Friedrich Hayek: um dos fundadores da escola austríaca

3 de outubro de 2022 - por Jaíne Jehniffer


Friedrich Hayek foi um economista austríaco que nasceu em Viena em 1899 e foi um dos fundadores da escola austríaca.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Hayek serviu ao exército. Depois disso, ele se tornou defensor das ideias socialistas. No entanto, ele era um socialista moderado.

Ou seja, ele não defendia revoluções armadas, por exemplo. Na verdade, Hayek era entusiasta do controle do estado na economia.

Entretanto, por causa da influência das ideias do economista Ludwig von Mises, Hayek acabou admitindo as falhas de pensamento do socialismo e se tornou defensor do liberalismo.

Dessa forma, a ideia principal de Hayek passou a ser a de que a economia deveria ser livre e sem intervenções estatais.

Isso porque, para Hayek, o planejador central (estado), mesmo que tenha boas intenções, está destinado ao fracasso. Como a economia é muito dinâmica, o estado não conseguiria tomar as decisões para todas as pessoas.

Portanto, os indivíduos deveriam ser responsáveis por tomar as decisões econômicas. Sendo que cada indivíduo iria se especializar onde tivesse um maior grau de conhecimento.

Infância e juventude de Hayek

Friedrich von Hayek nasceu no dia 8 de Maio de 1899, em Viena. Como tinha uma família nobre, o jovem teve uma boa educação.

Durante seus anos de estudos, o jovem Hayek ficou muito impressionado com as palestras sobre a ética aristotélica de um de seus tutores.

Posteriormente, em 1917, Hayek foi para um regimento de artilharia no exército Áustro-Húngaro. Em resumo, ele lutou na fronteira da Itália e acabou perdendo parte da audição do ouvido esquerdo.

Após a Primeira Guerra Mundial, Hayek passou a focar em uma carreira acadêmica, buscando uma forma de impedir as situações que causaram a guerra.

Em agosto de 1926, Hayek se casou com Helen Berta Maria von Fritsch. Na época, ela era secretária do escritório de serviço civil do governo da Áustria.

Juntos eles tiveram dois filhos. No entanto, acabaram se divorciando em julho de 1950. Posteriormente, Hayek se juntou a Helene Bitterlich.

Formação de Hayek

Durante os seus anos na Universidade de Viena, Hayek estudou, sobretudo, filosofia, psicologia e economia. Sendo que ele obteve doutorados em direito e ciência política.

Na época em que a universidade ficou fechada, o jovem se matriculou no Constantin von Monakow’s Institute of Brain Anatomy.

Em resumo, ele passou a marcar células cerebrais para serem estudadas. O tempo que ele ficou no laboratório alimentou a sua curiosidade pelo trabalho de Ernst Mach.

O resultado disso foi que o 1º projeto acadêmico de Hayek, foi na área de psicologia. Posteriormente, o trabalho foi publicado em 1952, com o título de The Sensory Order.

Em síntese, o projeto apresenta a teoria da mente clássica, onde ele descreve o mecanismo mental que classifica as percepções que não podem ser explicadas pelas leis físicas.

No ano de 1923, Hayek foi para Nova Iorque e se inscreveu no programa de P.h.D, da New York University. Contudo, ele teve que voltar para Viena por falta de dinheiro.

Por fim, de volta a Viana, Hayek focou seus estudos na economia.

Influência de Mises

O economista Ludwig von Mises teve grande influência sobre Hayek. Em resumo, na época, Ludwig von Mises era conhecido por sua teoria monetária.

Além disso, Ludwig von Mises escreveu a obra Socialism, que influenciou fortemente o pensamento de Hayek.

De fato, Socialism foi a obra que fez com que Hayek deixasse de lado o pensamento socialista que ele acreditava e passasse a acreditar no liberalismo.

Lodon School of Economics

No ano de 1931, Hayek foi convidado por Lionel Robbins a apresentar 4 palestras sobre economia monetária na Inglaterra, na London School of Economics and Political Science (LSE).

Por causa das palestras, Hayek foi nomeado para a universidade como ‘Tooke Professor of Economic Science and Statistics’. Sendo que ele ficou neste cargo até 1950. Além disso, ele se naturalizou britânico em 1938.

Depois de entrar na LSE, Hayek entrou em debate com John Maynard Keynes, da Cambridge University. Isso após ter escrito uma extensa crítica ao livro A Treatise on Money (1930), de Keynes.

Por outro lado, Keynes replicou o ataque criticando seu livro Prices and Production (1931). No fim das contas, os dois foram criticados pelos outros economistas. Com isso, ambos repensaram as suas próprias teorias.

Desse modo, Keynes concluiu sua autocrítica primeiro e publicou em 1936, a obra que se tornou a sua mais conhecida: The General Theory of Employment, Interest and Money. 

Em contrapartida, o livro de Hayek, The Pure Theory of Capital, apareceu apenas em 1941, e teve uma repercussão bem menor do que a obra de Keynes.

Ideias de Hayek

Hayek fundou o Instituto Austríaco de Pesquisa de Ciclos Econômicos, com o apoio de Mises. Posteriormente, em 1929, ele publicou a “Teoria Monetária e os Ciclos do Comércio”.

Em síntese, a obra aborda a premissa de que os preços e serviços, incluindo as taxas de juros, são vitais para os empreendimentos dos consumidores e produtores.

Portanto, a ideia central de Hayek era a de que os preços tinham sinais de informação, promovendo ajustes harmoniosos e espontâneos dentro de uma sociedade de mercado.

No entanto, a intervenção do estado na economia poderia causar falhas, o que poderia resultar em investimentos ruins. No fim das contas, isso poderia resultar em recessões econômicas e desemprego.

Hayek e a escola austríaca

A obra Hayek afirma que o socialismo é uma visão de sociedade condenada ao fracasso. Com isso, o consenso acadêmico do papel restrito do Estado foi consolidado.

Contudo, os métodos da Escola Austríaca defendidos por Hayek continuaram, em sua grande parte, marginalizados até a Crise do subprime.

Isso porque a crise de 2008 e o subsequente resgate dos bancos causaram interesse renovado por suas doutrinas.

Até porque a intervenção do governo para salvar os bancos foi considerado, por boa parte da sociedade, como uma interferência injustificada no mercado.

Portanto, em meio a uma economia dominante e em frequente estado de agitação, a Escola Austríaca conseguiu exercer nova influência acadêmica e no debate público.

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Fontes: Suno, Infoescola e Ideias radicais.

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