Passivo circulante: o que é e como calcular?

19 de maio de 2021, por Sidemar Castro

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O Passivo Circulante consiste em um conjunto de obrigações e dívidas de curto prazo de uma empresa, ou seja, aquelas que devem ser quitadas em até 12 meses. Essas informações são parte integrante do balanço patrimonial.

Exemplos típicos desse tipo de obrigação incluem contas a pagar mensais, como fornecedores, pagamento e adiantamento de salários, impostos a serem recolhidos, e eventuais provisões.

O que é passivo circulante?

Passivo, em termos gerais, refere-se a todas as obrigações financeiras de uma empresa. Ou seja, suas despesas e dívidas, independentemente dos prazos que têm para ser quitadas ou suas recorrências. Isso inclui despesas relacionadas ao pagamento de salários, impostos, tributos, empréstimos, fornecedores e muitas outras.

Ele também é visto como o saldo redutor dos lucros e do valor do patrimônio de uma empresa.

Agora, falando especificamente sobre o Passivo Circulante, ele é o conjunto de obrigações a serem cumpridas e de dívidas a ser quitadas por uma empresa sempre no curto prazo – menos de 12 meses. Entre essas obrigações, estão: empréstimos com vencimento mais rápido; compras de matérias-primas ou insumos; contas a pagar tanto fixas quanto emergenciais etc.

O ativo circulante, composto pelos bens mais líquidos dentro da organização, tem como principal finalidade a quitação do passivo circulante, que pode ser subdividido em três categorias distintas:

  • Operacional: contas relacionadas ao funcionamento dos negócios;
  • Financeiro: contas relacionadas às movimentações de dinheiro feitas dentro da empresa;
  • Cíclico: contas que são frequentes e/ou se repetem.

Como calcular o passivo circulante?

Para calculá-lo, a fórmula é bem simples:

Ativo Circulante + Passivo Circulante = Patrimônio Líquido.

Você consegue entender, então, que a partir da soma de todos os ativos e, separadamente, de todos os passivos, você chega ao patrimônio líquido da sua empresa.

Exemplos de passivos circulantes

Aqui estão alguns exemplos:

  • Impostos: relacionados ao enquadramento tributário dos negócios e encargos sociais de todo e qualquer funcionário da organização, mesmo que terceirizado.
  • Contas mensais a pagar: como luz, água, telefone, internet etc.
  • Férias e 13º salário.
  • Pagamento e adiantamento de salário.
  • Outras obrigações tributárias e fiscais: como os impostos a nível municipal, estadual e federal.
  • Obrigações com fornecedores.
  • Obrigações com bancos e instituições financeiras também a curto prazo.
  • Pagamentos de juros.
  • Pagamento de aluguel.
  • Variações monetárias ativas com vencimento em menos de 12 meses.

Qual é a importância do passivo circulante?

Ele é muito importante para uma empresa por várias razões:

  • Fluxo de caixa: Os passivos circulantes podem impactar o fluxo de caixa da empresa a curto prazo. É necessário gerenciá-los adequadamente para garantir que a empresa tenha os recursos financeiros necessários para cumprir com suas obrigações financeiras no prazo correto.
  • Endividamento: Analisar o passivo circulante é muito importante, pois o nível de endividamento no curto prazo precisa ser efetivamente controlado pela empresa e analisado pelos investidores. Isso porque, se uma empresa possui um grande passivo circulante (dívidas a curto prazo), mas é capaz de pagá-lo, a situação financeira é saudável.
  • Planejamento financeiro: Saber administrar bem o passivo circulante é um dos pontos mais importantes para um bom planejamento financeiro. É por meio da previsão de pagamentos que conseguimos ter uma previsão da quantia necessária para manter as contas em dia durante os próximos meses.

Atenção

Analisar o passivo circulante de um negócio é primordial para os gestores e investidores, sobretudo os relacionados ao endividamento das companhias. Isso porque o endividamento das empresas serve como um indicativo da sua saúde financeira.

Vale lembrar que é normal as empresas ter um certo nível de alavancagem que possibilite a aceleração do crescimento. Entretanto, empresas com dívidas descontroladas podem ser muito perigosas.

Assim, para os gestores, analisar os dados financeiros é importante para evitar o descontrole da companhia e tomar cuidado ao utilizar a manobra conhecida como rolar a dívida.

De forma simples, essa manobra consiste em quitar as dívidas antigas da empresa através de novas dívidas de curto prazo. A lógica é que o dinheiro de curto prazo custa mais barato do que o de longo prazo. Esse ato pode funcionar por um tempo, porém, se as taxas de juros subirem, a empresa pode perder o controle das dívidas.

Portanto, para os investidores, a análise do passivo circulante é útil para verificar a saúde financeira da empresa e evitar investir naquelas que estão com dívidas tão descontroladas que podem acabar falindo.

Diferenças entre passivo circulante e não circulante

O Passivo Circulante e o Passivo Não-Circulante são ambos componentes do passivo total de uma empresa, mas diferem principalmente em termos de prazo.

  • Passivo Circulante: Refere-se às obrigações financeiras de curto prazo que devem ser pagas dentro de um ano. Isso inclui contas a pagar, salários a pagar, impostos a recolher, empréstimos de curto prazo e outras obrigações que vencem no curto prazo.
  • Passivo Não-Circulante: Também conhecido como Passivo a Longo Prazo, refere-se às obrigações financeiras que têm um prazo de vencimento maior que um ano. Isso pode incluir empréstimos a longo prazo, obrigações de arrendamento e outras dívidas de longo prazo.

A principal diferença entre os dois é o tempo. Enquanto o passivo circulante deve ser liquidado dentro do próximo ano fiscal, o passivo não-circulante tem um horizonte de tempo mais longo para liquidação.

E aí, gostou desta matéria? Esperamos ter ajudado! Então, aproveite que está aqui e confira este outro conteúdo que trata de ativos financeiros, seus tipos e características. Boa leitura!