Previdência privada, o que é? Como funciona, custos e outras alternativas


Com as mudanças sobre as normas para aposentadoria no Brasil, muitas pessoas começaram a pensar sobre as alternativas de aposentadoria para o futuro. Dessa forma, a possibilidade de investir em previdência privada entra em debate. 

Em resumo, a previdência privada é uma forma de se aposentar sem o governo. Isso significa que a pessoa contribui mensalmente com um plano de aposentadoria e, depois de muitos anos, tem acesso ao dinheiro investido. Essa aposentadoria, normalmente, é um complemento para a aposentadoria tradicional.

Nesse sentido, como são cobradas muitas taxas na previdência privada, existem outras alternativas com rendimentos mais interessantes e sem as diversas taxas cobradas. 

O que é previdência privada

A previdência privada é uma espécie de aposentadoria privada. Isso porque, ela não está ligada ao INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Logo, a aposentadoria particular é um tipo de complemento à aposentadoria tradicional. 

O setor de previdência privada conta com a supervisão da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Apesar do Susep ser um órgão governamental, a previdência privada não possui uma ligação direta com o governo. 

A aposentadoria privada é usada, principalmente, como complemento à aposentadoria tradicional, por possuir uma data de vencimento distante. No entanto, ela é um investimento de longo prazo, que pode ser usado para outros fins.

Como a previdência privada funciona

A previdência privada funciona por meio de pagamentos mensais, que são acumulados com o decorrer dos anos. Como se trata de um investimento de longo prazo, normalmente o tempo do acúmulo varia entre 20 e 35 anos. 

As empresas que oferecem a previdência privada calculam o quanto a pessoa deseja receber no final do período e a quantidade de anos que ela irá pagar.

Dessa maneira, o resultado desse cálculo é o valor das mensalidades. Alguns dados, como as projeções de juros futuros e os relatórios divulgados pelo IBGE sobre a expectativa de vida, também são levados em consideração.

Quando chega ao final do tempo acordado de aplicação, o investidor pode optar por resgatar o montante ou fazer retiradas mensais apenas para completar a renda da aposentadoria tradicional. 

Como se trata de um investimento, ele vem acrescido de rendimentos. Esses rendimentos são o resultado das aplicações realizadas pelo gestor do plano de previdência. 

O gestor tem por função investir o dinheiro em aplicações que sejam previsíveis, como a renda fixa. Porém, existem exceções e, em alguns fundos de previdência, o gestor pode investir até 70% em ações. 

Outro detalhe importante sobre a previdência privada é a possibilidade de realizar uma portabilidade e mudar de instituição. Dessa maneira, se você não estiver satisfeito com a empresa que contratou, basta encontrar outra instituição e fazer o pedido de mudança.

Alguns documentos serão solicitados, mas, em média, com cinco dias você já está em cadastrado uma nova instituição. 

Custos da aposentadoria privada

Assim como outros tipos de investimentos, na aposentadoria privada também existem taxas. Entretanto, como as taxas são bastante significativas, é aqui que entra o questionamento sobre a previdência privada valer a pena. 

Administração: A taxa de administração é um valor cobrado para a gestão do fundo. O desconto da taxa fica entre 1,5% e 3% ao ano, sendo que ela incide em cima do patrimônio total. Essa taxa representa uma perda considerável de dinheiro, por isso é importante optar por planos que possuam porcentagens menores. 

Carregamento: A cada mensalidade paga é cobrada a taxa de carregamento. Essa taxa possui um impacto significativo, já que, além de ser cobrada a cada aplicação, ela ainda possui um valor alto, podendo chegar até 3%.

Se, por exemplo, você fizer uma aplicação mensal de R$ 3 mil, e a taxa for de 3%, serão descontados 90 reais e você só terá aplicado de fato R$ 2. 910.

Nesse sentido, com um ano pagando taxas desse valor, serão totalizados R$ 1. 080, apenas com as taxas de carregamento. No entanto, algumas instituições isentam o cliente dessa taxa se as aplicações forem altas. 

Saída: Por fim, a taxa de saída é descontada quando o investidor retira os recursos antes do final do prazo de carência. Depois que o prazo de carência chega ao fim, normalmente não mais é cobrada a taxa de saída. 

Além das taxas cobradas pelas empresas que oferecem os serviços, existe ainda os encargos tributários, que podem ser de dois tipos:

1- PGBL

O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é voltado, principalmente, para o contribuinte que declara de forma completa o Imposto de Renda (IR). Desse modo, existe a possibilidade de abatimento de até 12% da renda tributável quando for calcular o imposto. 

Na prática, isso significa que o imposto de renda vai incidir apenas em cima da renda do cidadão sem levar em consideração o valor que ele investe na aposentadoria privada.

Então, por exemplo, se você recebe R$ 7 mil e investe todos os meses R$ 2 mil, o imposto de renda será calculado apenas em cima de R$ 5 mil restantes. 

Porém, no momento de resgatar o dinheiro investido, será cobrado o imposto em cima do valor total do contribuinte, ou seja, o valor investido e os rendimentos. 

2- VGBL

A opção de Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é voltada para o contribuinte que prefere declarar o imposto de renda de forma simplificada, usando o desconto normal de 20%, sendo que, não existe a subtração dos valores investidos.

Por outro lado, no momento de resgate do benefício, o imposto de renda incide somente em cima da rentabilidade e não do valor total como ocorre no PGBL.

Além dos custos listados até agora, existe ainda a tributação progressiva e regressiva: 

Progressiva: Na tabela progressiva da previdência privada, o cliente é isento do imposto de renda até um determinado valor. Posteriormente, são cobradas taxas que vão crescendo entre 7,5% e 27,5%. 

Regressiva: A tabela regressiva é a mais usada na aposentadoria particular. Portanto, caso o contribuinte faça o resgate antes de dois anos de contribuição, o imposto é de 35%. Depois desse prazo de dois anos, o imposto vai abaixando aos poucos, sendo que, com mais de 10 anos de contribuição, o tributo fica em 10%. 

Vantagens e desvantagens

As principais vantagens da aposentadoria particular são:

Gestão: Como a gestão do fundo de previdência é profissional, existe uma certa segurança nas aplicações realizadas. 

Facilidade: As mensalidades da previdência podem ser cadastradas em débito automático na conta. Isso significa que fica mais fácil de poupar caso a pessoa não tenha um controle financeiro.

Portabilidade: Caso esteja insatisfeito com a empresa contratada, basta mudar para uma com serviços melhores. 

Por outro lado dentre as diversas desvantagens temos:

Rendimento: O rendimento desse tipo de investimento é baixo se comparado a outras aplicações. 

Taxas: Além da rentabilidade não ser tão atrativa, existem ainda as taxas cobradas que podem representar um valor significativo em cima das aplicações realizadas. 

Comodidade: Devido a comodidade oferecida pelos planos de previdência, que podem ter seu valor mensal até mesmo descontado automaticamente no salário, o investidor pode deixar de acompanhar seu investimentos. 

iscos: Se a empresa contratada for à falência o investidor sai no prejuízo, isso porque a previdência privada não conta com o Fundo Garantidor de Crédito (FGV). 

Carência: Caso o investidor descubra investimentos melhores e opte por desistir do plano de previdência privada, ele terá que lidar com o período de carência. 

Vale a pena?

Devido às desvantagens listadas, podemos chegar a conclusão de que a previdência privada não é a melhor alternativa de investimento a longo prazo. Isso porque, existem outros tipos de aplicações que possibilitam melhores retornos com taxas menores. Alguns exemplos são: 

1- Renda fixa

Apesar dos gestores do fundo de previdência privada normalmente fazerem aplicações em renda fixa, você também pode fazer essas aplicações e procurar pelas melhores rentabilidades.

A grande vantagem de fazer por conta própria é que não vai existir as taxas de administração, carregamento e saída. Algumas opções são: Tesouro direto, LCI e LCA.

2- Renda variável

Já no setor de renda variável, existe o grande atrativo de ações com dividendos. Os dividendos são parte do rendimento das empresas divididas para os acionistas. Dessa maneira, você pode fazer o resgate dos dividendos ou reinvestir esse valor.

Para montar uma carteira de ações focada na aposentadoria, é importante fazer uma diversificação e analisar as empresas que, normalmente, fazem o pagamento de proventos.

Outra dica é analisar em quais meses cada empresa costuma fazer a distribuição de dividendos e ajustar sua carteira de forma que todos os meses ocorra a entrada de dividendos. Para entender mais como investir em ações para aposentar, veja o vídeo de Raul Sena:

Enfim, agora que você sabe como funciona a previdência privada e porque não vale a pena, descubra Como receber dividendos mensais – Seis empresas para montar a carteira

Fontes: Suno e  Magnetis 

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