DeFi: o que é, como funciona e para que serve?

15 de setembro de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 36 seg


A sigla DeFi vem de decentralized finance, isto é, as finanças descentralizadas. Ou seja, DeFi é o nome de um conjunto de serviços e produtos financeiros, que ocorrem em uma blockchain.

Esses serviços e produtos financeiros podem ser, por exemplo, empréstimos, sistemas de pagamentos e transferências.

Essas transações financeiras são descentralizadas, pois não são controladas por intermediários, como bancos ou outras instituições financeiras.

Ao invés disso, essas operações são descritas e executadas por algoritmos e smart contracts.

Enfim, na prática, as operações em DeFi servem como um sistema financeiro global descentralizado, independente, barato, menos burocrático e mais acessível.

Como o DeFi funciona?

DeFi são as finanças descentralizadas. Sendo assim, ele funciona como um conjunto de produtos e serviços financeiros que rodam em uma blockchain.

Onde ocorrem as aplicações em DeFi?

As operações DeFi ocorrem, sobretudo, na rede Ethereum. Em resumo, a rede Ethereum foi criada por Vitalik Buterin em 2013 e lançada de fato em 2015.

Sendo que a rede foi a primeira a oferecer a plataforma open source, onde os usuários podem construir aplicativos descentralizados.

Desde o lançamento da rede Ethereum, outras blockchains também passaram a oferecer suporte para o desenvolvimento de soluções descentralizadas.

Alguns exemplos disso são: Binance Smart Chains (BSC), Solana (SOL) e Avalanche (AVAX). No entanto, mesmo com o surgimento de novos projetos, a rede Ethereum ainda concentra a maior parte dos projetos.

Quando surgiu?

O DeFi surgiu pouco depois do anúncio da criação da rede Ethereum. Em resumo, no final de 2014 o dinamarquês Rune Christensen criou a MakerDAO (MKR), uma das primeiras aplicações a rodar no Ethereum.

Em síntese, o projeto consiste em uma plataforma descentralizada de empréstimos que ainda está ativa. Sendo um dos principais representantes desse novo mercado.

Mas é claro que a história do DeFi teve alguns desafios, que existem até hoje. Por exemplo, em 2016 um explorou uma falha no The DAO, e embolsou US$ 50 milhões em ETH.

Depois disso, os desenvolvedores do Ethereum optaram por atualizar a rede. Mas nem todos foram a favor da atualização.

Dessa maneira, a rede foi dividida em duas: de um lado ficou o Ethereum, que hoje é um dos maiores projetos de blockchain do mundo e do outro temos o Ethereum Classic (ETC).

Quais são as vantagens

Em comparação com os serviços financeiros tradicionais, os protocolos DeFis tem algumas vantagens. Por exemplo:

1- Renda passiva

Se você emprestar dinheiro para outra pessoa, você recebe juros pelo empréstimo. Sendo assim, o empréstimo de dinheiro funciona como uma opção de renda passiva.

2- Custos

As taxas cobradas em empréstimo via DeFi geralmente são mais baratas do que as cobradas por bancos ou outras instituições.

3- Pseudoanonimato

Em resumo, nos serviços DeFi você não precisa informar seu nome, endereço ou CPF. Só não é 100% anônimo, pois as transações ficam registradas nas blockchains.

4- Sem fronteiras

Por fim, as aplicações são descentralizadas. Ou seja, não são controladas por bancos ou por governos. Portanto, qualquer pessoa pode acessar os serviços de qualquer lugar do mundo.

Riscos do DeFi

Alguns riscos do DeFi são:

1- Volatilidade

Os tokens de plataformas de finanças descentralizadas são muito voláteis, assim como as criptomoedas. Sendo assim, os preços dos tokens podem subir ou cair muito rápido.

2- Segurança do DeFi

A segurança dos protocolos são questionáveis. Para você ter uma ideia, apenas entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021 foram 75 ataques que resultou na perda de US$ 1,7 bilhão, de acordo com o levantamento do site Cryptosec

3- Dificuldade

O DeFi ainda é bem complexo. Desse modo, ele pode afastar os usuários que não conhecem a fundo o mercado de criptos.

4- Golpes

São aplicados muitos golpes nos usuários de DeFi. Sendo assim, para não cair em nenhum golpe é essencial investigar o projeto e os responsáveis.

Quais são as aplicações DeFi?

As principais aplicações DeFi são:

1- Stablecoins

Em resumo, as stablecoins são criptos pareadas em algum ativo como, por exemplo, moedas fiduciárias ou ouro. Um exemplo disso é o Tether (USDT) e o USD Coin (USDC). Cada unidade equivale a um dólar.

2- Exchanges descentralizadas

Nas corretoras descentralizadas, também conhecidas como DEX, os usuários podem negociar criptos sem intermediários.

Dessa forma, todas as transações são controladas por algoritmos e contratos inteligentes. Alguns exemplos de exchanges descentralizadas são: Uniswap (UNI) e a PancakeSwap (CAKE).

Portanto, elas são diferentes de exchanges centralizadas, que têm uma equipe e uma empresa no controle. Exemplos disso é o Mercado Bitcoin e a Binance.

3- Plataformas de empréstimo

Por fim, as plataformas de empréstimos são têm um funcionamento parecido com os bancos e financeiras. Neste caso, os usuários podem pegar empréstimos em criptomoedas.

Além disso, as transações não têm intermediários, tudo é feito por meio de smart contracts.

Maiores protocolos de DeFi

Os maiores protocolos de DeFi são:

  • MakerDAO (MKR)

  • Curve Finance (CRV)

  • Convex Finance (CVX)

  • InstaDApp (INST)

  • Aave (AAVE)

  • Uniswap (UNI)

  • Compound (COMP)

Como investir em DeFi?

Existem muitas formas de investir em DeFi. Por exemplo:

1- Tokens em exchanges

Em síntese, investir em DeFi por meio de tokens em exchanges é uma das formas mais fáceis de aplicar em finanças descentralizadas.

Para isso, basta se cadastrar em uma exchange e comprar tokens de plataformas DeFi, com moeda fiduciária.

Sendo que grande parte das corretoras com operação no Brasil, oferecem criptomoedas de protocolos descentralizados.

2- Empréstimos e pools

Outra opção para investir em DeFi é manter criptomoedas em pools de plataformas DeFi. Outra alternativa é emprestar as criptos para outros usuários e receber juros.

3- Fundos de investimento

Por fim, você pode ainda investir em fundos de investimento que aplicam em DeFi. Sendo que existem opções de fundos tantos para investidores qualificados, quanto para investidores de varejo.

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Fontes: Santander, Infomoney e Mercado Bitcoin.