17 de janeiro de 2025 - por Sidemar Castro

O termo farm-in refere-se a um tipo de acordo no setor de exploração de recursos naturais, especialmente petróleo e gás. Nesse contexto, uma empresa, chamada farmee, adquire os direitos de concessão e exploração de uma área que pertence a outra empresa, conhecida como farmor. Essa transação é geralmente motivada pela necessidade de capital e tecnologia para desenvolver a área em questão.
Em resumo, o farm-in é uma estratégia eficaz para empresas que buscam expandir suas operações sem incorrer em altos riscos financeiros, aproveitando parcerias estratégicas para explorar novos recursos naturais. Leia e entenda como funciona.
O que é farm-in?
O termo farm-in é usado no setor de petróleo e gás para descrever um tipo de acordo entre empresas. Nesse acordo, uma empresa que ainda não participa de um projeto de exploração ou produção compra uma participação em uma área ou bloco de outra empresa que já possui direitos sobre ele.
Em troca, a empresa que entra no projeto (farm-in) normalmente assume uma parte dos custos ou responsabilidades operacionais, como perfuração de poços ou financiamento de atividades. Por exemplo, imagine que uma empresa A tem uma licença para explorar um campo de petróleo, mas não quer ou não pode arcar sozinha com os custos.
Nesse caso, ela pode fazer um acordo com a empresa B, que entra no projeto como parceira. Assim, a empresa B se compromete a investir ou a realizar parte do trabalho necessário, enquanto a empresa A reduz seus riscos financeiros.
Esse tipo de contrato é muito comum no setor porque ajuda as empresas a compartilharem os riscos e os custos de projetos que costumam ser caros e incertos. Além disso, ele é uma maneira eficiente de atrair novas parcerias e conhecimentos técnicos.
Como funciona o farm-in?
O farm-in é um processo que envolve um acordo entre duas partes no setor de exploração de recursos naturais, especialmente petróleo e gás. Neste modelo, uma empresa, chamada farmee, adquire os direitos de exploração de uma área que pertence a outra empresa, conhecida como farmor.
Essa transação geralmente ocorre quando o farmor decide abrir mão de parte ou totalidade dos direitos de exploração, em troca de royalties ou participação nos lucros.
O funcionamento do farm-in pode ser descrito em algumas etapas:
Primeiramente, com a identificação da oportunidade: O farmee identifica uma área que possui potencial para exploração, mas que não está sendo desenvolvida ativamente pelo farmor.
Em segundo lugar, vem a negociação: Ambas as partes entram em um acordo onde o farmee se compromete a investir capital e tecnologia para explorar a área. Em troca, ele obtém direitos sobre a exploração e, possivelmente, uma participação nos lucros futuros.
Depois, acontece a execução do acordo: Após a formalização do contrato, o farmee inicia as atividades de exploração e desenvolvimento na área. Os investimentos são geralmente feitos durante um período fixo, com limites e pisos previamente acordados para custos.
Finalmente, há o retorno sobre investimento: À medida que a exploração avança e se confirma a viabilidade comercial, o farmee pode começar a receber uma parte dos lucros gerados pela produção.
O farm-in é uma estratégia eficaz no setor de petróleo e gás, permitindo que empresas menores ou com menos recursos possam participar da exploração de áreas promissoras. Essa colaboração não só beneficia as empresas envolvidas, mas também potencialmente amplia a produção de recursos naturais essenciais.
Quais são as vantagens do farm-in?
O farm-in traz diversas vantagens tanto para as empresas que buscam explorar novos recursos quanto para aquelas que possuem áreas disponíveis.
1) Acesso a Capital e Tecnologia
O farmee, que é a empresa que entra no acordo, geralmente traz consigo recursos financeiros e tecnologia avançada. Sendo assim, isso permite que a exploração de uma área seja realizada de forma mais eficiente e rápida, aproveitando melhor o potencial do local.
2) Redução de Riscos
Para o farmor, que é a empresa proprietária da área, o farm-in representa uma maneira de compartilhar os riscos associados à exploração. Portanto, ao permitir que outra empresa participe, o farmor pode minimizar suas perdas financeiras em caso de insucesso na exploração.
3) Desenvolvimento Acelerado
Com o investimento do farmee, as atividades de exploração podem ser iniciadas ou aceleradas. Assim, isso é especialmente importante em setores como petróleo e gás, onde o tempo é crucial para maximizar a produção e os lucros.
4) Possibilidade de Lucros Compartilhados
O acordo de farm-in geralmente inclui cláusulas de royalties ou participação nos lucros. Assim, ambas as partes se beneficiam do sucesso da exploração, criando um incentivo mútuo para maximizar a eficiência e os resultados.
5) Diversificação de Portfólio
Para o farmee, entrar em um acordo de farm-in permite diversificar seu portfólio de ativos, aumentando sua presença em diferentes áreas geográficas ou tipos de recursos. Assim, isso pode ser uma estratégia eficaz para mitigar riscos em um mercado volátil.
6) Fortalecimento da Indústria Local
Ao promover parcerias entre empresas locais e grandes operadoras, o farm-in pode ajudar a fortalecer a indústria local. Assim, isso resulta em mais empregos e desenvolvimento econômico na região onde a exploração ocorre.
Essas vantagens fazem do farm-in uma estratégia atraente no setor de exploração de recursos naturais, beneficiando tanto os investidores quanto as empresas que buscam desenvolver suas áreas inexploradas.
E quais são os riscos do farm-in?
O farm-in oferece várias oportunidades, mas também apresenta riscos que as empresas devem considerar antes de entrar nesse tipo de acordo.
1) Incerteza na Exploração
A exploração de petróleo e gás é inerentemente arriscada. Muitas vezes, mesmo com estudos geológicos detalhados, a probabilidade de encontrar reservas comerciais é baixa. Desse modo, isso significa que o farmee pode investir significativamente e não obter retorno, caso não encontre petróleo ou gás na quantidade esperada.
2) Flutuações de Preços
O mercado de petróleo e gás é altamente volátil. Mudanças nos preços podem afetar a lucratividade do projeto. Se os preços caírem durante o período de exploração, os custos podem superar os benefícios esperados, levando a prejuízos financeiros.
3) Custos Elevados
A indústria de petróleo e gás exige investimentos substanciais em tecnologia e infraestrutura. Se os custos de exploração e produção forem mais altos do que o previsto, isso pode impactar a viabilidade econômica do projeto.
4) Compromissos Contratuais
Os contratos de farm-in podem incluir cláusulas que exigem que o farmee cumpra metas específicas de exploração e produção. Se ele não conseguir atender a essas metas, pode enfrentar penalidades financeiras ou perder direitos sobre a área.
5) Riscos Ambientais e Regulamentares
As operações de exploração estão sujeitas a regulamentações ambientais rigorosas. O não cumprimento dessas normas pode resultar em multas pesadas ou até mesmo em processos judiciais. Além disso, acidentes ambientais podem causar danos significativos à reputação da empresa.
6) Mudanças nas Preferências do Mercado
Com a crescente transição para fontes de energia mais limpas, há um risco associado à mudança nas preferências dos consumidores e investidores em relação ao petróleo e gás. Em outras palavras, isso pode afetar a viabilidade a longo prazo dos projetos de exploração.
Portanto, enquanto o farm-in pode oferecer oportunidades valiosas para as empresas no setor de petróleo e gás, é crucial que elas avaliem cuidadosamente esses riscos antes de se comprometerem com um acordo. A gestão eficaz desses riscos é fundamental para o sucesso das operações de exploração.
Quais são as diferenças entre farm-in e farm-out?
As diferenças entre farm-in e farm-out estão relacionadas à posição das empresas em um acordo no setor de petróleo e gás. Ambos os termos descrevem lados opostos de uma mesma transação. Aqui vai uma explicação simples:
Farm-in
Nesse caso, a empresa está entrando em um projeto. Ela compra uma participação em um bloco ou campo de petróleo e, em troca, aceita assumir parte dos custos ou atividades operacionais.
A empresa que faz o farm-in está buscando novas oportunidades de exploração ou produção.
Farm-out
Aqui, a empresa está cedendo parte de sua participação em um projeto para outra empresa. Ou seja, isso é feito para reduzir os custos, dividir riscos ou focar em outras prioridades estratégicas.
A empresa que faz o farm-out abre mão de uma parte do controle ou do lucro potencial, mas ganha com a entrada de novos recursos financeiros ou técnicos.
Em resumo, a principal diferença é a perspectiva de cada empresa no acordo:
- Quem compra a participação faz o farm-in.
- Quem vende a participação faz o farm-out.
Por exemplo, se a empresa A precisa de ajuda financeira para explorar um campo, ela pode fazer um farm-out para a empresa B, que, ao aceitar o acordo, faz um farm-in. Essas práticas são muito comuns porque ajudam as empresas a compartilhar custos e riscos em projetos de alto investimento.
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Fontes: Wilsons, Mais Retorno