5 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Moeda fiduciária é qualquer título aceito como método de pagamento. Em sua essência, essas moedas não possuem valor de fato. Sendo assim, elas são aceitas somente porque o governo, a economia e a sociedade atribuem valor à ela.
Antes existia o lastro em ouro. Dessa maneira, as moedas tinham um valor intrínseco. Porém, com o fim do padrão-ouro, os países passaram a adotar as moedas sem lastro.
Portanto, a moeda fiduciária é apenas um papel impresso pelo governo. Para que ele possa valer algo, a população precisa confiar no governo. Já o seu valor, depende não apenas da confiança da população, mas também da quantidade de pessoas que utilizam e confiam naquela moeda.
O que é moeda fiduciária?
Moeda fiduciária é qualquer documento ou título que possa ser utilizado como meio de pagamento. Ou seja, as moedas fiduciárias são o papel-moeda emitido ao redor do mundo, como o real, o euro e o dólar.
A característica principal da moeda fiduciária é a falta de lastro. Desse modo, para que um método de pagamento seja considerado como moeda fiduciária, ele não pode ter rastro em objetos ou metais, como ouro e prata. Logo, a moeda fiduciária não possui nenhum valor intrínseco. O seu valor deriva de três pilares:
1- Autoridade: A autoridade do governo em declarar que determinada moeda tem valor, é um dos fatores principais no estabelecimento do valor de uma moeda. É por isso que somente o Banco Central do país realiza a emissão de dinheiro, assim a autoridade fica centralizada na figura do governo.
2- Utilização: Quanto mais pessoas usam a moeda fiduciária, mais valor ela possui, pois passa a ser acreditada por muitas pessoas e instituições. Ou seja, a utilização faz com que uma moeda se torne forte.
3- Confiança: Além da utilização, a confiança das pessoas na moeda faz com que ela se torne mais forte. Por exemplo, no Brasil, o responsável pela política monetária e controle da inflação é o Banco Central do Brasil (Bacen). Para que a confiança no real seja mantida, o Bacen precisa manter a moeda estável por meio de suas políticas monetárias.
Origem das moedas fiduciárias
A origem dessas moedas não é muito documentada, apesar disso, existem registros de que elas surgiram pela primeira vez na China, na dinastia Song. Sendo assim, a dinastia teria sido a primeira instituição do mundo a emitir uma moeda fiduciária de papel, entre os anos de 960 a 1279.
Já no Ocidente, a primeira moeda fiduciária de que se tem registro, foi idealizada por Johan Palmstruch, um empresário da Estônia. Palmstruch idealizou a moeda em 1661 e introduziu o papel-moeda no Ocidente de maneira geral. Entretanto, inicialmente esse tipo de método de pagamento não fez sucesso.
Antes das moedas fiduciárias, existia o padrão-ouro. Para cada nota ou moeda em circulação, existia uma quantia de ouro equivalente. Além disso, sempre que o cliente desejasse, o banco era obrigado a converter as notas em ouro. Dessa forma, as moedas tinham valor intrínseco, justamente o contrário das moedas fiduciárias.
Nessa época, o governo mantinha reservas financeiras de ouro e o valor das moedas era atrelado a essas reservas. Se o governo emitisse moeda sem aumentar sua reserva, o dinheiro seria desvalorizado, já que a nota estava sempre relacionada à quantidade de ouro na reserva.
Em contrapartida, se o governo aumentasse sua reserva de ouro, sem aumentar a quantidade de moedas em circulação, as notas se valorizavam.
Falta de lastro
O padrão-ouro foi o método de pagamento vigente até a Primeira Guerra Mundial, quando as moedas fiduciárias se popularizaram. Atualmente, elas são emitidas por governos e bancos centrais e não possuem lastro nenhum. Sendo que as três principais moedas na economia mundial são: dólar, euro e iene.
Portanto, o dinheiro usado no dia a dia, só tem valor porque o governo, a economia e a sociedade atribuem valor à ele. Na prática, o dinheiro não tem nenhum valor intrínseco, ele possui somente o valor que lhe é atribuído. Por exemplo, uma nota de R$ 50,00, na verdade, não passa de um pedaço de papel.
O valor da moeda fiduciária é determinado pela confiança da sociedade em seu emissor e pela quantidade de pessoas e instituições que usam a moeda como forma de pagamento.
Quanto mais pessoas confiam na validade daquela moeda, mais forte ela se torna. Por exemplo, o dólar é considerado como uma das moedas fiduciárias mais fortes do mundo, pois ele é aceito em quase todos os países.
Como dito anteriormente, para que uma moeda fiduciária tenha valor, é preciso que a sociedade acredite naquela moeda. No entanto, esse processo não acontece de maneira espontânea. Na verdade, os governos utilizam a força da lei para que a moeda tenha valor instantaneamente.
Desse modo, o governo torna ilegal a não-aceitação da moeda como forma de pagamento. Logo, como são proibidos de recusar a moeda fiduciária como método de pagamento, às pessoas e empresas são obrigadas a aceitá-la.
Enfim, as moedas fiduciárias podem assumir diversos formatos, como por exemplo: dinheiro em papel, moedas, notas promissórias, cheques, saldo bancário e títulos de crédito.
Vantagens e desvantagens
Uma das vantagens da moeda fiduciária é que ela não passa por problemas de escassez. Afinal de contas, tudo o que o governo precisa fazer é imprimir mais dinheiro. O problema das moedas lastreadas em ouro, era justamente o fato de que o ouro é um metal escasso.
Outra vantagem é que as moedas fiduciárias são usadas em quase todo o mundo, isso facilita bastante as negociações internacionais. Além disso, essas moedas são mais baratas de serem produzidas e mais fáceis de serem armazenadas.
Em contrapartida, esse tipo de moeda também tem algumas desvantagens. A principal delas é a perda do poder de compra. Como ela não tem valor lastro, o governo pode imprimir quanto dinheiro quiser, o que impacta diretamente na inflação do país e pode resultar em hiperinflação.
O que achou da matéria? Se gostou, aproveite para conferir: Bitcoin Cash, o que é? Mineração, diferenças entre BTC e como comprar
Fontes: Capital research, Onze e Suno
Imagens: Go hurb, The cap, Bankrio, Bitcoin trade e Infomoney