2 de outubro de 2020 - por Sidemar Castro

A lucratividade é um jeito de ver o quanto do dinheiro que sua empresa fatura acaba virando lucro de verdade, ou seja, o que sobra depois de pagar todas as contas. É a porcentagem que te diz se a operação está sendo eficiente.
Mas atenção: ela é diferente da rentabilidade! Enquanto a lucratividade olha para o que sobrou das vendas, a rentabilidade vê o quanto o dinheiro que você investiu no negócio está rendendo. Uma empresa pode lucrar muito, mas se o investimento inicial foi gigante, a rentabilidade pode não ser tão boa assim.
Como calcular e diferença da rentabilidade? Leia e descubra!
Leia mais: Lucro: entenda melhor esse importante conceito
O que é lucratividade?
Quando falamos em lucratividade, estamos querendo entender o quão bem uma empresa consegue transformar suas vendas em dinheiro de verdade no caixa. Não é só sobre vender muito, mas sim sobre o que sobra depois que todas as contas são pagas.
Entenda assim: quando uma empresa vende um produto ou serviço, aquele valor que o cliente paga não entra inteiro na conta da empresa. Por trás de cada venda, existem vários gastos invisíveis para o consumidor, mas bem reais para o negócio. A gente tem que pagar o pessoal que trabalha, a conta de luz, aluguel, o custo de produzir o que se vende ou comprar do fornecedor, os impostos que o governo cobra… Enfim, é uma lista grande.
Então, o lucro líquido é justamente o que sobra no final dessa jornada, depois que tudo isso é descontado. É o dinheiro que a empresa realmente conseguiu “ganhar” com o que vendeu.
Já a lucratividade vai um passo além. Ela nos mostra se a empresa não só consegue cobrir todos esses gastos, mas se ela é realmente boa em gerar uma boa porcentagem de lucro em cima de cada venda. É como se ela dissesse: “Conseguimos vender bem, e mais importante, conseguimos fazer com que uma fatia significativa desse dinheiro ficasse conosco.” É um indicador de saúde e eficiência do negócio!
Leia também: Margem líquida: o que é, como funciona e como calcular
Fatores que afetam a lucratividade
Quer entender o que realmente influencia o quanto de dinheiro sobra no caixa de uma empresa? A lucratividade não aparece do nada; ela é resultado de uma combinação de elementos. Veja alguns dos mais importantes:
1) Precificação dos Produtos/Serviços
Parece óbvio, mas a forma como você define o preço do que vende é fundamental. Se o preço for muito baixo, mesmo vendendo muito, o lucro pode ser mínimo. Se for muito alto, você pode perder clientes. Encontrar o ponto de equilíbrio que cobre os custos e ainda gera um bom retorno é um desafio constante.
2) Custos Operacionais
Aqui entram todas aquelas despesas do dia a dia para fazer o negócio funcionar: aluguel, salários, contas de luz e água, internet, material de escritório. Quanto mais altos esses custos em relação às vendas, menor será a fatia do bolo que sobra como lucro. Por isso, controlar e otimizar esses gastos é fundamental.
3) Volume de Vendas
Sim, vender bastante ajuda. Quanto mais produtos ou serviços você vende, mais chances tem de diluir seus custos fixos e aumentar o lucro total. No entanto, é importante lembrar que volume sem margem de lucro não significa muita coisa. Vender muito com pouco lucro em cada venda pode não ser tão vantajoso.
4) Despesas com Marketing e Vendas
Para vender, é preciso investir em divulgação e na equipe de vendas. Esses gastos são necessários para atrair clientes, mas precisam ser eficientes. Se você gasta muito para adquirir um cliente e ele não gera vendas suficientes ou não é fiel, a lucratividade sofre.
5) Eficiência da Produção/Prestação de Serviço
Se o seu negócio fabrica algo, a forma como você produz impacta diretamente o custo do produto. O mesmo vale para serviços: a agilidade e a qualidade com que você entrega impactam seus gastos e a satisfação do cliente. Ser eficiente aqui significa menos desperdício e menor custo por unidade.
6) Gerenciamento de Estoque
Ter muito estoque parado significa dinheiro preso e risco de perdas (por vencimento, obsolescência, etc.). Ter pouco, por outro lado, pode levar à perda de vendas. Otimizar o estoque para que ele gire na medida certa libera capital e evita prejuízos.
7) Condições de Pagamento e Crédito
A forma como a empresa concede prazos para clientes e negocia com fornecedores também entra na conta. Prazos muito longos para receber ou muito curtos para pagar podem apertar o fluxo de caixa, impactando a capacidade de investimento e, consequentemente, a lucratividade.
8) Carga Tributária
Os impostos são uma fatia considerável de qualquer receita. Dependendo do setor, do porte da empresa e do regime tributário escolhido, a quantidade de impostos pode variar bastante, impactando diretamente o lucro final. Um bom planejamento tributário pode fazer uma diferença enorme.
Veja: Planejamento tributário: o que é, para que serve e por que fazer?
Indicadores de lucratividade
Para saber se uma empresa está realmente dando lucro e quão bem ela está usando seus recursos para isso, a gente usa alguns “termômetros”. Eles são os indicadores de lucratividade, e cada um nos dá uma perspectiva diferente do desempenho financeiro. Veja os principais:
1) Margem Bruta
Esse indicador é o primeiro passo para entender o lucro. Ele mostra quanto de dinheiro sobra das vendas depois de descontar apenas os custos diretos para produzir o que foi vendido (os famosos “custos dos produtos vendidos” ou “custos dos serviços prestados”). Por exemplo, se você vende um bolo por R$ 50 e a farinha, ovos, açúcar e gás custaram R$ 20, sua margem bruta é de R$ 30 por bolo. Em porcentagem, te diz quanto de cada real vendido se transforma em lucro antes de qualquer outra despesa.
Leia: Margem bruta: o que é e como calcular este indicador
2) Margem Operacional
Aqui a gente avança um pouco mais. A margem operacional revela o lucro que a empresa gera a partir de suas operações principais, ou seja, as atividades do dia a dia. Ela pega o lucro bruto e subtrai as despesas operacionais, como aluguel, salários da administração, contas de luz e marketing. Esse indicador é ótimo para ver se o “coração” do negócio é saudável e eficiente, independentemente de gastos financeiros ou impostos.
Entenda melhor: Lucro operacional: o que é, como calcular e como analisar?
3) Margem Líquida
Este é o rei dos indicadores para muitos! A margem líquida mostra o lucro final, o que realmente sobrou no caixa depois de todas as despesas serem pagas: os custos de produção, as despesas operacionais, os gastos financeiros (juros, por exemplo) e, claro, os impostos. É o percentual do que sobrou de cada real de venda depois que a empresa pagou absolutamente tudo. Se sua margem líquida é de 10%, significa que de cada R$ 100 vendidos, R$ 10 viraram lucro para a empresa.
4) ROA (Retorno Sobre Ativos)
O Retorno Sobre Ativos (nos ajuda a entender o quão bem a empresa está usando tudo o que ela tem (seus ativos, como prédios, máquinas, estoques, dinheiro em caixa) para gerar lucro. Ele compara o lucro líquido com o valor total dos ativos da empresa. Basicamente, te diz: “Para cada real que a empresa tem em ativos, quanto de lucro ela consegue gerar?”. É uma métrica de eficiência no uso dos recursos.
5) ROE (Retorno Sobre Patrimônio Líquido)
O ROE é superimportante para os donos e investidores. Ele mede o lucro líquido em relação ao patrimônio líquido da empresa, que é o capital investido pelos sócios e os lucros que foram reinvestidos. Em termos simples, ele responde: “Para cada real que os donos investiram na empresa, quanto de lucro ela está gerando?”. É um indicador direto da rentabilidade para os acionistas.
Como calcular a lucratividade?
Pode parecer complicado no começo, mas relaxa, calcular a lucratividade é mais fácil do que parece! É tudo uma questão de usar uma fórmula bem simples que te mostra o quanto de dinheiro sobrou de verdade, depois de todas as contas pagas, em relação a tudo que você vendeu.
A fórmula é assim:
Lucratividade = Lucro Líquido / Receita Bruta x 100
Agora, vamos destrinchar isso para ficar bem claro:
- Lucro Líquido: Pense nesse valor como o dinheiro que sobrou na sua conta depois que você pagou absolutamente TUDO: custo do produto, aluguel, salários, contas de luz e água, impostos… Enfim, é o que realmente “sobrou” da operação.
- Receita Total (ou Receita Bruta, Faturamento Bruto): Esse é o valor total de todas as vendas que você fez, sem descontar nada. É o dinheiro bruto que entrou no seu caixa.
Então, o que essa fórmula nos diz? Basicamente, ela mostra qual pedacinho da sua Receita Total se transformou em Lucro Líquido.
Vamos para um exemplo prático que ajuda a fixar: Imagina que a sua empresa teve um Lucro Líquido de R$ 20.000,00 em um mês. E nesse mesmo mês, você fez R$ 250.000,00 em vendas (Receita Total).
Agora é só jogar na fórmula:
Lucratividade = R$ 20.000,00/R$ 250.000,00 = 0,08
Para transformar isso em uma porcentagem (o que facilita a gente visualizar), é só multiplicar por 100:
0,08×100 = 8%
Isso significa que, nesse nosso exemplo, a lucratividade foi de 8%. Traduzindo: de cada R$ 100 que a empresa vendeu, R$ 8 efetivamente “entraram no bolso” como lucro.
Entendeu como é tranquilo? Com esse cálculo, você consegue ter uma ideia muito mais clara da saúde financeira do seu negócio!
Leia sobre: https://investidorsardinha.r7.com/aprender/margem-bruta/
Como avaliar a lucratividade?
Avaliar a lucratividade é, basicamente, entender se o negócio está dando retorno financeiro de verdade. O jeito mais direto de fazer isso é olhar para o lucro líquido, ou seja, tudo o que sobrou depois de pagar custos, despesas, impostos e tudo mais.
Um bom indicador é a margem de lucro, que mostra o quanto do que você fatura realmente vira lucro. Se você vende R$ 10 mil por mês e lucra R$ 2 mil, por exemplo, tem uma margem de 20%.
Mas não basta olhar só para o número final. É essencial comparar com períodos anteriores, com o mercado e com os objetivos da empresa. Às vezes, o lucro é positivo, mas não o suficiente para justificar o investimento ou manter o negócio saudável a longo prazo.
Leia e entenda: Taxa de retorno: o que é, como calcula, importância
Importância da lucratividade
Quando a gente fala sobre o sucesso de um negócio, é muito importante entender que lucratividade e rentabilidade não são a mesma coisa. Confundir os dois é um erro comum e pode te dar uma visão distorcida da saúde da sua empresa. Afinal, você pode achar que está arrasando quando, na verdade, as coisas não estão tão boas assim, ou vice-versa.
Medir tudo certinho, com a ajuda de um bom sistema de gestão, é fundamental. Se você embaralha esses conceitos, corre o risco de pensar que seu negócio tem problemas que não existem, ou pior, que ele está bombando quando, na realidade, os números contam outra história.
Pensa comigo: não adianta nada sua empresa lucrar um monte se você teve que fazer um investimento gigantesco para chegar a esse lucro. Da mesma forma, ter uma lucratividade excelente não significa muito se a sua receita total foi baixinha. A chave está em olhar essas duas variáveis juntas. É esse olhar combinado que te dá um panorama real do negócio e te ajuda a tomar decisões muito mais acertadas.
Por exemplo, se você percebe que um investimento específico não está sendo rentável como deveria, pode ser a hora de substituí-lo por algo que traga um impacto mais positivo tanto na sua rentabilidade quanto na sua lucratividade.
E a beleza de tudo isso é que essa análise pode ser feita antes mesmo de você abrir as portas! Quer montar um negócio novo, transformar o que já existe em franquia ou abrir uma filial? Avaliar a lucratividade e a rentabilidade te permite fazer uma análise preditiva, ou seja, prever cenários e se proteger de possíveis prejuízos lá na frente.
E tem mais um detalhe importantíssimo: tanto a lucratividade quanto a rentabilidade são como “cartões de visita” para investidores. Eles olham esses números com lupa antes de colocar dinheiro em qualquer empresa.
Leia também: Lucro bruto: o que é, como calcular e exemplos
Qual a diferença entre lucratividade e rentabilidade?
No mundo dos negócios, é fácil confundir lucratividade com rentabilidade, mas eles medem coisas bem diferentes e são essenciais para entender a saúde financeira de uma empresa.
A lucratividade foca na eficiência operacional do seu negócio. Ela mostra o quanto de cada real que você vende se transforma em lucro real, depois de pagar todos os custos e despesas relacionadas àquela venda. Pense nela como a “gordura” que sobra das suas operações diárias.
Já a rentabilidade, por sua vez, olha para o retorno do capital investido. Ela te diz o quanto o dinheiro que você ou seus investidores colocaram no negócio está de fato rendendo e crescendo ao longo do tempo. É a resposta para a pergunta: “Valeu a pena o investimento inicial?”.
Por Que Essa Diferença Importa? Confundi-las pode te dar uma visão distorcida. Um negócio pode ser muito lucrativo (sobra bastante de cada venda) mas ter baixa rentabilidade (porque o investimento inicial foi gigantesco e o retorno sobre ele é pequeno). Ou vice-versa. Analisar as duas juntas é o que dá a verdadeira dimensão do sucesso e da sustentabilidade.
Em poucas palavras, a lucratividade avalia a performance das suas vendas, e a rentabilidade avalia o desempenho do seu investimento. Ambas são indispensáveis para tomar decisões inteligentes e garantir que seu negócio não só sobreviva, mas prospere de verdade!
Qual a diferença entre lucratividade e lucro
Essa dupla é essencial para qualquer negócio, mas tem funções diferentes:
Lucro: Pense nele como o dinheiro que sobra, um valor em reais. Ele é o resultado final, aquilo que “ficou no caixa” depois que você pagou absolutamente todas as despesas e custos de um período. É o número que te diz se o mês fechou no azul ou no vermelho.
Lucratividade: Já a lucratividade é um percentual, uma métrica que indica o quão eficiente seu negócio é. Ela mostra a “fatia” do seu faturamento total que virou lucro. Ter um lucro alto é bom, mas uma alta lucratividade garante que você não está apenas vendendo muito, mas também ganhando bem em cada venda. É a porcentagem que revela a saúde e a capacidade do seu negócio de gerar valor a partir do que vende.
Portanto, o lucro é o valor que sobrou, enquanto a lucratividade é a eficiência desse lucro em relação ao que você vendeu. Ambos são cruciais para entender se o seu negócio está realmente no caminho certo!
Dicas para aumentar a lucratividade
Aumentar a lucratividade é o objetivo de todo negócio, certo? Não é mágica, mas sim um conjunto de estratégias e ajustes que, quando bem feitos, fazem uma baita diferença no seu bolso. Veja algumas dicas práticas para você colocar em ação:
1) Revise Sua Precificação
Será que você está cobrando o preço certo pelos seus produtos ou serviços? Às vezes, um pequeno ajuste para cima (sem espantar o cliente!) pode aumentar significativamente sua margem. Outras vezes, uma promoção inteligente que aumenta o volume de vendas pode ser o caminho. O segredo é encontrar o equilíbrio que cobre seus custos e te dá um bom lucro sem perder mercado.
Saiba mais: Precificação: o que é, métodos e como fazer
2) Corte Custos e Despesas sem Perder Qualidade
Essa é clássica, mas fundamental. Analise cada gasto do seu negócio, desde o cafezinho até o aluguel. Será que dá para renegociar com fornecedores? Trocar para uma internet mais barata? Otimizar o uso de materiais para evitar desperdício? A ideia é “enxugar” onde for possível, sem comprometer a qualidade do que você entrega ao cliente. Cada real economizado é um real a mais no seu lucro.
3) Aumente o Ticket Médio
Em vez de só focar em conseguir novos clientes, que tal fazer com que cada cliente gaste mais com você? Isso é o ticket médio. Você pode oferecer combos, produtos complementares (“quem compra isso, leva aquilo”), ou até mesmo um “upgrade” para uma versão premium do seu serviço. Essa estratégia é ótima porque o custo de aquisição do cliente já foi pago.
Entenda: O que é ticket médio e como calcular este indicador?
4) Melhore a Eficiência Operacional
Pense nos seus processos internos. Há gargalos? Desperdícios de tempo ou recursos? Automatizar tarefas repetitivas, treinar melhor sua equipe, ou até mesmo reorganizar o layout da sua loja ou escritório pode otimizar a operação. Quanto mais rápido e suave o processo, menor o custo e maior a produtividade.
5) Invista em Marketing Inteligente
Gastar com marketing é preciso, mas precisa ser inteligente. Foque em canais e estratégias que realmente tragam retorno. Análise seus resultados: qual campanha trouxe mais clientes? Qual gerou mais vendas? Direcione seus recursos para o que funciona, e não tenha medo de testar coisas novas em pequena escala. Um bom marketing atrai mais clientes com um custo de aquisição otimizado.
6) Fidelize Seus Clientes
Cliente fiel é ouro! Além de gastar mais ao longo do tempo, ele se torna um divulgador espontâneo do seu negócio. Invista em um bom atendimento, programas de fidelidade, comunicação personalizada. Manter um cliente costuma ser mais barato do que conquistar um novo, e isso impacta diretamente sua lucratividade.
7) Explore Novos Mercados ou Produtos
Se o seu negócio está estável, que tal pensar em expandir? Pode ser um novo nicho de cliente, um novo produto ou serviço que complemente o que você já oferece, ou até mesmo a abertura de uma filial (se fizer sentido para o seu tipo de negócio e depois de muita análise, claro!). Novas fontes de receita, bem planejadas, podem impulsionar sua lucratividade.
Leia também: Se você gostou de conhecer sobre como funciona a lucratividade de uma empresa e o cálculo dos seus ganhos, descubra também como funciona o direito à Subscrição, o que é? Como funciona, vantagens e como exercer o direito
Fontes: Mais retorno, Conta azul, Treasy, Cora, Ploomes