Trump surpreende, guerra comercial e Brasil exige visto dos EUA

Guerra comercial segue a todo vapor, Trump recua com outros países, mas mantém tarifas contra a China. Entenda melhor sobre!

14 de abril de 2025 - por Letícia Rocha


A crescente guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, EUA e China, continua a ser um tema crucial para analistas financeiros e investidores. A guerra comercial se intensificou com as novas decisões tarifárias e políticas econômicas de represália, afetando diretamente os mercados globais.

Em abril, a China anunciou um aumento significativo nas tarifas sobre os produtos importados dos EUA, elevando de 34% para 84%. Uma resposta às tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre as importações chinesas. A disputa foi ainda mais exacerbada pelo fato de que a China levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC), acusando os EUA de aumentar artificialmente as tensões comerciais.

No entanto, Trump anunciou uma redução das tarifas recíprocas para 10%, por 90 dias para todos os países. Exceto, para a China, o que pode piorar ainda mais a guerra comercial.

Veja também: Quais são os maiores exportadores do mundo?

Internacional

A Comissão Tarifária do Conselho de Estado chinês decidiu elevar a tarifa sobre produtos importados dos EUA de 34% para 84%. Ou seja, uma resposta direta à recente medida americana de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre importações chinesas, elevando o total para 104%.

Com isso, medida começa a valer a partir de 10 de abril e aprofunda ainda mais a disputa entre as duas maiores economias do mundo. A China, através do Ministério do Comércio, anunciou que levará os EUA à Organização Mundial do Comércio (OMC), por essa escalada de tensões. 

Em reação, o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, criticou as retaliações chinesas. Afirmou ainda que o país sempre complica as negociações. Entretanto, Trump anunciou uma redução das tarifas recíprocas para 10%, por 90 dias, com exceção da China. Ou seja, isso reflete uma tentativa de reduzir o conflito com outras nações e concentrá-lo em uma disputa bilateral entre Washington e Pequim.

Além disso, a China impôs restrições a 18 empresas e entidades americanas. Seis dessas empresas foram adicionadas à “lista de entidades não confiáveis” o que as impede de fazer negócios e investimentos na China. Ou seja, empresas como a PVH Corp. (dona da Calvin Klein) e a Lockheed Martin já fazem parte dessa lista, devido aos seus vínculos com Taiwan e a indústria armamentista.

Não é um bom momento

Essa guerra comercial não vem em um bom momento para a economia chinesa, que já enfrenta uma crise imobiliária prolongada e altos níveis de endividamento dos governos locais. Economistas alertam que o impacto da escalada tarifária pode reduzir o crescimento da China entre um e dois pontos percentuais em 2025.

Além disso, a China, a União Europeia também se envolveu no conflito. O bloco aprovou tarifas de retaliação que afetarão cerca de US$23,2 bilhões em mercadorias americanas. Isso ocorreu em resposta às tarifas de 25% impostas por Trump sobre as exportações de aço e alumínio da UE.

Portanto, a escalada na guerra comercial traz riscos significativos para a economia global, com impactos diretos sobre o crescimento e a estabilidade dos mercados.

Países compram bitcoin

Há uma década ninguém imaginava ver um país comprando criptomoedas para guardar em suas reservas, mas tudo isso mudou após a pandemia. Isso ocorreu, pois tivemos acontecimentos importantes que mudaram essa perspectiva, como o crescimento da base de compradores e do preço do bitcoin e a exclusão dos russos do sistema Swift.

O pioneiro em assumir o bitcoin foi El Salvador. Desde 2022 o governo compra um BTC por dia, algo que se mantém até hoje, mesmo com pressão contrária do FMI.

Apesar disso, El Salvador está longe de ser o país com mais bitcoin no tesouro nacional. Recentemente, o país foi ultrapassado por uma pequena nação asiática, o Butão, que descobriu na mineração de cripto uma estratégia para acumular fundos.

Ainda assim, a China e os EUA reinam como maiores detentores de bitcoin. Em ambos os casos, não se tratam de reservas oficiais, algo que apenas El Salvador e Butão possuem. Os países que mais acumularam bitcoin até o momento são:

  • 1 º – EUA (198.012 BTC)
  • 2º – China (190.000 BTC)
  • 3º – Reino Unido (61.245 BTC)
  • 4º – Ucrânia (46.351 BTC)
  • 5º – Coreia do Norte (13.562 BTC)
  • 6º – Butão (8.504 BTC)
  • 7º – El Salvador (6.133 BTC)

Vale ressaltar que até 2024, as Filipnas estava nessa lista.

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Nacional

Brasil passa a exigir visto americano

A partir de 10 de abril de 2025, o Brasil voltará a exigir visto de entrada para cidadãos dos EUA, Canadá e Austrália. A medida, anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), baseia-se no princípio da reciprocidade, já que esses países mantêm a exigência de visto para brasileiros.

O governo brasileiro está em negociações para estabelecer acordos de isenção de vistos com essas nações. O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou: “Seguimos em tratativas para que os EUA isentem os brasileiros da exigência de visto, permitindo a reciprocidade para os norte-americanos que visitam o Brasil.”

Os viajantes desses países devem solicitar o visto eletrônico por meio do site eVisa, com taxa de US$ 80,90 (aproximadamente R$ 479). A permanência no Brasil não poderá exceder 90 dias. Além disso, é recomendável que a solicitação seja feita com antecedência para evitar contratempos.

Em março de 2025, o Senado havia aprovado um projeto de lei para suspender a exigência de vistos para cidadãos da Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão. Contudo, o texto ainda aguarda apreciação na Câmara dos Deputados e não há previsão para sua tramitação. Vale destacar que desde setembro de 2023, o Japão e o Brasil possuem um acordo de isenção recíproca de vistos para estadias de até 90 dias.

Défict das Estatais

De acordo com os dados oficiais, as empresas controladas pela União puxaram o déficit observado entre janeiro e fevereiro. Sozinhas, essas companhias acumularam um saldo negativo de R$989 milhões no período.

Entre os motivos citados por especialistas estão o aumento de despesas operacionais, repasses a fundos setoriais e a continuidade de investimentos públicos em áreas estratégicas. As estatais estaduais, por outro lado, contribuíram para o quadro. Elas fecharam o bimestre com superávit de R$681 milhões, ajudando a reduzir o impacto agregado do déficit federal.

Já no nível municipal, as empresas tiveram resultado negativo de R$398 milhões. Ou seja, esse valor se manteve relativamente estável frente a anos anteriores. Esse desempenho entre esferas revela diferenças importantes de gestão, eficiência e capacidade arrecadatória entre os entes federativos.

Déficit recua frente a 2024

Apesar do saldo negativo, o resultado de 2025 aponta uma trajetória mais positiva nos últimos anos. Em 2024, o déficit no mesmo período chegou a R$ 1,168 bilhão e em 2023, o rombo bimestral ultrapassou os R$ 2 bilhões.

Por fim, no encerramento de 2024, o acumulado anual de déficit das estatais chegou a R$ 8,07 bilhões. Trata-se do pior resultado desde 2002, ano em que teve início a série histórica do Banco Central.

Gigantesanunciam investimentos bilionários no Brasil

A Novo Nordisk, que produz medicamentos como o Ozempic, anunciou um investimento de R$6,4 bilhões para expandir sua unidade de produção em Montes Claros/MG. Dessa forma, eles pretendem aumentar a capacidade de fabricação de medicamentos injetáveis para tratamento de obesidade, diabetes e outras doenças crônicas graves.

A fábrica atualmente já responde por um quarto da insulina produzida pela Novo Nordisk, atenderá a diversos formatos de produtos. A companhia afirmou ainda que as obras de construção já começaram e as operações devem ter início em 2028.

O Brasil está entre os cinco maiores mercados da farmacêutica, que vende para aproximadamente 170 países. O investimento foi anunciado em um momento em que as farmacêuticas brasileiras se preparam para entrar com força no segmento do Ozempic.

No final de março, executivos da Hypera afirmaram que a companhia planeja lançar no Brasil um medicamento baseado no princípio do Ozempic, assim que a patente do medicamento cair em março do ano que vem no país.

Mercado Livre

Além disso, o Mercado Livre anunciou um investimento de R$ 34 bilhões no Brasil ao longo deste ano, seu principal mercado. A informação foi divulgada por Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre e líder das operações de marketplace da companhia no país.

No entanto, o anúncio vem em um momento no qual o e-commerce enfrenta uma grande expansão das plataformas asiáticas no mercado local.

A Shein e a Shopee foram as empresas de comércio eletrônico que mais aumentaram as locações de espaços logísticos no Brasil nos últimos dois anos. A área ocupada pelas plataformas já soma 13% de todos os galpões do e-commerce no país e já começa a ficar parecida com as exibidas por gigantes do varejo online brasileiro.

Em um evento com a presença do presidente Lula (PT) em um dos centros de distribuição do Mercado Livre, Yunes acrescentou que a empresa espera criar cerca de 14 mil empregos no Brasil em 2025, chegando a mais de 50 mil funcionários no país até o final do ano.

Atualmente, o Brasil responde por mais de 50% das receitas do Mercado Livre. A empresa afirmou ainda que os recursos serão direcionados para logística e tecnologia, além de programas de fidelização, entretenimento, marketing e contratação.

Quer saber mais sobre a guerra comercial ou algum outro assunto que citamos? Então, assista ao vídeo!

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