Subprime: o que é, como funciona e relação com a crise de 2008

28 de agosto de 2024 - por Nathalia Lourenço


Os empréstimos subprime desempenharam um papel determinante na crise financeira de 2008. Esses empréstimos, concedidos a pessoas com crédito ruim e frequentemente com condições arriscadas, foram agrupados em títulos financeiros complexos, chamados CDOs.

Quando os mutuários começaram a não pagar, o valor desses títulos caiu drasticamente, provocando uma crise financeira global. Essa crise resultou em falências de grandes instituições financeiras, uma recessão econômica global e levou a reformas significativas no sistema financeiro.

Para entender melhor como esses empréstimos subprime contribuíram para a crise e as suas repercussões, continue lendo o texto abaixo.

O que é subprime?

“Subprime” é um termo usado para descrever empréstimos que são oferecidos a pessoas ou empresas com um histórico de crédito ruim ou limitado. Esses empréstimos são considerados mais arriscados para os credores, e por isso costumam ter taxas de juros mais altas para compensar esse risco.

Um exemplo notório de crédito subprime ocorreu com os empréstimos hipotecários (para compra de imóveis) nos Estados Unidos, que desempenharam um papel determinante na crise financeira de 2008. Muitas dessas hipotecas foram concedidas a pessoas com dificuldades financeiras, muitas vezes com condições de pagamento que se tornaram muito altas ao longo do tempo.

Quando o mercado imobiliário caiu e muitas dessas pessoas não conseguiram pagar suas dívidas, isso gerou uma série de problemas financeiros e contribuiu para a crise global.

Como funciona o subprime?

  1. Avaliação de Crédito:
    • Quem Recebe: É destinado a pessoas com pontuações de crédito baixas ou um histórico financeiro problemático.
    • Risco Maior: Como o risco de não pagamento é maior, as instituições financeiras cobram taxas de juros mais altas.
  2. Termos do Empréstimo:
    • Taxas de Juros Elevadas: Para compensar o risco maior, as taxas de juros são mais altas do que em empréstimos convencionais.
    • Condições Variáveis: Alguns empréstimos subprime têm taxas de juros que podem aumentar com o tempo, o que pode tornar os pagamentos mais difíceis de gerenciar.
    • Garantias Adicionais: Às vezes, são exigidas garantias ou condições especiais para aprovar o empréstimo.
  3. Processo de Empréstimo:
    • Solicitação: O mutuário pede o empréstimo e fornece detalhes sobre sua situação financeira.
    • Análise de Risco: O credor avalia o risco, considerando a pontuação de crédito e a capacidade de pagamento do mutuário.
    • Aprovação: Se aprovado, o empréstimo é emitido com os termos acordados.
  4. Pagamentos e Gestão:
    • Pagamentos Regulares: O mutuário faz pagamentos que incluem juros e, às vezes, parte do valor emprestado.
    • Possível Alteração na Taxa: Se o empréstimo tem uma taxa de juros ajustável, o valor dos pagamentos pode mudar ao longo do tempo.
    • Problemas de Pagamento: Se o mutuário não consegue pagar, pode enfrentar multas e, em casos graves, perder o bem dado como garantia (como uma casa).
  5. Impacto no Mercado:
    • Inadimplência: Muitos mutuários com dificuldades podem causar problemas financeiros mais amplos, como ocorreu na crise financeira de 2008.
    • Queda no Valor dos Títulos: Empréstimos subprime são às vezes agrupados e vendidos como títulos. Se muitos desses empréstimos falham, o valor desses títulos pode cair, afetando instituições financeiras e investidores.

Subprime “Ninja”

NINJA é um termo usado para descrever um tipo de empréstimo subprime ainda mais arriscado, concedido a pessoas sem comprovação de renda, emprego ou ativos. O acrônimo NINJA significa:

  • No Income (Sem Renda)
  • No Job (Sem Emprego)
  • No Assets (Sem Ativos)

Como Funcionavam?

  1. Sem Comprovação Necessária:
    • Fácil Acesso: Os mutuários não precisavam mostrar provas de renda ou emprego para conseguir o empréstimo. Isso facilitava a aprovação, mas também aumentava o risco para quem emprestava o dinheiro.
  2. Poucos Ativos:
    • Baixa Garantia: Esses empréstimos eram frequentemente concedidos a pessoas sem bens significativos para oferecer como garantia, o que tornava o empréstimo ainda mais arriscado.
  3. Termos Atraentes no Início:
    • Taxas de Juros Baixas: Para atrair mutuários, esses empréstimos muitas vezes começavam com taxas de juros baixas, que podiam aumentar depois, tornando os pagamentos mais altos e difíceis de manter.

Impacto dos Empréstimos NINJA

  1. Risco Alto de Inadimplência:
    • Problemas de Pagamento: Sem comprovação adequada de capacidade de pagamento, muitos mutuários acabaram não conseguindo pagar suas dívidas, levando a uma alta taxa de inadimplência.
  2. Contribuição para a Crise Financeira de 2008:
    • Efeito de Cadeia: Muitos desses empréstimos foram agrupados e vendidos como títulos financeiros complexos. Quando os mutuários começaram a falhar nos pagamentos, o valor desses títulos caiu, contribuindo para a crise financeira global.
  3. Impacto no Mercado:
    • Problemas Amplos: A inadimplência generalizada e a desvalorização dos títulos afetaram bancos, investidores e a economia global.

Resumindo, os empréstimos NINJA são uma forma de crédito subprime oferecido sem verificação de capacidade de pagamento, resultando em altos riscos e desempenhando um papel importante na crise financeira de 2008.

Qual é a relação do subprime e a Crise de 2008?

Empréstimos Subprime e Seus Riscos

Os empréstimos subprime são créditos concedidos a pessoas com um histórico de crédito ruim ou limitado. Como esses mutuários representam um risco maior de não pagar, esses empréstimos geralmente têm taxas de juros mais altas e condições menos favoráveis.

Antes da crise de 2008, muitos desses empréstimos foram aprovados sem uma verificação adequada da capacidade de pagamento dos mutuários. Além disso, alguns contratos tinham condições prejudiciais, como taxas de juros que poderiam subir bastante após um período inicial, tornando os pagamentos mais difíceis.

Agrupamento em Títulos Financeiros

Os empréstimos subprime foram agrupados em pacotes e vendidos como títulos financeiros complexos chamados Collateralized Debt Obligations (CDOs). Esses títulos misturavam vários tipos de empréstimos, incluindo os subprime, e foram classificados como seguros por agências de rating.

No entanto, essas classificações muitas vezes não refletiam o verdadeiro risco desses investimentos, criando uma falsa sensação de segurança para investidores e instituições financeiras.

Aumento das Inadimplências e Seus Efeitos

Quando os mutuários de empréstimos subprime começaram a não conseguir pagar suas dívidas, a taxa de inadimplência aumentou rapidamente. Isso fez com que o valor dos CDOs, baseados em muitos desses empréstimos, caísse drasticamente.

Investidores e instituições financeiras que tinham esses títulos sofreram grandes perdas. A perda de valor dos CDOs e a crise de confiança resultante ajudaram a desencadear o colapso financeiro.

Crise Financeira e Suas Consequências

A desvalorização dos títulos e a falência de grandes instituições financeiras, como Lehman Brothers, provocaram uma crise financeira global. Muitos bancos e empresas financeiras enfrentaram graves dificuldades e precisaram de resgates governamentais para evitar falências.

A crise resultou em uma recessão global, com queda na atividade econômica, aumento do desemprego e redução do crédito disponível.

Impacto a Longo Prazo

A crise financeira de 2008 teve efeitos duradouros, levando a importantes reformas nas regras financeiras. Essas mudanças buscaram melhorar a transparência e a segurança do sistema financeiro, além de reforçar a supervisão sobre a concessão de crédito e a avaliação de riscos para evitar futuras crises semelhantes.

Fontes: warren, maisretorno, capitalresearch e suno

DDA: o que é e como funciona o Débito Direto Autorizado?

CAGR: o que é, como calcular e como interpretar?

Duplicata: o que é, para que serve e diferenças entre boleto

Tripé da sustentabilidade: o que é, como funciona e importância