Curva de Phillips, veja a relação entre inflação e desemprego

18 de julho de 2022 - por Jaíne Jehniffer


A curva de Phillips é uma teoria que aponta a relação entre a inflação e o desemprego. Ou seja, ela serve para calcular como a inflação afeta o desemprego e vice-versa.

O que é curva de Phillips

A curva de Phillips é uma teoria. Em resumo, ela serve como uma forma de verificar como o desemprego afeta a inflação e vice-versa.

Sendo assim, ela aponta como a quantidade de pessoas sem emprego afeta nos preços dos produtos e serviços que consumimos no dia a dia.

Enfim, entender sobre essa teoria é importante para que você saiba se é uma boa investir em títulos indexados na inflação ou não.

Origem

A curva de Phillips foi desenvolvida pelo economista neozelandês A. W. Phillips (1914-1975), há mais de 60 anos. Segundo essa teoria, a inflação e a taxa de desemprego têm uma relação inversa.

Isso significa que se uma das duas sobe, a outra diminui. Por exemplo, se a taxa de desemprego diminui, a tendência é o aumento dos preços, isto é, da inflação. Por outro lado, se o desemprego aumenta, a inflação diminui.

Essa teoria faz muito sentido. Contudo, hoje em dia, a maior parte dos economistas concorda que essa relação entre inflação e desemprego, ocorre apenas no curto prazo. Logo, ela não seria válida para o longo prazo.

Tipos de curva de Phillips

A curva de Phillips pode ser:

1- Curva de Phillips original

A curva de Phillips original aponta a correlação básica entre o desemprego e a inflação. Sendo que as razões para essa correlação são simples e intuitivas.

Vamos imaginar um cenário de crise. Quando o mercado está em crise, as empresas podem reduzir a quantidade de funcionários como uma forma de reduzir custos.

Essas pessoas que foram demitidas, tendem a consumir menos. Afinal de contas, se a renda diminuiu, não dá para manter o mesmo padrão de consumo de antes.

Com a diminuição no consumo, a tendência é que as empresas precisam baixar os preços. Isso por causa da lei da oferta e demanda.

Ao contrário, quando a economia está a todo vapor e a taxa de desemprego diminui, a tendência é que os preços subam. Afinal de contas, as pessoas terão mais dinheiro para consumir.

Esse entendimento básico da curva de Phillips não é uma verdade absoluta no longo prazo. Mas essa ainda é uma teoria muito relevante, sobretudo, no curto prazo.

2- Curva de Phillips aceleracionista

Com a globalização e a abertura comercial dos países, os produtos são comercializados mundialmente.

Dessa maneira, os preços não são mais definidos com base na demanda interna. Agora os preços dependem do mercado internacional.

Um bom exemplo disso, é o preço da gasolina no Brasil. O preço do combustível varia independente da demanda nacional e do índice de desemprego.

Isso porque, o seu preço muda segundo o preço do barril de petróleo no mercado internacional. Portanto, neste caso, não existe uma correlação entre inflação e desemprego.

Enfim, para modernizar a teoria de Phillips, surgiram novas adaptações na teoria. Um exemplo disso é a incorporação das expectativas do mercado em relação à inflação e ao desemprego.

Sendo que esse modelo que incorpora as expectativas do mercado é chamado de curva de Phillips aceleracionista.

Devemos imprimir dinheiro segundo a curva de Phillips?

Não. Muitas pessoas acreditam que para resolver a desigualdade, basta imprimir mais dinheiro e distribuir para a população. Mas isso não resolveria o problema.

Isso porque, imprimir dinheiro não faz com que o Produto Interno Bruto (PIB), do país cresça. Na verdade, apenas injetar dinheiro no mercado faz com que ocorra a desvalorização da moeda.

Isso ocorre por causa da lei da oferta e demanda. Em síntese, quanto maior for a quantidade de dinheiro injetado no mercado, maior tende a ser o aumento dos preços, resultando na inflação.

O impacto da inflação nos investimentos

O indicador oficial da inflação no Brasil é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em resumo, ele acompanha os preços de certos produtos e serviços e aponta se houve a alta ou baixa dos preços.

Mas talvez você esteja se perguntando qual a relação da inflação com os seus investimentos. Bem, quando você investe, a sua intenção é aumentar o seu patrimônio, certo?

Acontece que a inflação corrói o seu poder de compra. Sendo assim, para que o seu patrimônio cresça ao investir, o seu rendimento tem que ser superior à perda do poder de compra causado pela inflação.

Ou seja, ao investir, opte por ativos com retorno acima da inflação. Algumas opções de investimentos que podem ser uma boa são:

1- Tesouro Direto

O Tesouro Direto é um título de renda fixa, que funciona como um empréstimo do dinheiro do investidor para o governo. Isso em troca de uma taxa de juros.

Dentre as opções de Tesouro Direto, existe o Tesouro IPCA+. A grande vantagem desse título, é que ele garante o retorno acima da inflação. Isso porque, ele rende o IPCA mais uma taxa de juros prefixada.

2- LCI e LCA

A sigla LCI significa Letra de Crédito Imobiliário. Já LCA é a Letra de Crédito do Agronegócio. Ambas são opções de investimento em renda fixa.

Alguns títulos de LCI e LCA são atrelados ao IPCA, o que garante um retorno acima da inflação. Além disso, existe a vantagem de que as LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda.

3- Fundos de investimento

Por fim, existem ainda alguns fundos de investimento em renda fixa atrelados ao IPCA. Desse modo, eles tendem a oferecer um retorno acima da inflação.

Enfim, gostou de aprender sobre a curva de Phillips? Então não deixe de conferir também dicas de como proteger o seu patrimônio contra a inflação.

Fontes: Suno e Nubank.

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