12 de abril de 2023 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
A Bolsa de Valores está em alta, com quase 6% de valorização em apenas 2 dias e mais de 10% desde a mínima do dia 23 de março. E, hoje, vamos falar sobre a alta do Ibovespa e tentar entender por que a Bolsa está subindo tanto. Será que as ações vão continuar em alta? O que fazer com os seus investimentos?
Vamos responder essas e outras perguntas para te ajudar a tomar as melhores decisões nesse cenário de aparente valorização do mercado financeiro.
O que está acontecendo com o Ibovespa?
Antes de qualquer coisa, é importante ter em mente que a Bolsa de Valores é feita de ciclos. Há apenas duas semanas, muitos investidores estavam em pânico depois que o Ibovespa perdeu os 100 mil pontos. Agora, parece que o jogo virou. E quem vendeu as ações achando que aquele era o fim do mundo, pode já ter se arrependido.
Não por acaso, o jargão “a bolsa sobe no boato e cai no fato” é tão comum no mercado. No fim das contas, muitos fatores podem fazer as ações caírem ou subirem, num curto período de tempo.
Por que a Bolsa subiu?
Vários motivos podem explicar a recente alta da Bolsa de Valores. Entre eles está a inflação de março, que veio abaixo do esperado. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou – para 0,71% – e acumula alta de 4,65% nos últimos 12 meses.
Impacto da inflação na Bolsa de Valores
Uma inflação mais tímida significa muito para o mercado financeiro. Isso porque o IPCA causa um efeito cascata em toda a economia. Quando os preços sobem demais, ocorre uma queda no consumo. Além disso, neste cenário, os juros precisam subir para frear a alta dos preços.
Com juros mais altos, o crédito fica mais caro e menos acessível; com menos crédito, as empresas crescem menos. Como consequência, contratam menos; com menos contratações, cai a renda do trabalhador, o que prejudica ainda mais o consumo… e assim segue, num ciclo vicioso que prejudica toda a economia.
Por outro lado, uma inflação mais controlada significa menos juros, mais crédito, mais previsibilidade de custos e receitas, mais emprego e mais crescimento e geração de riquezas.
Bons ventos à frente?
Por tudo isso, o mercado financeiro entende que uma inflação menor que o esperado é positiva para o ambiente de negócios. Assim, o mercado já passa a projetar uma expectativa um pouco mais estável, em relação ao futuro, depois da divulgação do IPCA de março.
Além disso, outros fatores ajudaram a melhorar o humor dos investidores. Entre eles está a nova âncora fiscal do governo, que vai substituir o teto de gastos; a expectativa de que vários acordos sejam firmados entre Brasil e China; e a aparente desistência do governo – pelo menos, por enquanto – de interferir na política de preços da Petrobras (PETR4).
Por outro lado, alguns fundos de investimento de grande porte estão desmontando posições no Brasil, como forma de mitigar os riscos pro médio e longo prazos.
A Bolsa vai continuar subindo?
A verdade é que a gente pode projetar alguns cenários, mas jamais consegue prever o que vai acontecer com a Bolsa de Valores. O que podemos – e DEVEMOS – fazer, no entanto, é investir da maneira mais assertiva possível.
Pessoalmente falando, eu invisto em empresas da Bolsa sem me importar muito com o governo de plantão.
Ao invés disso, eu mantenho o foco nos fundamentos das empresas, analisando fatores como geração de caixa, lucros consistentes, crescimento de receita, boa gestão, bons preços, etc.
No fim das contas, isso é o que realmente importa para quem investe pro longo prazo. Sem pessimismo demais, quando a Bolsa está caindo, nem otimismo exagerado quando começa a subir.
Como já dizia Benjamin Graham:
“O sucesso nos investimentos depende da sua “habilidade de se dar conta, no topo da euforia e no fundo do desespero, de que isso também passará”.
Gostou do conteúdo? Então, não deixe de assistir ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) em que detalho como você pode se beneficiar com a alta do Ibovespa.
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