FI-Infra listados na bolsa, o que reduz a variedade para quem quer diversificar. E como o volume de negociações diárias também costuma ser baixo, isso impacta diretamente na liquidez do fundo.

Em situações como essa, o spread pode ser bem alto. Isso quer dizer que o investidor pode acabar comprando por um valor mais caro e, se quiser vender logo, talvez precise aceitar um preço mais baixo, o que pode gerar perdas.

Além disso, os FI-Infra carregam riscos típicos de quem investe em crédito privado. Um deles é o risco de crédito, que nada mais é do que a possibilidade de a empresa emissora do título não honrar sua dívida. Ou seja, infelizmente, o investidor pode não receber o valor aplicado e os juros prometidos se o emissor enfrentar dificuldades financeiras.

Outro ponto importante é o risco de liquidez. Isso acontece quando há dificuldade em vender as cotas no mercado secundário, seja por falta de interessados ou pela necessidade de aceitar um valor abaixo do esperado para conseguir sair do investimento.

E, por fim, como em qualquer aplicação que envolve mercado financeiro, também existe o risco de mercado. Mudanças nas taxas de juros, no cenário econômico ou mesmo nas condições do setor de infraestrutura podem afetar o valor das cotas e causar perdas.

Como escolher e investir em Fundos de infraestrutura (FI-Infra)?

1- Defina os objetivos

Antes de qualquer coisa, escolher um fundo de infraestrutura pede uma atenção maior quando o assunto é entender os seus objetivos e também quais são os seus principais riscos.

2- Escolha o Setor

Após entender um pouco mais sobre como esse tipo de investimento funciona, chegou a hora de definir o setor, já que ele é bem amplo. Alguns envolvem projetos sustentáveis, transporte, energia e muito mais.

3- Analisar os ativos dos fundos

Nesta estapa, é muito importante estudar quais ativos compõem o fundo, já que eles precisam, essencialmente, estar alinhados com os seus objetivos.

4- Avaliar a gestora do fundo

Outra etapa muito importante é verificar a reputação e experiência de mercado da equipe de gestão, já que isso indica, de forma concreta, se um fundo é de boa qualidade ou não.

5- Analisar o histórico de investimento

Para quem deseja investir no FI-Infra, a avaliação do histórico de rendimentos também é uma etapa importante. Afinal, é uma forma de verificar a consistência dos investimentos.

6- Opções com portfólio diversificado

Fundos com maior diversificação do portfólio pode ajudar a dar uma minimizada nos riscos.

7- Compreender as taxas

Aqui, é muito importante estar atento a taxa de administração e, também, a taxa de performance. O motivo: elas podem afetar o seu rendimento.

8- Avaliar o prazo de Investimento

A essa altura, você já sabe que esse tipo de investimento acontece a longo prazo. Por isso, faça uma análise se esse tempo para ter retorno está alinhado com os seus objetivos pessoais.

9- Consultar um especialista

Caso tenha muitas dúvidas sobre esse tipo de investimento, o ideal mesmo é buscar o apoio de um especialista para entender afundo e buscar as melhores opções.

10- Monitore os seus investimentos

Por fim, mas não menos importante, quando você investe em um FI-INFRA, você precisa acompanhar como anda os rendimentos. Isso te ajuda a ter um certo controle, e também fazer ajustes sempre que surgir a necessidade.

Diferenças entre FIIs e FI-Infra

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e os Fundos de Investimento em Infraestrutura (FI-Infra) têm propostas bem diferentes.

Uma das principais distinções entre eles está no fluxo de geração de receita. Os FIIs, como o nome já indica, investem em imóveis físicos (como shoppings, galpões logísticos, escritórios e hospitais) ou em títulos ligados ao setor imobiliário.

Eles costumam gerar uma renda recorrente por meio do aluguel desses imóveis, o que dá certa previsibilidade ao investidor. Além disso, quando algum imóvel é vendido ou passa por melhorias, o fundo pode se valorizar ainda mais, o que ajuda a renovar o portfólio com o tempo e reduzir muitos riscos.

Já os FI-Infra funcionam de forma um pouco diferente. Eles investem em projetos de infraestrutura, como rodovias, linhas de transmissão de energia, ferrovias e saneamento básico. Esses investimentos costumam ter um prazo definido e estão ligados a contratos de concessão.

Diante disso, quando o contrato termina, o ativo volta para o poder público, ou seja, não é algo permanente. Por isso, esses fundos costumam ter um risco maior, já que o retorno depende do bom andamento do projeto e dos dividendos gerados durante esse período.

Como declarar os Fundos de infraestrutura (FI-Infra)?

Os fundos de infraestrutura oferecem uma vantagem muito atrativa: os rendimentos distribuídos para pessoas físicas são isentos de Imposto de Renda.

Mesmo assim, é obrigatório informar esses valores na declaração anual. A boa notícia é que o processo é simples. Confira:

Passo 1 – Declare o investimento

Comece informando o valor que tinha investido no fundo até o último dia do ano-base da declaração. Para isso, vá até a aba “Bens e Direitos”.

Passo 2 – Informe os rendimentos

Agora é hora de declarar os rendimentos que recebeu ao longo do ano, mesmo sendo isentos de IR. Para isso:

  • Vá até a aba “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”
  • Escolha o código “99 – Outros”
  • No campo de descrição, escreva: “Rendimento de FI-Infra listado”
  • Preencha o CNPJ da fonte pagadora
  • Coloque também o nome da fonte pagadora

Por fim, no campo “Valor”, informe exatamente o valor dos rendimentos isentos que recebeu no ano.

Vale a pena investir em Fundos de Infraestrutura?

Investir em fundos de infraestrutura pode, sim, ser uma ótima escolha, especialmente para quem busca diversificar a carteira e aumentar o potencial de retorno com mais inteligência.

Uma das grandes vantagens desse investimento, como a gente já viu, é a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos para pessoas físicas. Isso significa que o valor que entra na conta do investidor é integral, sem descontos.

Além disso, outro ponto importante é que os FI-Infra ajudam a dar mais equilíbrio à carteira. Como costumam apresentar baixa volatilidade e renda mais estável, podem ser um bom complemento a ativos mais arriscados.

Por fim, a gente não pode deixar de mencionar que esse tipo de fundo contribui diretamente para o desenvolvimento da infraestrutura do país, apoiando projetos que geram emprego, impulsionam a economia e melhoram a qualidade de vida da população.

Ou seja, muita gente sai ganhando, né?

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Fontes: Santander, Suno, Toro Blog, Finclass, Cnn Brasil, Xpi, Fund explorer.

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