1 de julho de 2023 - por Cesar Fontenele
Realismo ingênuo é mais um dos inúmeros vieses cognitivos, o qual cria a percepção em nosso cérebro de que a nossa visão de mundo é a certa, apropriada, objetiva e inquestionável.
Dessa forma, esse viés nos induz a crer que as pessoas que pensam diferente de nós estão erradas, usam de pensamentos ilógicos e, até mesmo, estão acometidas por um outro viés cognitivo.
Por isso, o realismo ilógico afeta a nossa vida de diferente formas como, por exemplo, nos impedindo de aprender com os outros, de termos acesso a opiniões, visões de mundo e culturas diferentes da nossa.
Portanto, percebe-se que o realismo ingênuo nos limita, nos fecha em nossa própria bolha nos fazendo, obviamente, muito mal.
E aí, interessou-se sobre esse assunto? Instigante, não é mesmo? Então, vamos lá aprender sobre mais esse viés cognitivo!
O que é o realismo ingênuo?
O Realismo Ingênuo, como um viés cognitivo, provoca uma distorção em nossa mente, uma falha de racionalidade, pois nos induz a acreditar que o modo como vemos o mundo é o correto por ser completamente racional.
Além disso, claro, nos faz crer que as outras pessoas, especialmente aquelas de quem não gostamos, estão erradas sempre erradas, porque pensam e agem de maneira irracional, incoerente e ilógica.
A ingenuidade está ao acreditar que, somente porque uma pessoa vê um ponto de maneira diferente, o seu pensamento é enviesado.
Esse viés traz a tona padrões comportamentais como a crença da existência de um errôneo consenso sobre sua própria interpretação dos fatos.
Portanto, temos de ficar bastante atentos, pois, como se pode notar, o realismo ingênuo é perigoso e prejudicial para as nossas vidas e os investimentos, visto que nos induz a superestimar as nossas capacidades.
Como ele funciona?
O realismo ingênuo, por ser um viés cognitivo, age em nossa mente distorcendo os nossos pensamentos e, por isso, nos faz acreditar que nossa visão de mundo é racional, a correta e inquestionável. Sabe de nada, inocente!
Como consequência, esse viés nos induz a crer que todos aqueles que têm uma opinião contrária são, veja só, irracionais ou acometidos por um algum outro viés cognitivo como, por exemplo, pelo viés da crença.
Com frequência, o realismo ingênuo cria obstáculos que nos impede de reconhecer nossos erros.
Por isso, acabamos resistindo à ideia de mudar de ponto de vista, mesmo com os fatos mostrando o contrário do que defendemos debaixo de nosso nariz.
Como o realismo ingênuo pode interferir na nossa vida?
O realismo ingênuo pode interferir em diferentes campos das nossas vidas.
Esse viés não carrega esse nome sem motivo, muito pelo contrário. É ingênuo justamente porque é apoiado em muita ingenuidade.
Sendo assim, pensar que alguém está errada, simplesmente, por ela ver um dado ponto de uma perspectiva diferente é perigoso. Isso, infelizmente, afeta a vida, as relações humanas, e nossos investimentos.
“Onde já se viu ter tal ideologia? Pensar de daquela forma? Ser praticante da religião X? Namorar com uma pessoa de classe social diferente? Percebeu, agora, caro leitor, como é ingenuidade pura?!”
Já nas finanças e nos investimentos, o realismo ingênuo pode afetar igualmente.
Você, provavelmente, deve conhecer alguém que defende de pés juntos que “guardar” o dinheiro na poupança é mais vantajoso, e que quem investe, mesmo que na renda fixa, é doido, sem juízo, maluco? Lembrou de alguém, né?
Dessa forma, a partir do momento em que nos limitamos ao nosso mundinho, julgando serem ignorantes, sem noção e até, pasmem, burros quem vê de uma outra perspectiva, estamos perdendo uma bela oportunidade de aprendermos com elas e crescermos como humanos.
Como evitá-lo?
Vamos, finalmente, para o que interessa.
Como podemos evitar o realismo ingênuo e nos tornamos seres melhores? Para te responder, listamos, a seguir, algumas dicas de acordo com especialistas. Portanto, confira aqui:
- identificar e buscar atenuar para resolver qualquer viés;
- Aceitar que ninguém é dono da verdade;
- Conhecer bem seu perfil de investidor;
- Reconhecer que qualquer previsão é passível de erro;
- Caso a decisão tomada não dê certo, tenha um plano B;
- Ater-se ao seu perfil de risco.
E aí, esperamos que você tenha gostado deste texto. Aproveite que você já está aqui e aprenda, também, sobre o viés de pessimismo e como evitá-lo.
Boa leitura e até a próxima!
Fontes: Mais retorno e TheCap.