Quantitative easing: saiba o que é e como ele estimula a economia

12 de maio de 2022, por Sidemar Castro

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O Quantitative Easing, conhecido também como flexibilização quantitativa, afrouxamento quantitativo ou políticas quantitativas de mitigação financeira, é um instrumento de afrouxamento monetário que consiste na criação de quantidades significantes de dinheiro novo, eletronicamente, pelo banco central de um país.

Logo, ele influencia na quantidade de dinheiro em circulação na economia.

O que é Quantitative Easing

O Quantitative Easing (QE), também conhecido como flexibilização quantitativa, é uma ferramenta de afrouxamento monetário usada pelos bancos centrais para criar quantidades significativas de dinheiro de forma eletrônica.

Normalmente, o QE é adotado com os seguintes objetivos:

  •  Aumentar a atividade econômica, visando incentivar financiamentos, investimentos e o consumo da população, ajudando assim a melhorar a taxa de crescimento da economia.
  • Aumentar a taxa de inflação, para superar cenários de deflação por queda na demanda e redução de gastos do consumidor.
  • Diminuir as taxas de juros, forçando com que os bancos e instituições financeiras a emprestarem dinheiro com taxas mais baratas, melhorando o acesso ao crédito das pessoas e empresas.

O processo de QE começa quando a autoridade monetária do país – ou seja, o Banco Central – “cria” uma quantidade de dinheiro artificialmente e utiliza essas reservas extras para comprar vários títulos públicos ou privados no mercado. Com isso, os bancos se sentem mais estimulados a venderem seus ativos (títulos) por dinheiro.

Portanto, essa medida proporciona um aumento na liquidez financeira do sistema bancário.

No entanto, o QE é uma medida bastante controversa entre os economistas. Muitos deles acreditam que, por ser uma política artificial de criação de moeda, os seus efeitos negativos podem superar as vantagens que ele ocasiona no curto prazo.

Como ele funciona?

O Quantitative Easing funciona como uma política monetária não convencional. Através dela, um banco central cria dinheiro eletronicamente para comprar títulos do governo ou outros títulos do mercado financeiro. Isso é feito para baixar as taxas de juros e aumentar a oferta de dinheiro na economia.

Aqui está uma síntese de como o QE funciona:

  • Criação de dinheiro: O banco central cria dinheiro de forma eletrônica.
  • Compra de títulos: O banco central usa esse dinheiro para comprar títulos do governo ou outros títulos financeiros de bancos comerciais e outras instituições financeiras.
  • Aumento da oferta monetária: Isso aumenta a oferta de dinheiro na economia, pois os bancos agora têm mais dinheiro em suas reservas.
  • Redução das taxas de juros: Com mais dinheiro disponível, os bancos podem emprestar mais. Isso leva a uma redução nas taxas de juros, tornando mais barato para empresas e indivíduos pegarem empréstimos.
  • Estímulo à economia: Com o crédito mais barato, as empresas podem investir e expandir, e os indivíduos podem gastar mais. Isso pode ajudar a estimular a economia e combater a deflação.

É importante notar que o QE é geralmente usado como uma medida de último recurso quando as taxas de juros já estão próximas a zero e as políticas monetárias convencionais não são suficientes para estimular a economia.

Quais são os riscos do Quantitative Easing?

Os riscos associados ao Quantitative Easing (QE) incluem:

  • Hiperinflação: A criação artificial de dinheiro pode levar a um aumento da inflação maior do que o esperado.
  • Desvalorização da moeda: A injeção de dinheiro na economia pode levar à desvalorização da moeda.
  • Desvio no caráter temporário: O QE pode ser usado para financiar de forma permanente a dívida pública e privada, o que foge do seu propósito original.
  • Deslocamento intenso de capital para países emergentes: Isso pode gerar excesso de liquidez, provocando inflação elevada e/ou bolhas.

Esses riscos são motivo de preocupação entre os economistas, muitos dos quais acreditam que os efeitos negativos do QE podem superar as vantagens que ele proporciona no curto prazo.

Exemplos de aplicação

O Quantitative Easing (QE) tem sido amplamente utilizado como uma medida para lidar com crises econômicas. Aqui estão alguns exemplos de sua aplicação:

  • Estados Unidos: O QE foi usado pelos Estados Unidos para mitigar os efeitos da crise de 2008. O Federal Reserve (o banco central dos EUA) implementou vários programas de QE após a crise financeira de 2008 para estimular a economia. Isso envolveu a compra de grandes quantidades de títulos do Tesouro dos EUA e títulos lastreados em hipotecas para injetar dinheiro na economia.
  • União Europeia: A União Europeia também recorreu à flexibilização quantitativa para tentar lidar com a crise do Euro. O Banco Central Europeu (BCE) lançou um programa de QE em 2015 em resposta à crise da dívida soberana na zona do euro.
  • Japão: O Japão é bastante citado como um exemplo de uso do QE. O Banco do Japão implementou políticas de QE na década de 1990 em resposta à sua “década perdida” de estagnação econômica.

Esses exemplos mostram que o QE é, com muita frequência, usado como uma ferramenta de política monetária em resposta a crises econômicas significativas.

E aí, gostou de aprender o que é Quantitative Easing? Então aproveite para descobrir como o Bacen usa a política monetária para controlar a inflação.