23 de agosto de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Sim, na bolsa de valores, as vezes uma alta meteórica acontece:
Ok, até aqui tudo bem, mas será que é possível encontrar empresas com esse potencial?
Identificando oportunidades
O sonho de qualquer investidor de longo prazo, é ter a certeza de que está mirando na empresa certa, de que fez uma escolha certeira e que vai colher os frutos dessa decisão no futuro.
A verdade é que não existe uma fórmula mágica para encontrar uma empresa que vai necessariamente se valorizar 500%, mas existem alguns princípios básicos que podem te nortear nessa busca.
A primeira coisa é entender os RISCOS.
Se você é um investidor, o seu trabalho principal é NÃO ERRAR, você não precisa acertar a empresa correta você só precisa evitar investir nas erradas.
Errar é muito doloroso no mercado financeiro.
Diversificação e Pulverização, qual é a diferença?
O problema de errar investindo
Imagine que você investiu em 5 ações, em determinado período, 4 delas performam muito bem.
Para fazer uma alocação “a la caralha”, vamos imaginar que você dividiu seu aporte de 10 mil igualmente entre elas 5.
ACAO1 – R$ 2.000
ACAO2 – R$ 2.000
ACAO3 – R$ 2.000
ACAO4 – R$ 2.000
ACAO5 – R$ 2.000
Depois de um tempo, tivemos a seguinte valorização:
ACAO1 – (10%) – R$ 2200
ACAO2 – (12%) – R$ 2240
ACAO3 – (5%) – R$ 2100
ACAO4 – (8%) – R$ 2160
ACAO5 – (-35%) – R$ 1.300
Então, somando as suas empresas que se valorizaram, você teve um ganho de 35% e a única empresa que você perdeu, gerou um prejuízo de 35%.
Teoricamente, você está empatado, certo?
Seu patrimônio se valorizou em 700 e se desvalorizou em 700 na outra ponta.
Esse é um exemplo radical, um único erro custou toda a sua rentabilidade porque ele foi muito violento.
No mês seguinte, esse erro se “corrige”, a ACAO5, se valoriza 35%.
ACAO5 – (35%) – R$ 1.755
MAS, para ela voltar ao patamar anterior ela precisa se valorizar acima de 54%.
É por isso que investir em empresas arriscadas é tão complicado.
Somente para “remover” esse erro da sua carteira, você precisa de uma valorização MUITO superior a desvalorização.
É isso que eu digo quando eu falo que não vale a pena colocar empresas bosta na carteira, dito isso, o primeiro passo é decidir quantos % da sua carteira de ações estará alocada em empresas arriscadas.
É aqui que Nassim Taleb da uma aula ao explicar sobre investimento côncavo e convexo.
Quantas ações devo ter em carteira? Qual é a maneira certa de diversificar?
Investimentos Convexos
Na hora de assumir riscos, devemos buscar por investimentos CONVEXOS e NUNCA CONCAVOS.
Quando investimos em uma ação, estamos comprando um ativo convexo, por que?
Se você comprar uma ação por R$ 10, o máximo que você pode perder é R$ 10 e o máximo que você pode ganhar não existe, uma empresa pode crescer muito, não é mensurável o quanto esse investimento pode se valorizar.
O exato oposto é verdadeiro quando falamos de um investimento côncavo.
Se você operar vendido em uma empresa, por exemplo, o máximo que você pode ganhar é o valor total da empresa atual.
Mas quanto você pode perder se ela subir? Ilimitado.
É por isso que tantos especuladores perdem dinheiro.
Como se arriscar de maneira segura? Pulverizando esse risco, quanto mais empresas estiver na parte arriscada da sua carteira menor a chance de perder dinheiro.
Índice SMALL11
É por isso que alguns investidores preferem escolher um índice.
É óbvio que empresas menores tem mais chances de crescer, é muito difícil para o Itaú por exemplo dobrar a sua receita em determinado ano, não podemos dizer o mesmo de um banco que começou ano passado.
Empresas grandes são menos arriscadas, mas se movem lentamente como um transatlântico.
Empresas pequenas são mais arriscadas, mas se movem como um jet ski, rápido.
Esse por exemplo é BOVA11, ele replica o índice bovespa, ele mede o desempenho das empresas mais negociadas do Brasil, se pegarmos de Dezembro de 2008 até agora a valorização dele foi de 210%
Exatamente no mesmo período observado, o SMALL11 que é o indice das small caps, ou seja, das empresas menores e mais arriscadas, cresceu 383,92%.
Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura! Não se esqueçam disso.
Mas se pegarmos nos últimos 12 meses a coisa muda de figura!
BOVA11, queda de 3,14% esse ano.
SMALL11, queda de 15,20%
Então durante o risco, as empresas mais arriscadas sangram mais, mas no longo prazo, elas podem performar até melhor do que as mais seguras.
A única coisa que explica isso é o prêmio de risco.
Se dividirmos o risco em empresas mais arriscadas, elas acabam tendo o seu risco reduzido.
Se fizermos isso com uma pequena parte do nosso patrimônio, como 5 ou 10%, essa parte da nossa carteira se torna menos relevante para o todo e ainda assim garantem uma boa rentabilidade.
Já que durante as altas elas se tornam fortes.
Como identificar esse tipo de empresa isoladamente?
Vantagens competitivas, o que são e como identificar?
Aqui vem o problema muitas dessas empresas podem ser deficitárias ou dar prejuízo por uma década antes de enfim fazer alguma coisa.
Essa é a comparação receita x lucro da Amazon de 1997 a 2018.
São 20 anos de lucros nulos ou prejuízos, até 2018 quando enfim ela registra um lucro assombroso.
Então a primeira receita é paciência.
Gostou do conteúdo? Então, não deixe de assistir ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) em que detalho mais sobre como identificar ações com potenciais de fazer 500%.
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