11 de agosto de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
De um tempo pra cá, ficou bem comum a publicação de vídeos com projeções quanto à rentabilidade dos FIIs. Decidi fazer diferente e mostrar, na prática, quanto rendem os R$ 500 mil que tenho investido, hoje, em fundos imobiliários.
Sendo mais específico, a carteira do canal Investidor Sardinha, onde faço aportes mensais públicos desde fevereiro de 2019 (série Na Reta), está com R$ 489 mil em FIIs.
O que são Fundos Imobiliários?
Antes de mostrar os números, vamos entender o conceito por trás dos fundos imobiliários. Trata-se de fundos 100% focados na exploração de imóveis.
Assim, quando compra um FII, você se torna dono de uma cota, um pedacinho daquele “condomínio” de investidores.
Na prática, você passa a ser dono de imóveis que abrigam lajes corporativas (lojas e salas comerciais de alto padrão), galpões logísticos, bancos, hospitais, hotéis e universidades, entre outros.
Além disso, existem FIIs que negociam, apenas, títulos de dívida relacionados ao mercado imobiliário, como os CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários).
Este tipo de fundo é chamado de “fundo de papel”. Eles apresentam melhor rentabilidade, mas, claro, são mais arriscados se comparados aos fundos de tijolo (imóveis reais).
Em quais Fundos Imobiliários eu invisto?
Ao longo da jornada de mais de 3 anos do Na Reta, fizemos vários aportes em FIIs. Nossa carteira, entretanto, está bastante concentrada em fundos mais conservadores.
Dessa forma, temos um menor potencial de rentabilidade. Por outro lado, a carteira de investimentos acaba ficando mais segura.
Afinal, investir pro longo prazo sempre requer uma boa administração dos riscos.
Dito isso, vamos conferir nossa carteira pública de fundos imobiliários. Ao lado, você confere o percentual do aporte total em FIIs:
- KNRI11 (lajes corporativas) – 22%
- HGLG11 (logística) – 20%
- MCCI11 (papel) – 14%
- BTLG11 (logística) – 10%
- XPPR11 (lajes corporativas) – 10%
- BCFF11 (fundo de fundos) – 8%
- ALZR11 (híbrido) – 8%
- VISC11 (shoppings) – 7%
Rendimento dos R$ 500 mil investidos em FIIs
Direto ao ponto, o aporte total de R$ 489 mil (em valor presente) rendeu, em julho, o total de R$ 5.865,31 em dividendos, sendo:
- KNRI11 – R$ 840,00
- HGLG11 – R$ 2.323,20
- MCCI11 – R$ 997,70
- BTLG11 – R$ 467,40
- XPPR11 – R$ 350,00
- BCFF11 – R$ 368,40
- ALZR11 – R$ 271,51
- VISC11 – R$ 247,10
- TOTAL: R$ 5.865,31
Como era esperado, o fundo de papel MCCI11 apresentou, proporcionalmente, o melhor resultado. Rendeu 1,12% de dividend yield, em julho, em decorrência do atual cenário econômico.
Ou seja, com inflação acima de dois dígitos e taxa Selic em 13,75%, é comum que os fundos que negociam títulos de dívida tenham um melhor desempenho.
No longo prazo, contudo, eles podem ser mais penalizados tanto pela volatilidade quanto pelo risco dos papéis.
Comprar fundos imobiliários na baixa?
Outro ponto a considerar é que boa parte dos meus aportes foi feita quando a Selic ainda estava abaixo dos 10%.
Ou seja, embora alguns títulos tenham se mantido bastante rentáveis, sempre há uma migração de capital da renda fixa para a variável em momentos de alta da inflação e dos juros.
Assim, as cotações dos FIIs vem, naturalmente, caindo nos últimos meses. Na prática, isso quer dizer que meu preço médio ainda está acima do praticado, hoje, pelo mercado.
Mesmo assim, considerando o rendimento de R$ 5.865,31 para um total de R$ 489 mil em fundos imobiliários, temos um dividend yield médio superior a 1,1% em julho.
No fim das contas, eu considero esta uma boa hora para comprar FIIs, exatamente por esse “desconto” nos preços em razão da maior atratividade da renda fixa.
Vantagens e diversificação dos FIIs
Independentemente do cenário, o investidor sempre deve ter em mente que o melhor a fazer é manter a diversificação da carteira de investimentos.
Esta é a forma mais segura de investir, tanto em ações quanto em fundos imobiliários.
A maior vantagem dos FIIs continua sendo a mesma: você se torna dono dos melhores imóveis e passa a ter direito a uma parte do aluguel.
E o melhor: sem pagar IR, sem treta com inquilinos e sem ter de gastar um centavo com manutenção. Ou seja, sem dor de cabeça!
Mas, lembre-se: este artigo não é uma recomendação de investimentos! Você, e apenas você, é dono do próprio nariz e das próprias escolhas.
E aí, gostou do conteúdo? Então, assista ao ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) em que detalho quanto rendem meus R$ 500 mil investidos em fundos imobiliários.
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