Downside, o que é? Como proteger sua carteira de movimentos negativos

2 de março de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 43 seg


O downside é um termo utilizado para se referir a um revés de mercado, onde a economia fica estagnada ou retrocede. Portanto, downside é uma palavra usada quando há um movimento negativo, seja dos preços de ativos, segmentos ou do mercado. 

Como todas essas variáveis estão interligadas e impactam as condições do mercado, os economistas, por vezes, tentam prever até que ponto a economia pode ficar estagnada ou retroceder, devido ao movimento negativo dessas variáveis.

Compreender como funciona o downside é muito importante para os investidores, afinal de contas, esse revés do mercado impacta diretamente na carteira de todos os investidores, especialmente os de renda variável

O que é downside?

O termo downside é usado para se referir ao cenário econômico, especificamente em relação ao movimento negativo de preços de ativos, segmentos ou do mercado. Em outras palavras, o downside é um revés de mercado, ligado a períodos de estagnação ou de retrocesso econômico. 

Downside, o que é? Como proteger sua carteira de movimentos negativos

Exame 

No downside é considerado apenas o potencial negativo do cenário econômico. Dessa forma, quando se fala no movimento positivo, o termo a ser utilizado é o Upside

Como o downside não é incomum no mercado, é importante que os investidores de renda variável saibam como lidar com ele. Afinal de contas, a queda na economia pode impactar os preços de vários ativos, como por exemplo, as ações.

Downside versus risco downside

O downside é o movimento negativo em potencial. Já o risco downside, é uma forma de quantificar esse movimento negativo em potencial. Ou seja, enquanto o downside se refere ao potencial de queda, o risco downside procura determinar o grau do movimento negativo.

Para avaliar o estresse do risco, normalmente são usados fatores técnicos e fundamentais, onde se estima o quanto o preço de um ativo pode cair no pior cenário possível. 

Não existe uma forma de estimar perfeitamente qual será o downside, entretanto, é possível usar o desvio padrão ou probabilidades estatísticas para tentar quantificar o movimento negativo. 

Rico

Sendo assim, para analisar o downside em ativos, os analistas podem usar modelos estatísticos e análise fundamentalista e através de uma avaliação cuidadosa, encontrar o preço-alvo de um ativo, que serve para quantificar o downside. Por exemplo, suponhamos que as ações da empresa X estejam cotadas em R$ 35,00. Porém, os analistas definiram que o seu preço-alvo é R$ 30,00.

Neste caso, existe uma perspectiva de downside para aquele ativo, já que ele pode se desvalorizar e chegar ao preço alvo. É claro que essa expectativa pode não se concretizar. Como não existe uma maneira de estabelecer perfeitamente o downside, muitos investidores buscam realizar proteções contra ele. 

Investir a longo prazo

Os investidores com foco no longo prazo são menos afetados pelo downside. Isso porque, ao longo dos anos, as oscilações de preços não são tão importantes.

Por outro lado, o downside pode atrapalhar os investidores de curto prazo, já que eles podem optar por vender os ativos durante movimentos de baixa. 

Suno

Portanto, o mais recomendado é investir com foco no longo prazo. É claro que o movimento de baixa pode se perpetuar por um bom tempo.

Neste caso, a solução é recorrer a análises aprofundadas das empresas antes de aplicar nelas. Você pode também diversificar entre empresas e setores, evitando a correlação de ativos.

Proteção downside

A proteção da carteira de investimentos contra o movimento negativo e a consequente perda de ativos, é chamada de proteção downside. No caso de investidores de longo prazo, as medidas a serem tomadas são as anteriormente listadas, como fazer a análise fundamentalista e diversificar a carteira. 

Já para os investidores de curto e médio prazo, existem algumas outras maneiras de tentar evitar prejuízos:

1- Opção de venda

Essa proteção é feita através de um contrato que dá ao proprietário o direito (e não obrigação), de vender determinada quantia de um título por um preço específico em um período de tempo. Por exemplo, se uma ação se desvalorizar, o investidor poderá fazer a sua venda, pelo preço previamente estabelecido na opção de venda. 

2- Stop loss

O stop loss é um mecanismo que limita a perda do investidor, caso um ativo tenha queda. Desse modo, o investidor informa para a corretora que se um ativo X passar por uma desvalorização e atingir determinado valor, ele deve ser vendido. 

Downside, o que é? Como proteger sua carteira de movimentos negativos

Trademap

Por exemplo, suponhamos que você comprou ações da empresa Y, por R$ 50,00 e você estabelece um stop loss de R$ 45,00. Nesse caso, se as ações se desvalorizarem e atingirem os R$ 45,00 elas serão vendidas.

Essa é uma forma de fazer proteção do downside, porque se a ação não fosse vendida, o preço poderia continuar caindo e você teria prejuízos ainda maiores. 

3- Correlação negativa

Por fim, outra forma de fazer a proteção downside, é comprando ativos que sejam correlacionados negativamente. Dessa maneira, quanto um ativo cai, o outro sobe e vice-versa. A vantagem é que a queda de um ativo é sempre amortecida pela subida de outro.

Em contrapartida, a desvantagem é que os ganhos potenciais da carteira são limitados. Uma forma de fazer a correlação negativa, é por meio dos Investimentos no exterior – Por que investir e alternativas de aplicações.

Fontes: Mais retorno, Suno, Infomoney e Renovainvest

Imagens: Trademap, The cap, Exame, Rico e Suno