16 de fevereiro de 2022 - por Jaíne Jehniffer
Investidor e especulador podem ser vistos como agentes semelhantes por aqueles que não estão familiarizados com o mercado financeiro. No entanto, eles não trabalham da mesma forma. Enquanto o investidor analisa o ativo antes de decidir investir ou não nele, o especulador tenta prever o futuro e busca ganhos rápidos em um período curto de tempo.
Você sabe quais são as diferenças entre esses termos? Em qual das duas categorias você se encaixa? Neste texto, vamos apresentar as principais diferenças, além de dizer se é possível exercer as duas tarefas ao mesmo tempo.
Qual a diferença entre investidor e especulador?
Confira a seguir as principais diferenças entre essas duas funções:
Quanto aos objetivos
A grande diferença entre investidor e especulador é o objetivo. Isso porque é o objetivo que irá determinar a forma como cada um deles irá agir.
Os investidores têm como objetivo construir um patrimônio sólido ao longo do tempo, já o especulador deseja apenas ganhos em cima da valorização dos ativos em curtos períodos. Dessa forma, esses objetivos opostos resultam em ações opostas. Por exemplo, enquanto o investidor aplica pensando no longo prazo, o especulador foca no curto prazo.
Além disso, antes de tomar uma decisão e aplicar em um ativo, o investidor estuda e analisa bem, baseado em fundamentos econômicos e não só na diferença entre preços que o tempo estabelece.
Por fim, ambos buscam a valorização dos seus papéis, mas se diferem no modo de escolha e no prazo de retorno.
Quanto aos riscos
Não existe investimento sem risco. No entanto, a forma de olhar o risco varia do investidor para o especulador.
Quando se trata de risco, o especulador, sem sobra de dúvida, é mais destemido que o investidor, já que as operações especulativas são mais arriscadas.
Ele pode fazer uma aposta e, no final, o mercado tomar uma direção oposta. É claro que isso pode acontecer também nos investimentos, mas lembre-se que quem investe está coberto pela geração de caixa e patrimônio, que funcionam como colchões de segurança caso ocorra imprevistos.
Quanto à análise
O investidor sempre analisa a ação antes de decidir investir nela. Assim, ele se baseia em critérios, análises e no perfil de investidor.
Por outro lado, o especulador tenta prever o futuro. Ele usa gráficos que prometem simular a direção que o mercado irá tomar. Ou seja, o especulador faz leituras e análises de gráficos de variações passadas para tentar prever o futuro. E aí está o risco. Ninguém pode prever o futuro.
Quanto ao prazo
Enquanto o investidor aplica com foco no médio e longo prazo, o especulador quer ganhar com as variações do mercado, por isso, ele realiza aplicações de curto prazo.
Vale destacar que o mais interessante é focar no longo prazo. Dessa forma, os juros compostos podem agir a seu favor. Já quem realiza aplicações de curto prazo, como day trade, costuma ter muitos prejuízos.
Quanto ao retorno
O investidor foca no retorno de juros e dividendos, porque ele usa esse retorno para reinvestir e usufruir do efeito dos juros compostos. Em sentido oposto, o especulador está em busca de altos lucros com a rápida valorização de ativos.
Isto é, enquanto o investidor pensa na construção de um patrimônio consistente, o especulador pensa nos lucros rápidos. No fim das contas, quem você acha que ganha mais dinheiro?
Quanto aos recursos
No momento de investir, o investidor usa o seu próprio dinheiro para comprar os ativos. Já o especulador, muitas vezes, opera alavancado, ou seja, ele pega dinheiro emprestado com as corretoras para fazer a aplicação. Afinal, o seu objetivo é potencializar os retornos. No entanto, se o palpite estiver errado, os prejuízos serão enormes.
Como diferenciar um investimento de especulação?
De início, vamos deixar bem claro que especular é bastante diferente de investir, e é fundamental você entender as características de cada um.
De forma geral, um investimento é reconhecido por necessitar de uma aplicação do dinheiro em um projeto com potencial de crescimento com a expectativa de um retorno futuro, a longo prazo.
Já a especulação é o ato de negociar um ativo ou realizar uma transação com o objetivo de lucrar no curto prazo com as variações de preços.
Ativos como Tesouro Direto, Fundos Imobiliários, CDB, LCI, LCA e fundos de investimentos podem estar na carteira de um investidor que visa diversificação e resultados no longo prazo.
Enquanto o especulador busca ativos que têm liquidez na renda variável, como como contratos futuros de dólar, mini-dólar, índices, commodities etc.
Apesar de ser mal vista por alguns, a especulação pode ser considerada benéfica por duas razões principais:
- Sem especulação, as novas empresas recém chegadas no mercado não seriam capazes de obter o capital necessário para crescer;
- A segunda razão é que a especulação traz liquidez ao mercado. Por causa da compra e venda constante de ações, o mercado é altamente liquido. Graças aos especuladores é possível operar de forma rápida.
É possível ser investidor e especulador ao mesmo tempo?
A resposta é sim. É super possível você investir a maior parte do seu patrimônio, mas separar uma pequena parte para especular.
Mas fique atento, todo cuidado é pouco, já que a especulação pode se tornar um vício para alguns. Por esse motivo, se você for realmente especular, não use mais do que a parte separada para essa tarefa. Combinado?
E aí, gostou de conhecer a diferença do investidor para o especulador? Então aproveite e leia também este outro texto aqui: Grau especulativo, o que é? Conceito, como é estabelecido e impactos.
Fontes: Yubb, Investing.com, Exame, Suno, Tudoep, Inteligência financeira, Investidor em valor e XP.