Fundos de ações, o que são? Como funcionam, custos e como investir

6 de abril de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 7 min, 8 seg


Para serem categorizados como fundos de ações, os fundos de investimento precisam aplicar no mínimo 67% do patrimônio em ações ou ativos relacionados à ações.

Uma das vantagens desses fundos é a diversificação da carteira do investidor. Desse modo, até mesmo os investidores iniciantes, podem diversificar a carteira com pouco dinheiro, ao comprar cotas de fundos de ações.

Por outro lado, uma desvantagem de investir em fundos de ações, ao invés de comprar as ações individualmente, são as taxas de administração e performance cobradas pelo fundo.

O que são fundos de ações?

De maneira geral, os fundos de investimento são uma espécie de grupo de investidores focados em aplicar em determinado setor ou ativo em específico. Os fundos de ações, como o próprio nome sugere, são voltados para a aplicação em ações.

Fundos de ações, o que são? Como funcionam, custos e como investir

Nova previdência

Para ser considerado como um fundo de investimento em ações, pelo menos 67% (ou dois terços) do patrimônio do fundo deve estar aplicado em ações negociadas na bolsa de valores ou em outros ativos que sejam relacionadas às ações, como cotas de outros fundos de ações e certificados de depósitos de ações. O restante do patrimônio pode ser investido em outros tipos de ativos. 

Como os fundos de ações funcionam?

O funcionamento dos fundos de ações é bem parecido com os demais tipos de fundos de investimentos. Sendo assim, para participar do fundo, o investidor compra cotas e, por isso, passa a ser chamado de cotista. O responsável por analisar os ativos e fazer as aplicações é o gestor do fundo, e o investidor não tem nenhum poder em relação a isso.

Uma particularidade dos fundos de ações é a volatilidade. Como eles investem majoritariamente em ações, e elas passam por oscilações diárias, o desempenho do fundo acompanha a performance das ações. Portanto, os preços das cotas dos fundos de ações mudam constantemente, de acordo com as oscilações dos preços das ações. 

Fundos de ações, o que são? Como funcionam, custos e como investir

Investir e enriquecer

Dependendo do regulamento do fundo, ele não precisa seguir os limites de concentração por emissor. Geralmente, os fundos podem investir no máximo 20% do patrimônio em ativos de uma única instituição. Entretanto, no caso das empresas listadas na bolsa e de outros fundos, esse limite passa a ser de até 10% do patrimônio e de 5% para os outros emissores. 

Como a concentração representa um risco, o fundo que permitir que os percentuais sejam ultrapassados deve informar esse risco aos cotistas. Desse modo, no termo de adesão e ciência de risco, deve constar que o fundo pode se expor à concentração de ativos de poucos emissores.  

Gestão ativa versus passiva

Os fundos de investimento estabelecem um benchmark, isto é, um parâmetro de rendimento. Os fundos de ações podem usar, por exemplo, o Ibovespa. Nos fundos de gestão ativa, os gestores buscam comprar e vender ativos de maneira a superar o benchmark.

Dessa maneira, o objetivo é obter um retorno superior ao índice usado como parâmetro de rentabilidade. Já nos fundos de gestão passiva, a intenção é de apenas acompanhar a rentabilidade do benchmark ou de uma ação em específico. 

Mercavejo Brasil

Como na gestão passiva o gestor realiza um trabalho mais operacional, as taxas de administração costumam ser mais baixas. Em contrapartida, nos fundos de gestão ativa, eles contam com profissionais responsáveis por realizar análises e, por isso, as taxas são mais altas e pode existir também taxa de performance.

Tipos de fundos de ações

A ANBIMA categoriza os fundos de ações de acordo com as estratégias adotadas. Dessa forma, os principais tipos de fundos de ações são:

1- Fundos de dividendos: Nesse tipo de fundo, o gestor compra ações de empresas que possuam histórico consistente de distribuição de dividendos

2- Small caps: As small caps são as empresas de baixa captação na bolsa. Para que um fundo seja considerado de small cap, ele precisa investir, pelo menos, 85% do seu patrimônio nesse tipo de ativo. Os 15% restantes podem ser aplicados em ações de maior capitalização do mercado, porém, não podem ser as dez ações mais representativas do IBrX.

3- Fundos setoriais: A intenção é aplicar em empresas de determinado setor, como por exemplo: varejo, indústria e infraestrutura. Esse tipo de fundo precisa deixar claro em sua política de investimentos quais são os critérios de escolha dos setores, segmentos ou subsetores elegíveis para investimento.

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G1

4- Exterior: Os fundos de ações podem aplicar em ativos no exterior. No entanto, o nome do fundo precisa ter a inscrição “investimento no exterior”, se eles investirem mais de 40% do patrimônio em outros países. 

5- Específicos: Os fundos específicos são aqueles que seguem alguma estratégia de investimento ou possuem alguma característica específica. Um exemplo disso, são os fundos de mono ação, que aplicam nos papéis de apenas uma empresa.

6- Fundos livres: Desde que os detalhes sejam especificados no regulamento, os fundos livres podem aplicar em qualquer tipo de ativo. 

Custos

Todos os fundos de investimentos possuem a taxa de administração, que serve para remunerar o gestor e o administrador. Essa taxa incide sobre o patrimônio do investidor e, apesar de ser divulgada como um percentual anual, a sua cobrança é diária de maneira proporcional.

Essa taxa existe em todos os fundos, contudo, o seu valor varia de acordo com o fundo. Sendo assim, é importante que o investidor analise os valores das taxas antes de escolher um fundo. Outro custo que os fundos de investimento em ações possuem, é a taxa de performance.

Exame

Em síntese, essa taxa funciona como uma remuneração extra ao gestor. Sendo que ela só é cobrada quando o gestor consegue entregar um retorno acima do esperado. Além das taxas do fundo, temos ainda o Imposto de Renda (IR), que é descontado em cima da rentabilidade. A alíquota do imposto é de 15% e é descontada diretamente na fonte.

É importante notar que, nos fundos de ações, o IR é descontado somente no resgate das cotas. Ou seja, ele funciona de maneira diferente de outros tipos de fundos que possuem o IR semestral. Por fim, temos ainda o custo com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que  incide apenas se o resgate for realizado com menos de 30 dias a partir da aplicação. 

Vantagens e desvantagens

Caso o fundo não tenha concentração nos papéis de determinada empresa, ele pode proporcionar uma boa diversificação para a carteira do investidor. Além disso, existe ainda a vantagem de contar com um profissional especializado tomando as decisões de aplicações, sendo que isso é vantajoso, principalmente, para os investidores iniciantes.

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Por outro lado, temos a desvantagem de que o investidor não tem nenhum poder de decisão em relação às aplicações que serão feitas, já que esse papel é exclusivo do gestor.

Existe ainda a desvantagem das taxas, que impactam os rendimentos do cotista. Em relação aos custos, investir por conta própria em ações talvez seja mais vantajoso, pois não possuem taxa de administração e performance.

Como investir?

O primeiro passo para investir em fundos de investimento em ações, é conhecer o seu perfil de investidor. Como as cotas dos fundos variam constantemente, de acordo com as oscilações das ações que compõem o seu portfólio, então esse tipo de aplicação não é recomendada para todos os perfis. 

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Depois disso, estabeleça seus objetivos com a aplicação e análise dos fundos disponíveis. Ao estudar os fundos, considere a performance histórica, as taxas cobradas e a aplicação mínima. Por fim, basta fazer uma transferência bancária para a sua corretora e investir. 

Enfim, agora que você sabe tudo sobre os fundos de ações, aprenda como aplicar em Fundos de fundos, o que são? Como funcionam, custos e como investir

Fontes: Infomoney, Investidor e Btg pactual digital

Imagens: Nova previdência, Investir e enriquecer, G1, Xpi, Exame, Monetus, Mercavejo Brasil e Trovo academy