Existem diversas opções de investimentos no exterior para as pessoas que desejam diversificar suas carteiras de investimentos. Algumas alternativas são mais fáceis, como os fundos de investimentos no exterior, e outras são mais complexas, como abrir uma conta em uma corretora internacional.
No entanto, além da facilidade, o investidor também deve levar em conta os custos. Todos os tipos de investimentos possuem algum tipo de custo, sendo assim, cabe ao investidor analisar detidamente todas as possibilidades e escolher a que melhor se encaixar com seus planos.
Independente da escolha, diversificar a carteira de investimentos é uma forma de proteger o patrimônio contra as oscilações do mercado interno. É claro que no exterior também ocorrem variações na economia, porém, contra crises no Brasil, você estará mais seguro.
Por que investir fora do Brasil
O principal motivo para investir no exterior é a proteção de capital. Dessa maneira, ao se expor às variações econômicas de outros países, o investidor está protegendo sua carteira de possíveis crises econômicas nacionais. Outros países também podem passar por crises, entretanto, algumas economias são mais desenvolvidas e sólidas do que a brasileira.
Portanto, além de investir fora do Brasil, é importante escolher um país com economia forte. Outro motivo para investir no exterior é a diversificação da carteira. Isso porque, ao diversificar, você consegue balancear os resultados, o que diminui os riscos de grandes perdas.
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Em resumo, não basta diversificar a carteira apenas com ativos de diferentes setores brasileiros. Afinal, com uma crise nacional, todos os setores podem ser afetados. O interessante é fazer uma diversificação entre os ativos nacionais (entre setores e empresas) e internacionais (também entre setores e empresas).
Por fim, é importante notar que o PIB do Brasil representa apenas 3% do PIB mundial. Logo, quando o investidor escolhe alocar todo o seu capital apenas no Brasil, ele está ignorando 97% do PIB mundial. Essa tendência de investir apenas no próprio país é chamada do Viés Doméstico, e pode trazer perdas em caso de instabilidade econômica nacional.
Opções de investimentos no exterior
Algumas boas opções de investimentos no exterior para que você possa começar a diversificar sua carteira e proteger seu capital são:
1- Fundos de investimentos no exterior
Uma das opções mais fáceis de investir fora do brasil, é por meio dos fundos de investimentos brasileiros, que aplicam em ativos no exterior. Essa opção é prática porque, basta o investidor comprar cotas do fundo, todo o trâmite de aplicar em ativos internacionais fica por conta do gestor do fundo.
Os fundos de investimentos internacionais são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Como são fundos brasileiros que aplicam no exterior, a compra das cotas acontece em real e as regras de sucessão são iguais aos demais fundos de investimentos.
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A única diferença está no valor da arrecadação dos impostos sobre os investimentos. Nos demais fundos, a alíquota varia entre 22,5% e 15%. Contudo, nos fundos de investimentos no exterior, a porcentagem do imposto é sempre de 15%.
Lembrando que essa porcentagem incide apenas em cima dos lucros (em reais), não do valor aplicado. Outro detalhe importante, é que o responsável por recolher os impostos, até o último dia do mês seguinte da operação, é o investidor.
2- Corretora fora do Brasil
Outra opção para fazer um investimento internacional, é por meio da abertura de uma conta em uma corretora no exterior. Essa opção é um pouco mais complicada do que investir por meio de fundos de investimentos.
Isso porque, para abrir uma conta na corretora, o investidor precisa estar atento aos regulamentos das corretoras e aos envios de toda a documentação necessária.
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Uma desvantagem dessa opção de investimento, se refere aos impostos. Se o investidor receber dividendos, ele terá que pagar uma porcentagem de imposto de renda no Brasil. Dependendo do país, ocorre também o imposto retido na fonte.
Além disso, se o investimento trouxer rendimentos periódicos, o investidor se torna responsável por efetuar o pagamento de 15% em imposto no Brasil. Já em ganhos com a venda de ações, a tributação varia entre 22,5% e 15%. Por fim, existe ainda o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,1%.
3- BDRs
Uma outra alternativa de investimento no exterior é por meio dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs). Nesta opção, uma empresa depositária compra ações no exterior e emite papéis no Brasil representando essas ações. Esses papéis emitidos são então guardados por uma instituição custodiante.
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Ao investir fora do Brasil por meio dessa opção, o investidor não está de fato comprando a ação internacional, mas sim um papel que a representa.
Antes, somente os investidores qualificados, ou seja, investidores com mais de R$ 1 milhão aplicados, podiam acessar esses ativos. No entanto, essa exigência foi retirada em setembro de 2020.
Aplicar em BDRs é fácil, já que eles são negociados por meio de uma corretora. Em relação aos custos, existe a taxa cobrada pela corretora por realizar a intermediação das operações e a taxa de custódia da B3. Já o imposto de renda é de 15% em cima dos lucros nas operações.
4- ETFs
Os Exchange Traded Funds (ETF), são fundos de índice. O objetivo é seguir um índice, realizando os mesmos investimentos, para conseguir retornos similares. Os ETFs internacionais são aqueles que seguem índices de ações estrangeiras.
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Para investir fora do Brasil por meio de ETFs, o investidor precisa comprar cotas de ETFs na B3. O processo de compra é similar à compra de ações. Logo, o investidor opera por meio de reais e não precisa mandar dinheiro para o exterior.
5- COE
Os Certificados de Operações Estruturadas (COE), podem ser de diversos tipos, inclusive internacionais, sendo que, nesta opção, o investidor não precisa enviar dinheiro para fora.
Em relação aos custos, o investidor precisa pagar uma taxa de administração, que varia entre 0,5% e 2% ao ano. Temos ainda o custo com imposto de renda, variando entre 22,5% e 15%.
6- Abrir uma empresa
Para finalizar as opções de investimentos no exterior, temos ainda a alternativa de abrir uma empresa no exterior. Desse modo, o investidor cria uma empresa para que ela realize as aplicações fora do Brasil.
Em resumo, funciona da seguinte maneira: O investidor como pessoa física, envia dinheiro para conta da empresa no exterior. Depois disso, a empresa empresa realiza os investimentos. Normalmente essas empresas são criadas em países de baixa tributação, os chamados paraísos fiscais.
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A vantagem dessa opção de investimento é em relação aos impostos. Dessa forma, o investidor só precisa pagar impostos quando faz o resgate de cotas do capital da empresa ou quando recebe dividendos. Porém, nesses casos o imposto é de 27,5%.
Apesar dos benefícios relacionados aos impostos, essa alternativa tem a desvantagem dos custos para a manutenção da empresa. Portanto, essa opção é recomendada somente para os traders e para as pessoas com mais de US$1,5 milhão.
Outra desvantagem se refere à sucessão. Se o investidor morrer, a transferência dos ativos para os herdeiros pode ser um pouco mais complicada, demandando diversos documentos, como um inventário no país onde a empresa está registrada.
Não deixe a falta de dinheiro te impedir de investir no exterior! Veja o vídeo de Raul Sena e descubra como começar a investir com pouco dinheiro:
Enfim, agora que você conhece todas as opções de investimentos no exterior, aproveite para aprender sobre Diversificação de investimentos – Quantas ações ter em carteira?
Fontes: Valor investe, The cap e E-investidor
Imagens: Target invest, Magic florida imóveis, Onze, Daycoval, Suno, Viver de dividendos e Biz brazil magazine