Como o dinheiro é feito?


Como o dinheiro é feito é uma dúvida que já passou pela mente da maioria dos brasileiros. Afinal de contas, todos nós sabemos que não podemos produzir dinheiro por conta própria e que existem mecanismos de segurança para evitar a falsificação das notas.

O processo de produção de dinheiro envolve várias etapas. Para você ter uma ideia, apenas a etapa de coloração das notas envolve 17 camadas de tinta. Além disso, usa-se um papel especial para a produção de cédulas e vários testes são feitos durante a produção do dinheiro. Como, por exemplo, o teste de porosidade.

Enfim, a fabricação de dinheiro é um processo bem trabalhoso e minucioso, que deve seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para que as notas sejam perfeitas.

Onde é feito o dinheiro no Brasil?

No Brasil, somente a Casa da Moeda pode imprimir dinheiro. A produção de dinheiro passa por algumas etapas. Na primeira camada da impressão, é aplicada uma tinta invisível que pode ser percebida apenas ao se colocar a nota contra a luz azul.

Nessa etapa é feita a filigrana, uma figura conhecida como marca d’água que aparece nas notas a serem postas contra luz. Já na segunda impressão, coloca-se os itens de identificação. Depois disso, as notas ficam dois dias em processo de secagem.

O próximo passo é a calcografia, isto é, a impressão em relevo de certas informações. Por fim, ocorre ainda a impressão onde são postos os números que mudam de cor. Esse processo ocorre apenas nas cédulas de R$10,00, R$20,00 e R$200,00.

Processos que o dinheiro passa ao ser fabricado

O dinheiro é feito por meio de várias etapas e processos:

1- Uso de papel especial

As notas são produzidas com um papel especial, com fibra de algodão e outros componentes, cuja produção conta com camadas sobrepostas. As camadas externas do papel são feitas com pasta de madeira, já a segunda camada, chamada de lâmina do meio, é 100% algodão.

O resultado da produção com esse papel especial é uma nota extremamente resistente e áspera, uma textura completamente diferente de uma folha A4, por exemplo. Logo, ao pegar uma nota, é importante verificar a textura do papel. 

Esse papel é escolhido por causa da sua resistência e para dificultar a produção de notas falsas. Inclusive, a aspereza do papel é uma dos itens a ser verificado na hora de receber uma nota.

2- Normas da ABNT

Todos os anos, o Banco Central do Brasil (Bacen), junto com a casa da moeda, decide a quantidade de dinheiro que a Casa da Moeda irá produzir. Na prática, a Casa da Moeda produz o dinheiro, enquanto o Bacen distribui e controla a sua circulação.

Como a fabricação de dinheiro é um trabalho bem minucioso, ele segue as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A fiscalização ocorre desde que o papel chega na Casa da Moeda, até a última etapa da produção do dinheiro. Portanto, todo o processo de fabricação de dinheiro segue as regras da ABNT.

Por exemplo, a Casa da Moeda pesa cada folha em uma balança eletrônica e as fibras internas do papel são conferidas com microscópio. Isso é feito para analisar a aspereza, opacidade e alvura do papel. Além disso, existe um teste que verifica o quanto é difícil remover as fibras das superfícies das notas.

3- Conferência da porosidade e teste de dupla dobra

A porosidade do papel é essencial para absorver as tintas e para colocar os itens de segurança de uma cédula. Sendo assim, os poros são medidos por uma máquina, para que os seus tamanhos estejam de acordo com as normas da ABNT.

Por outro lado, o teste de dupla dobra, ou teste de dobradura, serve para testar a resistência do papel. Basicamente, uma máquina de dupla dobra pega uma nota e dobra e desdobra a cédula várias vezes no mesmo ponto.

No dia a dia, nós dobramos muitas vezes as notas, então esse teste serve para garantir que a nota não vai rasgar facilmente após algumas dobradas.

4- Inserção dos itens de segurança

As notas contam com vários itens de segurança, que variam de acordo com o valor da nota. Por exemplo, nas notas de R$10,00, R$20,00 e R$200,00 os sinais que indicam o valor da nota têm um efeito metálico, que pode ser notado ao se virar a nota em diferentes posições.

Outro mecanismo é o fio de segurança dentro do papel, que se coloca no momento da impressão. Esse fio está presente nas notas de R$10,00, R$20,00, R$50,00 e R$100,00 e R$200,00.

O quesito segurança é muito importante e está em pauta desde as impressoras. Para você ter uma ideia, somente uma empresa fabrica máquinas de imprimir papel-moeda: a marca alemã Koenig & Bauer. Mas a Casa da Moeda do Brasil aprimorou as partes técnicas do equipamento alemão e o patenteou.

5- Coloração do dinheiro

A coloração das cédulas ocorre por meio de 17 camadas. Aplica-se as 10 primeiras camadas em quase toda a nota para colorir o fundo. As próximas 6 camadas servem para compor a calcografia, ou seja, a impressão em relevo de certas informações.

Todo esse processo de coloração é feito em uma matriz de metal, geralmente de cobre, mas também pode ser de zinco, aço, latão amarelo, ferro ou alumínio. Por fim, a última camada de impressão é uma mistura de óxido de ferro, que tem magnetismo.

Um detalhe importante é que, antes de ser usadas nas impressões, as tintas passam por 18 testes de laboratório para verificar a sua resistência nas cédulas. 

6- Impressão

Por fim, o dinheiro é feito através de um processo de impressão ocorre em três etapas:

  • Impressão do fundo em offset a seco. As offsets convencionais selecionam áreas do papel onde deve ocorrer a aplicação da tinta. Já na offset a seco, as matrizes são em relevo e as partes ressaltadas é que tocam o papel. Nessa máquina, a impressão ocorre dos dois lados ao mesmo tempo, para não haver desencontro de linhas e formas de um lado e do outro.
  • Na segunda etapa, as notas vão para a impressora Intagiocolor, que dá relevo para a impressão. Uma curiosidade é que a aplicação da tinta no papel ocorre por meio de uma força equivalente a várias toneladas, isso faz com que a tinta entre nas pequenas rachaduras a mão no metal da matriz. 
  • Por fim, a última etapa é a Super Numerota, que grava o número de série e as chancelas do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central.

Quando as notas ficam prontas, ocorre a revisão das cédulas uma a uma, na seção de crítica. Uma curiosidade é que essa revisão é feita apenas por mulheres, pois acredita-se que os homens não têm a acuidade necessária para encontrar pequenas falhas de impressão olhando a nota rapidamente. 

Fontes: Indústria Hoje, Diário do Grande ABC, Suno, Fdr, Segredos do mundoBanco 24 horas, Dgabc e Educacional.

Conte-nos a sua opinião...