O que são CRIs e CRAs? Como usar esses títulos na sua estratégia?

28 de março de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 9 seg


Saber o que são CRIs e CRAs é essencial para quem deseja aproveitar a alta da taxa Selic e ter um bom retorno em ativos de renda fixa.

O que são CRIs e CRAs

Os CRIs são os Certificados de Recebíveis Imobiliário. Por outro lado, as CRAs são os Certificados de Recebíveis do Agronegócio. Os dois são títulos de renda fixa que funcionam de forma similar.

A única diferença entre eles é o destino dos recursos, já que nos CRIs o dinheiro vai para o setor imobiliário e nos CRAs os recursos é para o setor do agronegócio.

Os CRIs e CRAs funcionam como empréstimos do investidor em troca de uma taxa de juros. A grande vantagem desse tipo de título é a isenção de imposto de renda.

Em outras palavras, diferente de outros ativos onde você deve pagar imposto em cima do rendimento, nos CRIs e CRAs você não precisa pagar impostos. Isso faz com que o rendimento com a aplicação seja mais alto.

Além disso, esses títulos costumam oferecer uma boa taxa de retorno. Isso porque, eles são mais arriscados do que alguns outros títulos de renda fixa.

Isso ocorre pois eles não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote.

Ou seja, se o emissor do título te der um calote, você pode ficar no prejuízo. Portanto, como existe este risco, o retorno oferecido é maior. Enfim, os CRIs e CRAs são caracterizados como:

  1. Títulos de renda fixa;
  2. Rendimento atrativo;
  3. Isenção de imposto de renda;
  4. Sem proteção do FGC.

Riscos dos CRIs e CRAs

Como você já sabe, os CRIs e CRAs não têm a proteção do FGC. Isso significa que eles são mais arriscados do que alguns outros títulos de renda fixa, tais como tesouro direto, CDBs, LCA e LCI.

No entanto, no mercado existe uma relação entre risco e retorno. Em outras palavras, para valer a pena o risco de um título, ele tende a oferecer um retorno maior.

É por isso que os CRIs e CRAs podem oferecer um retorno mais alto do que alguns outros títulos de renda fixa.

Como os CRIs e CRAs não têm a proteção do FGC, você precisa fazer uma boa avaliação do risco para diminuir os riscos. Alguns aspectos que você pode levar em conta ao analisar a empresa emissora dos títulos são:

  1. Tamanho da empresa;
  2. Endividamento;
  3. Liquidez;
  4. Capital aberto ou fechado;
  5. Rentabilidade da empresa;
  6. Garantias oferecidas pela empresa.

Vale destacar que os títulos de empresas abertas na bolsa costumam ter menos risco. Isso porque, você tem acesso a uma maior quantidade de dados, avaliações e fundamentos.

Enfim, verifique os diversos aspectos da empresa e dos títulos emitidos por ela, e verifique se o risco do título condiz com o seu perfil de investidor. Evite investir em títulos cujo risco não esteja condizente com o seu perfil.

Vantagens e desvantagens

Assim como os demais ativos disponíveis no mercado, os CRIs e CRAs possuem vantagens e desvantagens. Primeiramente, as vantagens são:

  1. Isenção de imposto de renda;
  2. Retorno atraente;
  3. É um título de renda fixa, logo, tem um risco mais baixo do que a renda variável;

Em contrapartida, as desvantagens são:

  1. Não conta com a proteção do FGC;
  2. Risco de calote.

Como escolher

Ao escolher os títulos de CRIs e CRAs, você deve ter em mente que os títulos oferecidos pelas plataformas são diferentes entre si. Ou seja, você não vai encontrar os mesmos títulos em todas as corretoras.

Saber disso é essencial para que você possa escolher o melhor título possível. Sendo assim, você pode ter conta em mais de uma corretora e aplicar por meio daquela que oferecer as melhores condições.

Além disso, o melhor horário para investir em títulos de renda fixa é pela manhã. Isso porque as corretoras adquirem os títulos e eles vão se esgotando no decorrer do dia.

Ao escolher entre os títulos disponíveis na sua conta na corretora, não deixe de levar em conta a solidez da instituição emissora. Afinal de contas, os CRIs e CRAs não têm proteção do FGC.

Por fim, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e entenda como avaliar um título de CRI e CRA na prática:

E aí, gostou de aprender sobre os CRIs e CRAs? Então não deixe de conferir também Tesouro Direto ou CDBs: onde vale mais a pena investir em 2022?

Fonte: Roteiro de Raul Sena