Liquidez: o que é e como funciona?

29 de setembro de 2020, por Sidemar Castro

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A liquidez é a capacidade de converter um bem em dinheiro, ou seja, a rapidez com que é possível se desfazer de um ativo para receber dinheiro em mãos. É um conceito fundamental no mundo dos investimentos, pois representa a facilidade e velocidade com que um investimento pode ser convertido em dinheiro disponível.

A liquidez pode variar de acordo com o tipo de investimento, sendo essencial considerar esse aspecto ao escolher onde alocar recursos financeiros.

Quer saber mais a fundo sobre a liquidez? Então, continue a leitura.

O que é liquidez

É uma medida utilizada para determinar a facilidade e a velocidade com que o investidor consegue se desfazer de um ativo sem comprometer a quantia investida, ou seja, sem obter prejuízo. Essa característica é inerente a todos os investimentos, sejam eles de renda fixa ou variável.

Para entender melhor, pense na liquidez como a capacidade de transformar um ativo em dinheiro sem perdas significativas em seu valor. É como a agilidade com que um investidor pode se desfazer de um investimento para voltar a ter dinheiro disponível, sem precisar sofrer prejuízo. A liquidez varia de ativo para ativo e leva em consideração fatores como prazos para resgate, cobranças adicionais para retirada antecipada e alíquotas do Imposto de Renda.

Para ilustrar, imagine um comerciante que vende ventiladores. Durante o verão, quando a demanda é alta, ele consegue liquidar todo o estoque rapidamente e a um bom preço. No entanto, no inverno, quando a procura diminui, ele precisa fazer concessões, como oferecer descontos, para vender os ventiladores. Da mesma forma, nos investimentos, a liquidez determina quão facilmente você pode se desfazer de um ativo sem prejudicar seus ganhos até o momento.

Como funciona a liquidez nos investimentos?

Nos investimentos, ela refere-se à facilidade e rapidez com que um investidor pode resgatar o seu dinheiro aplicado. Essa característica é crucial ao escolher onde alocar recursos financeiros, pois impacta diretamente a disponibilidade de capital.

Existem dois tipos principais de liquidez nos investimentos: a liquidez diária e a liquidez no vencimento.

Liquidez diária

A liquidez diária é a capacidade de resgatar o valor investido a qualquer momento, em dias úteis, de segunda a sexta-feira. Investimentos com liquidez diária permitem que o investidor resgate o capital aplicado sem a necessidade de esperar por uma data específica.

Alguns exemplos de investimentos com liquidez diária incluem ações, FIIs, ETFs, Tesouro Direto e Fundos de Investimento. Nestes casos, o resgate do valor investido pode ocorrer em um prazo curto, como um dia útil, facilitando a conversão do investimento em dinheiro disponível na conta corrente do investidor.

Liquidez no vencimento

Por outro lado, a liquidez no vencimento é uma característica presente em investimentos em que o resgate do dinheiro só é possível ao final do prazo estabelecido. Nestes casos, o investidor precisa aguardar até o término do prazo para ter acesso ao capital investido.

Essa modalidade pode ser encontrada em investimentos como títulos de renda fixa com prazos definidos. A liquidez no vencimento pode ser uma estratégia interessante para investimentos de longo prazo, onde o investidor está disposto a manter o capital aplicado até o término do período acordado.

Portanto, ao considerar a liquidez nos investimentos, é essencial avaliar a necessidade de acesso rápido ao capital, o horizonte de investimento e os objetivos financeiros para escolher a modalidade de liquidez mais adequada ao perfil e às metas do investidor.

Qual é a relação entre a liquidez e a rentabilidade?

A relação entre liquidez e rentabilidade é fundamental no mercado financeiro. A liquidez refere-se à facilidade de converter um investimento em dinheiro, enquanto a rentabilidade representa o retorno obtido de um investimento.

Geralmente, ativos com alta liquidez tendem a ter menor rentabilidade, pois a facilidade de resgate está associada a menores riscos. Por outro lado, ativos menos líquidos podem oferecer retornos mais altos, mas com maior risco.

Assim, a escolha entre liquidez e rentabilidade depende dos objetivos do investidor: mais liquidez implica em menor risco, mas potencialmente menor retorno, enquanto menos liquidez pode trazer maior retorno, porém com maior risco.

Quais são os riscos relacionados à liquidez?

Os riscos relacionados incluem a possibilidade de não conseguir resgatar um investimento quando necessário, a perda de parte do dinheiro no processo de resgate, e a dificuldade em vender um ativo pelo preço desejado.

Além disso, a baixa liquidez pode levar a situações em que o investidor precisa recorrer a linhas de crédito com taxas de juros mais altas, anulando assim a rentabilidade do investimento.

Outro risco é a associação entre liquidez e rentabilidade, onde ativos com maior retorno muitas vezes possuem menor liquidez, o que pode resultar em perdas se resgatados antes do vencimento.

Em resumo, os riscos de liquidez estão ligados à capacidade de converter investimentos em dinheiro, à possibilidade de perdas no resgate, e à relação entre liquidez e rentabilidade.

O que é a carência?

A carência nos investimentos é o período mínimo em que o dinheiro aplicado em uma determinada modalidade de investimento fica retido, sem a possibilidade de resgate ou movimentação. Durante esse intervalo, o investidor não pode retirar o capital investido sem sofrer penalidades ou perdas financeiras.

Após o término da carência, o investidor tem a liberdade de resgatar o dinheiro aplicado sem qualquer tipo de restrição.

Em resumo, a carência representa o tempo em que o investimento permanece intocável antes que seja possível acessar a liquidez do mesmo.

E o vencimento?

Em uma aplicação financeira, vencimento é o tempo que o dinheiro pode ficar aplicado. Por exemplo, se um CDB tem liquidez diária e vencimento em 2025, isso quer dizer que você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento, mas a data limite é 2025.

Um exemplo prático seria um CDB com 14,25% a.a. e prazo de 1 ano.

E o prazo de resgate?

O prazo de resgate em investimentos é o período que o investidor precisa esperar para ter acesso ao dinheiro aplicado. Esse prazo pode variar de acordo com o tipo de investimento, podendo ser de curto prazo, como D+0 ou D+1, onde o resgate é mais rápido, ou de prazos mais longos, como D+30 ou D+60, que exigem esperar um período maior para ter o dinheiro disponível.

O prazo de resgate é essencial para determinar a liquidez de um investimento, influenciando diretamente a rapidez com que o investidor pode converter o ativo em dinheiro disponível. Portanto, compreender o prazo de resgate é fundamental para planejar adequadamente os investimentos e atender às necessidades financeiras de curto e longo prazo.

Fontes: Como Investir, Toro, Modal Mais, BTG Pactual, Suno, Empiricus, Genial