Dividendo sintético: o que é, como funciona e quais os riscos?

O dividendo sintético consiste em receber o prêmio da venda de opções de ações que se tem em carteira. Saiba quais são os riscos e vantagens.

21 de março de 2023 - por Jaíne Jehniffer


O dividendo sintético é o prêmio recebido ao vender um contrato de opções de compra de ações da carteira. Ou seja, a pessoa vende um contrato de opções de ações e o prêmio que ela recebe do comprador funciona como o dividendo.

Como se trata de um contrato de opção, o comprador pode ou não comprar as ações no final do prazo do contrato. Seja como for, o prêmio fica para o vendedor e serve como uma remuneração pelas ações oferecidas no contrato.

Esse tipo de operação costuma ser realizada por investidores que não irão ficar com os ativos em carteira durante muito tempo. Neste caso, o dividendo sintético serve como uma forma de rentabilizar essas ações.

O que é e como funciona o dividendo sintético?

O dividendo sintético é uma estratégia na qual o investidor faz um lançamento coberto de opções de ações da sua carteira. Desse modo, ele lança opções de compra de ações de sua carteira para obter o dividendo sintético, que seria o prêmio pago pelo comprador da opção que ele lançou.

Para entender melhor como isso funciona, é preciso saber como é o funcionamento do mercado de opções. Em síntese, os derivados negociados no mercado de opções dão direitos de compra ou de venda.

Sendo assim, o investidor vende a opção do direito de compra de algum ativo e o comprador precisa pagar um prêmio que irá firmar o contrato. No fim do prazo do contrato, o comprador tem o direito de compra do ativo, pelo preço e quantidade firmados anteriormente no contrato de opção que ele adquiriu.

Como o comprador tem apenas o direito de compra e não a obrigação, ele pode optar por não realizar a compra. De qualquer forma, ele não recebe o prêmio de volta. Ou seja, o prêmio fica com o vendedor, funcionando como dividendo sintético.

Ele recebe o nome de dividendo sintético, pois o prêmio é um rendimento gerado por meio da ação que o investidor tem na carteira e que pode continuar em sua carteira (se o comprador não realizar o contrato), e gerar mais retornos.

Para que serve?

O dividendo sintético serve como uma forma de obter rendimentos com as ações que você tem em carteira, por meio da venda de contratos de opções. Sendo assim, essa pode ser uma forma de fazer as ações renderem nas estratégias de curto prazo.

Por outro lado, quem investe no longo prazo (que é o mais indicado) essa estratégia não tem muita serventia. Isso porque, no longo prazo, as empresas já pagam dividendos. Além disso, a ideia ao investir no longo prazo é não vender as ações e na estratégia do dividendo sintético, você pode acabar tendo que vender por causa do contrato de opção.

Quais são os riscos do dividendo sintético?

Os principais riscos do dividendo sintético são:

1- Falta de liquidez

Em resumo, a liquidez é a facilidade com que você consegue resgatar um ativo. No caso da estratégia de dividendo sintético, você tem problemas de liquidez, pois compromete as ações que ofereceu no contrato, logo, não pode vender essas ações, o que faz com que elas não tenham liquidez.

2- Chances de perdas

O comprador de uma opção de compra tem o direito de comprar as ações especificadas no contrato, no prazo do contrato. Sendo assim, mesmo se as ações se valorizarem muito, ele tem o direito de comprar pelo valor definido previamente.

Portanto, com essa estratégia, você pode sair no prejuízo, tendo que vender ações por um preço mais barato do que o do mercado.

E as vantagens?

As vantagens dessa estratégia são:

1- Geração de renda com o dividendo sintético

A grande vantagem do dividendo sintético é a possibilidade de gerar renda com as ações que pretende manter por um curto período. Inclusive, você pode rentabilizar ações que estão apresentando um desempenho ruim. Com isso, você otimiza os resultados da sua carteira.

2- Hedge da carteira de investimentos

Outra vantagem é o uso do dividendo sintético como estratégia de hedge, isto é, de proteção da carteira. Isso porque o lançamento de opções antecede a recessão dos preços das ações. Logo, os ativos são mantidos na carteira e ainda ocorre o recebimento do prêmio da venda coberta.

Fontes: Mais retorno, Suno e, por fim, André Bona.

Non Performing Loan (NPL): o que é e como funciona?

Arrendamento: o que é, para que serve e quais os tipos?

Lock-up: o que é e como funciona esse tipo de cláusula?

Usufruto: o que é, como funciona e quais são os tipos?