Meta fiscal: o que é, como funciona, importância

Meta fiscal é a previsão do governo sobre quanto pretende economizar ou gastar, buscando equilíbrio em um período. Veja sua importância.

27 de agosto de 2025 - por Sidemar Castro


A meta fiscal é a forma que o governo tem de mostrar como pretende equilibrar suas contas durante o ano. Ela indica a diferença esperada entre o que será arrecadado e o que será gasto, sem considerar os juros da dívida.

Se a previsão for de arrecadar mais do que gastar, temos um superávit. Se os gastos forem maiores, é um déficit. Mas, mais do que isso, a meta fiscal é um sinal de compromisso com a saúde financeira do país.

Cumprir essa meta ajuda a manter a economia estável e atrai a confiança de quem investe no Brasil. Neste artigo, você vai descobrir como tudo isso funciona na prática e por que acompanhar essa meta faz diferença. Boa leitura!

Leia mais: Política fiscal: o que é, como funciona e efeitos na economia

O que é meta fiscal?

Meta fiscal é o jeito do governo dizer: “vou gastar dentro do que posso”. Ela mostra a diferença entre o que o país espera arrecadar e o que pretende gastar, excluindo os juros da dívida. Se sobra dinheiro, é superávit. Se falta, é déficit.

Essa meta é mais do que uma conta, é um compromisso com a saúde financeira do país. Ela ajuda a manter a dívida pública sob controle e a passar segurança para quem investe aqui. Quando o governo cumpre o que promete, o mercado responde com mais confiança, e isso faz bem para todo mundo.

Saiba mais: Dívida pública: o que é, qual é a origem e para que serve?

Quais são os objetivos da meta fiscal?

A meta fiscal existe para manter as contas do governo sob controle. Ela serve como um compromisso de gastar com responsabilidade, evitando que a dívida pública cresça de forma descontrolada.

Quando o governo segue essa meta, passa uma mensagem clara de que está cuidando bem do dinheiro público, o que atrai investimentos e fortalece a economia.

Outro objetivo importante é garantir que o orçamento seja usado com inteligência. A meta fiscal ajuda a decidir onde cortar gastos, onde investir mais e como manter tudo funcionando sem comprometer o futuro.

É uma forma de dar previsibilidade à economia e mostrar que o país está no caminho certo para crescer com estabilidade.

Leia também: Arcabouço fiscal: descubra o que é isso e qual seu objetivo

Tipos de metas fiscal

1) Quanto o governo arrecada

Essa meta foca nas receitas, ou seja, no dinheiro que entra nos cofres públicos. É como o salário do país: quanto mais bem planejado, mais fácil é manter as contas em dia.

2) Quanto o governo gasta

Aqui está o lado das despesas. A meta ajuda a controlar os gastos com saúde, educação, aposentadorias e tudo mais. Sem esse controle, o risco de desorganizar as finanças aumenta.

3) O que sobra ou falta sem contar os juros

Esse é o resultado primário. Ele mostra se o governo conseguiu economizar ou se gastou mais do que arrecadou, sem considerar os juros da dívida. É um termômetro da disciplina fiscal.

4) O saldo final das contas públicas

O resultado nominal inclui tudo, até os juros. Ele revela se o país está fechando o ano no azul ou no vermelho, com base em todas as movimentações financeiras.

5) O tamanho da dívida acumulada

Essa meta acompanha o quanto o governo já deve. Se a dívida cresce demais, a confiança dos investidores diminui e os custos para o país aumentam. Por isso, manter esse número sob controle é essencial.

Saiba também: Déficit, o que é? Conceito, tipos, como calcular e diferença entre superavit

Quem cuida da meta fiscal?

Quem cuida da meta fiscal no Brasil é um time bem afinado. O Ministério da Fazenda é quem monta o plano, define quanto o governo pode gastar e quanto precisa arrecadar. Ele também acompanha se tudo está saindo como previsto.

O Congresso Nacional entra em cena para aprovar essas metas e garantir que elas estejam alinhadas com os interesses do país. Já o TCU (Tribunal de Contas da União) fica de olho para ver se o governo está cumprindo o combinado, e a CGU (Controladoria-Geral da União) faz auditorias para garantir que os gastos estejam dentro das regras.

É um trabalho conjunto que busca manter as contas públicas em ordem, evitar dívidas excessivas e passar confiança para quem investe no Brasil. Quando essa engrenagem funciona bem, todo mundo sai ganhando.

Entenda:Superávit: o que é, como funciona e diferenças entre déficit

Como funciona a meta fiscal?

A meta fiscal funciona como um roteiro financeiro que o governo traça para não perder o rumo. Ao criar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o Executivo propõe metas para o resultado primário, que é basicamente a diferença entre o que vai receber e o que vai gastar, sem contar os juros da dívida.

Assim, a meta fiscal aponta se o governo planeja ter um superávit ou um déficit naquele ano, sendo também um indicativo para os dois anos seguintes.

Depois disso, o passo seguinte é acompanhar como estão as contas: se tudo está saindo como previsto, ótimo; se as despesas passam do previsto ou a arrecadação fica abaixo do esperado, ajustes entram em ação. Isso pode significar cortar gastos, rever prioridades ou encontrar novas fontes de receita.

Quando o governo mantém esse equilíbrio e dá transparência ao processo, demonstra responsabilidade fiscal, e isso é essencial para ganhar respaldo de investidores, barrar aumentos de juros e manter a economia estável.

Veja também: Shutdown: O que acontece se o governo não conseguir pagar as contas?

Relação da meta fiscal com o orçamento público

Pense no governo como uma família planejando o orçamento do próximo ano. Primeiro, ele projeta o quanto espera ganhar, com impostos e outras fontes, e o quanto pretende gastar. Essa projeção é o que chamamos de meta fiscal, um plano que mostra se a previsão é de gastar menos que arrecada ou o contrário.

Com essa meta em mãos, o planejamento orçamentário ganha forma: o orçamento público detalha exatamente as receitas esperadas e os gastos a serem autorizados, orientados pelas definições da meta fiscal

Quando a meta é apegada a uma situação sustentável, um déficit controlado ou um superávit, ela ajuda a moldar as prioridades de investimento, indicando onde o governo pode gastar mais ou onde deve economizar.

Ao longo do ano, esse processo é revisitado com frequência. Se as projeções saem do trilho, o governo precisa ajustar o orçamento, seja cortando despesas, redirecionando recursos ou aumentando arrecadação, para não se comprometer com um gasto acima do limite fiscal; Isso faz com que as finanças públicas sejam geridas com mais segurança, evitando crises que afetam a inflação, a credibilidade junto a investidores e até mesmo o custo da dívida.

Saiba mais: Déficit primário: o que é, como acontece e quais as consequências?

Meta Fiscal no Brasil

A meta fiscal no Brasil é o plano que o governo traça para manter as contas em ordem. Ela mostra quanto o país espera arrecadar e gastar em um ano, sem contar os juros da dívida. Se sobra dinheiro, é superávit. Se falta, é déficit. Simples assim.

Esse plano é oficializado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que passa pelo Congresso antes de valer. A meta fiscal não é só um número: ela mostra se o governo está sendo responsável com o dinheiro público. Quando tudo corre bem e a meta é cumprida, o país ganha pontos com investidores e transmite mais segurança para quem quer aplicar recursos aqui.

Mas se a meta não é atingida, o impacto pode ser grande. A confiança cai, o real se desvaloriza, e até a inflação pode subir. Por isso, acompanhar a meta fiscal é importante não só para economistas, mas para qualquer pessoa que se preocupa com o rumo da economia brasileira.

Leia mais: Meta de inflação: o que é, como funciona, quem determina

Fontes: Quantitas, Congresso Nacional, Somas, Yubb e Suno.

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