Recompra de ações: o que é, como funciona, por que ocorre?

10 de setembro de 2025 - por Sidemar Castro


Quando uma empresa faz uma recompra de ações, ela diminui a quantidade disponível no mercado, o que pode valorizar os papéis restantes e melhorar seus resultados financeiros. Esse movimento também transmite segurança aos investidores.

As ações adquiridas podem ser canceladas, mantidas ou usadas como benefício interno, e tudo precisa ser aprovado pelo conselho e comunicado oficialmente. Leia e saiba mais!

Leia mais: Ações em tesouraria: o que são e como funcionam?

O que é recompra de ações?

Recompra de ações é quando uma empresa compra seus próprios papéis de volta do mercado. Isso pode valorizar as ações restantes, melhorar indicadores financeiros e mostrar confiança no próprio negócio.

É uma forma de distribuir valor aos acionistas sem necessariamente pagar dividendos. As ações recompradas podem ser canceladas, guardadas ou usadas em programas internos.

Apesar de ser uma estratégia poderosa, ela exige cuidado e transparência, pois também pode reduzir a liquidez dos papéis e comprometer recursos que poderiam ir para inovação ou crescimento.

Leia também: Follow-on: o que é e como funciona a oferta subsequente de ações?

Por que as empresas fazem recompra de ações?

As empresas fazem recompra de ações principalmente para valorizar seus papéis e sinalizar confiança ao mercado.

Quando há sobra de caixa e as ações parecem baratas, essa estratégia ajuda a reduzir a oferta e aumentar o preço. Também pode servir para montar programas de incentivo interno ou proteger a companhia de movimentações externas.

É uma forma de distribuir valor aos acionistas sem pagar dividendos diretamente, mas exige responsabilidade e transparência na execução.

Saiba mais: Dividendos: o que são, como funcionam e como receber?

Como funciona recompra ações?

Funciona assim: a empresa decide comprar de volta suas próprias ações que estão no mercado. Para isso, o conselho aprova um plano, define a quantidade e o prazo, e comunica tudo ao mercado.

A compra é feita por meio de corretoras, como em qualquer negociação comum. Depois, essas ações podem ser canceladas, guardadas ou usadas para premiar funcionários.

O objetivo é reduzir a oferta de papéis, o que tende a valorizar os que continuam em circulação e melhorar os resultados financeiros da empresa. É uma forma de mostrar confiança no próprio negócio e, ao mesmo tempo, gerar valor para os acionistas.

Entenda: O que é IPO: Entenda como uma empresa entra na bolsa de valores

Exemplo de recompra de ações

Um bom exemplo de recompra de ações aconteceu com a Cyrela, em 2021. A empresa anunciou que compraria parte dos seus papéis no mercado, aproveitando um momento em que acreditava que estavam subvalorizados.

O objetivo era simples: aumentar o valor das ações restantes e reforçar a confiança dos investidores. Essa estratégia é comum em setores como o da construção civil, que enfrentam oscilações de mercado.

Ao recomprar ações, a Cyrela reduziu a quantidade de papéis em circulação, o que aumentou a participação proporcional de cada acionista e melhorou indicadores como o lucro por ação.

Foi uma forma inteligente de usar o caixa disponível sem precisar distribuir dividendos diretamente.

Conheça também: Subscrição: o que é, como funciona e vale a pena?

Vantagens da recompra de ações

A recompra de ações é uma jogada estratégica que pode beneficiar bastante os acionistas. Ao diminuir a quantidade de papéis no mercado, a empresa aumenta o valor de cada ação que permanece em circulação. Isso melhora indicadores como o lucro por ação e pode até elevar o preço dos ativos.

Para os investidores, é como receber uma recompensa sem precisar esperar pelos dividendos. Além disso, a recompra mostra que a empresa está confiante no próprio desempenho, o que costuma atrair mais interesse do mercado.

Essa prática também pode ser usada para fortalecer a estrutura de capital, proteger contra aquisições indesejadas e até atender programas de remuneração interna. Quando bem planejada, é uma forma eficiente de gerar valor e reforçar a posição da empresa no mercado.

Leia sobre: Valor de mercado, o que é? Como calcular e cuidados ao usar

Consequências e riscos da recompra de ações

A recompra de ações pode parecer uma jogada certeira, mas não está livre de efeitos colaterais. Reduzir o número de ações em circulação pode valorizar os papéis, mas também diminui a liquidez, o que complica a vida de quem quer negociar.

Se a empresa usar dinheiro que poderia ir para novos projetos, ela pode acabar estagnada.

E tem mais: se a recompra for feita em um momento de alta, o risco de pagar caro por ações que depois desvalorizam é real. Isso sem contar que, ao financiar a operação com dívida, a empresa pode se tornar mais frágil financeiramente.

É uma estratégia que precisa ser usada com cautela, porque os efeitos podem ser positivos ou negativos, dependendo do contexto e da forma como é executada.

Leia também: Os riscos ocultos no mercado de ações que você precisa conhecer

Recompra de ações nos EUA

Nos EUA, a recompra de ações é uma alternativa inteligente para empresas que querem distribuir valor sem pagar impostos sobre dividendos.

Como esses proventos são tributados por lá, muitas companhias optam por comprar de volta seus próprios papéis. Isso reduz a quantidade de ações em circulação e aumenta o valor das que restam, beneficiando os acionistas.

As big techs são as maiores adeptas dessa prática. Apple, por exemplo, já recomprou quase 20% de suas ações, enquanto Oracle chegou a 35%. Além de evitar impostos, essa estratégia mostra confiança no próprio negócio e melhora indicadores como o lucro por ação.

Não à toa, empresas que adotam recompra com frequência costumam ter desempenho acima da média no mercado americano.

Leia mais: Call e put: o que são, como funcionam, mercado de opções

Fontes: Bora Investir, Pinheiro Guimarães, Empiricus, Toro, Suno, Investalk.

TAN, TAE e TAEG: quais as diferenças?

Fundos mútuos vs ações: quais as diferenças e qual escolher?

Braskem: tudo sobre essa gigante empresa petroquímica

Diferença entre integração vertical e integração horizontal