Diferenças entre units e outros tipos de ações

Quando olhamos para as Units, Ordinárias (ON) e Preferenciais (PN), entendemos que a principal distinção está em como o investidor exerce seus direitos. As Units são uma solução de prateleira, um certificado que já vem com a combinação de ON e PN da mesma companhia, dando a você os benefícios de ambas em uma única transação.

No entanto, se você deseja ter mais controle sobre o que compra, as ações ON e PN são negociadas de forma avulsa. Essa flexibilidade permite que você escolha exatamente o tipo de direito que mais lhe interessa, seja a participação na gestão com a ON ou o foco nos rendimentos com a PN.

Para aprofundar nessa decisão, este artigo traz a análise completa.

Leia mais: O que são ações, quais os tipos e como funcionam?

O que são units?

Quando uma empresa realiza sua oferta pública inicial de ações, conhecida como IPO, é comum que ela emita units. A unit não é um tipo de ação em si, mas sim um lote que agrupa mais de um valor mobiliário.

Na prática, ela facilita a captação de recursos para a companhia, pois atrai investidores com um produto que oferece diversificação imediata dentro do próprio negócio. Por exemplo, ao comprar uma unit, você pode estar levando para casa tanto uma fração da empresa com poder de voto quanto uma com prioridade nos proventos.

É uma forma de a empresa presentear os primeiros acionistas com uma participação mais completa. Vale lembrar que, depois de um tempo no mercado, essas units se desmembram e seus componentes passam a ser negociados de forma avulsa.

Quais são os outros tipos de ações?

Ações Ordinárias (ON)

No mercado de ações, a Ação Ordinária (ON) se destaca por uma característica especial: o direito de voto. Diferente das Preferenciais (PN), quem investe em ON pode participar das assembleias e ter voz nas decisões da empresa, exercendo, assim, sua função de acionista.

Você consegue identificar facilmente uma Ação Ordinária pelo número “3” que acompanha o código do papel na Bolsa, como no caso da VALE3.

Apesar de não terem a prioridade no recebimento de dividendos que as Preferenciais costumam ter, as ONs dão a você o poder de influenciar a gestão e contam com uma proteção chamada tag along, que é acionada se houver a venda do controle da companhia.

É uma escolha de investimento para quem prioriza a participação na governança, especialmente em empresas listadas no Novo Mercado, que só podem ter esse tipo de ação.

Ações Preferenciais (PN)

Ações Preferenciais, identificadas pelo ticker seguido por “PN”, representam uma participação societária em uma empresa de capital aberto com um foco específico: a prioridade nos fluxos de caixa. Isso se traduz em uma preferência legal no recebimento de dividendos, que costuma ser mais vantajosa do que a das ações ordinárias.

Além disso, em situações extremas como uma dissolução da companhia, os detentores de PN têm prioridade no reembolso do capital investido. O trade-off, ou a troca, por essas vantagens econômicas é a habitual ausência de direitos políticos, como votar em assembleias.

É a classe de ação ideal para o investidor que busca principalmente rentabilidade e um perfil de renda, sem a necessidade de participar das decisões estratégicas da empresa.

Veja também: Fundo de ações, o que é? Como funciona, tipos, custos e como investir

Qual a diferença entre units e o outros tipos de ações?

Quando você investe numa empresa, normalmente está escolhendo entre dois tipos básicos de ações: as ordinárias (ON) e as preferenciais (PN). As ordinárias dão direito a voto nas assembleias da companhia; as preferenciais, por sua vez, geralmente não têm esse direito, mas oferecem prioridade no pagamento de dividendos ou no reembolso de capital.

Agora, as units surgem como uma “mistura” interessante desses dois mundos. Em vez de comprar só uma ON ou só uma PN, uma unit representa um pacote que combina diferentes classes de ações (geralmente ON + PN) da mesma empresa.

Então, a principal diferença é essa: enquanto uma ação ON ou PN está ligada a uma única classe com direito específico (voto ou prioridade de dividendos), a unit já traz junto uma combinação dessas classes. Se você quiser tanto participar das decisões da empresa (direito de voto) quanto aproveitar uma preferência nos dividendos, a unit pode fazer sentido.

Units ou outras ações: qual escolher?

Para tomar a melhor decisão, vale a pena comparar a liquidez e a governança que cada opção oferece.

• Liquidez: Muitas vezes, as Units (final “11”) são criadas justamente para concentrar as negociações da empresa em um único código, tornando o papel mais fácil de ser comprado e vendido no dia a dia da bolsa. Para alguns investidores, especialmente aqueles que precisam de maior facilidade para se desfazer do ativo, essa pode ser uma grande vantagem.
• Governança: As Ações Ordinárias (ON, final “3”) são imbatíveis em termos de direitos de acionista, pois oferecem o direito a voto e a proteção do tag along legalmente obrigatório. Se você se preocupa em ter voz ativa e quer a máxima proteção contra mudanças de controle, as ONs são a escolha tradicional.
• As Units, ao agregarem a ON, também oferecem o direito a voto e o tag along, mas a proporção de cada ação no pacote varia entre as empresas. Antes de escolher uma Unit, é fundamental conferir a regra de composição e o estatuto da companhia. No fim das contas, a escolha se resume a pesar a conveniência da Unit (pacote e liquidez) contra o foco de cada ação individual (voto na ON ou prioridade de proventos na PN).

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Fontes: Planejar, Exame, Quantum Finance.