Fundos de papel, o que são? Como funcionam, FII de tijolo e como investir

15 de janeiro de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 6 min, 4 seg


Os fundos de papel são um tipo de fundo de investimento focados em aplicações de renda fixa no setor imobiliário. Dessa maneira, os fundos de papel possuem sua rentabilidade derivada de ativos como LCIs e CRIs. 

Por realizarem investimentos em ativos de renda fixa, os fundos de papel são considerados menos arriscados. Portanto, são uma boa opção para as pessoas que possuem um perfil mais conservador. 

Além disso, os fundos de papel, assim como os demais tipos de fundos de investimentos, são uma boa opção para a diversificação da carteira de investimentos. 

O que são fundos de papel

Os fundos de papel, também conhecidos como Fundos Imobiliário de Recebíveis ou simplesmente Fundos de Recebíveis, são um tipo de fundos de investimento imobiliário. Eles recebem este nome, porque a maior parte da sua rentabilidade deriva de papéis de renda fixa, focados no setor imobiliário. 

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Finanças inteligentes

Por investirem em ativos de renda fixa, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), os fundos de papel possuem a fama de gerar retorno de maneira segura. No entanto, também fazem parte dos fundos de papel o investimento em Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRI), que, apesar de serem renda fixa, possuem algumas características que o tornam mais arriscado. 

Como funcionam

Os fundos de papel funcionam de maneira similar aos demais tipos de fundos imobiliários. Os investidores são chamados de cotistas, e o gestor é o responsável por realizar as aplicações.

Desse modo, os cotistas possuem a vantagem de contar com um profissional para realizar os investimentos. Porém, eles não possuem nenhum poder de escolha sobre os ativos que serão adquiridos. 

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Trademap

Entretanto, diferente de outros tipos de fundos imobiliários, os fundos de recebíveis são focados no investimento indireto do setor imobiliário. Isso porque eles investem em papéis de renda fixa, emitidos por bancos ou empresas.

Posteriormente, os bancos ou empresas fazem o direcionamento dos recursos para o setor imobiliário. Portanto, a rentabilidade desse tipo de fundo deriva dos papéis que o investidor tiver adquirido.

Diferenças entre LCI e CRI

As LCIs são títulos emitidos por bancos, com o intuito de direcionar recursos para o setor imobiliário. Sendo assim, ao aplicar em LCI, o investidor está emprestando dinheiro ao banco, em troca de uma porcentagem de juros

Por outro lado, as CRIs são emitidas por empresas com o objetivo de financiar projetos imobiliários. Ou seja, a primeira diferença entre uma LCI e um CRI é que as LCIs são emitidas por instituições financeiras, e os CRIs são emitidos por empresas. Essa primeira diferenciação, nos leva a segunda diferença: a proteção do FGC

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Folha vitória

O FGC – Fundo Garantidor de Crédito proporciona a devolução de até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de falência. Os investimentos em LCI contam com a garantia do FGC, já os CRIs, não. Essa diferenciação faz com que investir em LCI seja consideravelmente mais seguro do que aplicar em CRIs. 

Contudo, é importante observar que o risco está sempre aliado ao retorno. Isso significa que quanto maior o risco, maior a rentabilidade oferecida. Sendo assim, por ser mais arriscado, os CRIs geralmente oferecem um retorno superior às LCIs. Além disso, os CRIs possuem um valor inicial de investimento bem alto e, normalmente, são títulos de longo prazo. 

Vantagens e desvantagens

Uma das principais vantagens de investir em fundos de papel é a diversificação da carteira de investimentos. Isso porque, ao aplicar em fundos de recebíveis, o investidor está aplicando em: CRIs, LCIs e ainda Letras Hipotecárias (LH). 

Outra vantagem é que, mesmo o fundo aplicando em ativos um pouco mais arriscados, como os CRIs, ele ainda é considerado de baixo risco. Dessa forma, para os investidores mais conservadores, essa pode ser uma boa opção de aplicação. 

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Temos ainda a vantagem da liquidez e isenção de imposto de renda em cima dos rendimentos. Ao realizar o resgate, o investidor deve esperar 3 dias úteis para liquidação e já terá em mãos o seu dinheiro livre de impostos. 

Por outro lado, temos a desvantagem de que, ao serem obrigados a aplicar em ativos de renda fixa e distribuírem 95% dos seus retornos mensais, o valor patrimonial dos fundos de recebíveis não passam por alterações. Logo, para que o patrimônio aumente, é necessário que parte dos rendimentos sejam reinvestidos. Por fim, temos ainda a desvantagem da cobrança de taxas de administração e performance.

Fundos de papel x fundos de tijolo

Como dito anteriormente, a característica principal de um fundo de papel é o investimento em ativos de renda fixa, que destinam os recursos para o setor imobiliário. Já os fundos de tijolo, são focados em destinar o capital para a aquisição de imóveis físicos. 

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Dessa maneira, os fundos de tijolos possuem o objetivo de comprar imóveis para lucrar com o seu aluguel ou venda. Normalmente, cada fundo de tijolo atua em um setor específico, como por exemplo, shopping center e hospitais.

Como investir

Para investir em fundos de papel, é preciso analisar detidamente as opções de fundos disponíveis. Para te ajudar, preparamos um passo a passo:

1- Gestão: Avalie a capacidade de gestão do fundo por meio do seu histórico. Apesar de passado não garantir futuro, olhar o desempenho histórico do fundo pode te dar uma ideia do que esperar do gestor. Além do mais, os fundos de papel com histórico de gestão ruim possuem maiores chances de terem desempenhos ruins no futuro. 

2- Diversificação: Analise se os fundos de recebíveis realizam a diversificação não apenas dos tipos de papéis, mas também em relação às empresas emissoras dos títulos. Isso porque a diversificação diminui o risco do fundo ficar muito prejudicado, se ele levar um calote do emissor. 

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Se, por exemplo, um fundo concentra grandes quantias em CRIs de uma única empresa, ele se torna mais arriscado, já que esse tipo de título não possui a proteção do FGC.

Já as LCIs são menos arriscadas, porém, o FGC só garante até R$ 250 mil. Ou seja, independente do título, o ideal é diversificar entre os bancos/empresas emissoras. 

3- Rentabilidade: Por fim, depois de analisar todos os critérios anteriores, resta averiguar a rentabilidade dos fundos. Para isso, é importante considerar o retorno que o fundo conseguiu historicamente com suas aplicações, e considerar ainda as taxas de administração e performance a serem pagas pelo cotista. 

E aí, gostou de conhecer sobre os fundos de papel? Então aproveite para descobrir quais são os outros Tipos de fundos de investimento – Quais são e como funcionam.

Fontes: Fiis, Mais retorno e Finance news

Imagens: Finanças inteligentes, Trademap, Imóvel magazine, Folha vitória, Ademilar, E-konomista e Clozel