Fusão de empresas: o que é, como funciona e quais são os tipos?

A fusão de empresas acontece quando duas ou mais companhias decidem unir seus negócios para formar uma nova entidade. Esse processo geralmente busca fortalecer a posição no mercado, aumentar a eficiência operacional ou expandir a atuação.

Para que a fusão ocorra, as empresas envolvidas negociam os termos, avaliam seus ativos e alinham estratégias. Além disso, elas precisam seguir normas regulatórias para garantir que a operação seja válida e benéfica para ambas as partes.

Com essa união, as empresas podem compartilhar recursos, reduzir custos e melhorar a competitividade. Entenda o que é a fusão de empresas, como funciona o quais os tipos nesta matéria.

O que é fusão de empresas?

A fusão de empresas é um processo em que duas ou mais empresas se unem para formar uma nova entidade, com o objetivo de aumentar a competitividade no mercado e aproveitar sinergias.

Primeiramente, é importante destacar que a fusão pode ocorrer por diversos motivos, como a expansão de mercado, a redução de custos operacionais ou a diversificação de produtos e serviços.

Em seguida, as empresas envolvidas na fusão passam por um processo de negociação, no qual são definidos os termos e condições para a união. Assim, após a negociação, as empresas envolvidas devem obter aprovação dos órgãos reguladores e dos acionistas.

Uma vez que a fusão é aprovada, inicia-se a integração das operações das empresas, que pode envolver a consolidação de sistemas, processos e equipes. Finalmente, a empresa resultante da fusão deve comunicar a mudança aos clientes, fornecedores e outros stakeholders, para garantir uma transição suave e minimizar possíveis impactos negativos.

Portanto, a fusão de empresas é uma estratégia que visa fortalecer a posição no mercado e gerar benefícios tanto para as empresas envolvidas quanto para seus clientes e parceiros.

Como funciona a fusão de empresas?

A fusão de empresas funciona através de etapas. Inicialmente, a empresa adquirente desenvolve uma estratégia clara sobre o que espera alcançar com a fusão e avalia potenciais empresas-alvo. Portanto, é importante avaliar as opções do mercado para escolher os alvos mais alinhados com a estratégia e cultura empresarial.

A empresa adquirente entra em contato com uma ou mais empresas que atendem aos seus critérios de busca. As empresas devem verificar os principais riscos da fusão, principalmente os relacionados com as culturas empresariais, e fazer uma estimativa quantitativa inicial da ação.

Após a apresentação da oferta inicial, as empresas negociam os termos em detalhe. Assim, as partes estabelecem os termos e condições principais da operação e contratam assessores para auditar a outra parte, verificando as demonstrações financeiras, a situação jurídica e a segurança dos diferenciais competitivos.

A proposta de fusão deve ser aprovada pelos sócios das empresas envolvidas. Após a aprovação, é necessário confirmar as premissas legais, financeiras e operacionais das empresas envolvidas, a fim de confirmar os dados nos quais está baseada a proposta de fusão e o valuation da companhia.

Os advogados negociam, então, os termos do acordo de fusão, que dependerão do tipo de sociedade, para aprovação final e assinatura.

O negócio é fechado, e as equipes de gestão das empresas trabalham juntas no processo de fusão. As empresas convertem suas ações anteriores em uma nova ação da empresa combinada.

Para que a fusão ocorra de forma eficaz, é essencial desenvolver um plano de execução que contemple os objetivos e estratégias da operação. Esse plano deve identificar as ofertas e tecnologias-alvo, considerar fatores críticos de sucesso e definir metas, prazos e responsáveis.

Além disso, a lei de sociedades anônimas (Lei 6.404/76) e outras normas aplicáveis devem ser consideradas.

Em conclusão, a fusão de empresas é um processo complexo que exige planejamento estratégico, avaliação cuidadosa e negociação detalhada. Ao seguir as etapas adequadas e considerar os elementos essenciais, as empresas podem aumentar suas chances de sucesso na criação de uma nova entidade mais forte e lucrativa.

Quais são os tipos de fusão de empresas?

1) Fusão Horizontal

Primeiramente, na fusão horizontal, empresas que atuam no mesmo setor e oferecem produtos ou serviços semelhantes se unem. Essa estratégia visa aumentar a participação de mercado, reduzir a concorrência e gerar sinergias operacionais.

A fusão entre duas grandes redes de supermercados é um exemplo desse tipo.

2) Fusão Vertical

Em segundo lugar, na fusão vertical, empresas que atuam em diferentes etapas da cadeia de produção, mas no mesmo setor, se juntam. O objetivo é garantir o fornecimento de matérias-primas, controlar a distribuição de produtos e reduzir custos.

Como exemplo, podemos citar uma empresa de alimentos que se funde com um produtor de embalagens.

3) Fusão de Conglomerado

Ademais, na fusão de conglomerado, empresas que atuam em setores completamente distintos se unem. Essa estratégia busca diversificar os negócios, reduzir riscos e aproveitar oportunidades em novos mercados.

Uma empresa de tecnologia que se funde com um banco é exemplo desse tipo.

4) Fusão de Extensão de Mercado

Outrossim, na fusão de extensão de mercado, empresas que oferecem os mesmos produtos ou serviços, mas atuam em mercados geográficos diferentes, se unem. O propósito é expandir a área de atuação e alcançar novos clientes.

Podemos dar como exemplo uma rede de restaurantes que se funde com outra rede que atua em outra região do país.

5) Fusão de Extensão de Produto

Finalmente, na fusão de extensão de produto, empresas que atuam no mesmo mercado e oferecem produtos ou serviços complementares se juntam. A meta é ampliar o portfólio de produtos e atender às necessidades dos clientes de forma mais completa.

Exemplo: Uma empresa de cosméticos que se funde com uma empresa de produtos para cabelo.

Quais são as diferenças entre fusão, incorporação e aquisição de empresas?

Fusão, incorporação e aquisição são processos distintos de reorganização empresarial, cada um com características próprias.

Fusão

A fusão ocorre quando duas ou mais empresas se unem para formar uma nova organização. Nesse caso, ambas as empresas originais deixam de existir, dando lugar a uma nova entidade.

Esse processo costuma ocorrer entre companhias do mesmo setor que desejam ampliar mercado, reduzir custos ou aumentar a competitividade.

Incorporação

Já a incorporação acontece quando uma empresa absorve outra, que deixa de existir juridicamente. A empresa incorporadora mantém sua identidade e assume todos os direitos e obrigações da empresa incorporada.

Esse modelo é comum quando uma empresa maior busca expandir suas operações ou consolidar sua posição no mercado.

Aquisição

Por outro lado, a aquisição ocorre quando uma empresa compra a maior parte ou a totalidade das ações de outra, mas sem que haja necessariamente a fusão das operações. A empresa adquirida continua existindo, mas passa a ser controlada pela compradora.

Aquisições podem ser amigáveis, quando há consentimento entre as partes, ou hostis, quando a empresa compradora assume o controle sem o aval da diretoria da empresa-alvo.

Portanto, enquanto a fusão cria uma nova empresa, a incorporação extingue uma e a aquisição apenas transfere o controle acionário. Esses processos são estratégicos e dependem dos objetivos das empresas envolvidas.

Quais são as vantagens da fusão de empresas?

As fusões de empresas oferecem uma série de vantagens significativas. Em primeiro lugar, aumentam a eficiência operacional. As empresas combinadas conseguem otimizar recursos e eliminar redundâncias, resultando em operações mais enxutas e ágeis.

Além disso, as fusões frequentemente proporcionam economias de escala, permitindo que as empresas comprem insumos a preços mais baixos devido ao maior volume de pedidos. Com isso, a capacidade de negociação com fornecedores se torna mais forte, levando a condições comerciais mais favoráveis.

Ademais, a fusão pode ampliar a participação de mercado. Quando duas empresas se unem, elas consolidam sua presença no mercado, o que pode resultar em maior poder sobre os concorrentes. Consequentemente, isso pode levar a aumentos na receita e na rentabilidade.

Por exemplo, a empresa resultante da fusão pode aproveitar os pontos fortes e a expertise de ambas as organizações, impulsionando a inovação e o desenvolvimento de novos produtos.

Além do mais, as fusões permitem acesso a novos mercados geográficos e segmentos de clientes. Com isso, as empresas podem expandir seu alcance de maneira mais rápida e eficaz do que se fossem operar independentemente.

Por fim, é importante destacar que uma fusão pode trazer benefícios financeiros, como uma melhor alavancagem financeira e uma maior capacidade de atração de investimentos.

Em resumo, as vantagens da fusão de empresas incluem eficiência operacional, economias de escala, maior participação de mercado, inovação, expansão geográfica e benefícios financeiros. Esses fatores tornam a fusão uma estratégia atraente para muitas organizações.

E quais são as desvantagens da fusão de empresas?

Apesar dos benefícios, as fusões de empresas também apresentam diversas desvantagens.

Em primeiro lugar, as diferenças culturais entre as empresas podem gerar conflitos. Quando duas organizações com culturas distintas se unem, a integração dos funcionários pode ser difícil, resultando em falta de coesão e produtividade.

Além disso, problemas de comunicação são comuns durante a fusão. A harmonização dos sistemas de comunicação e a clareza das informações podem ser comprometidas, levando a mal-entendidos e perda de informações importantes.

Outro fator a considerar é o custo elevado. Assim, o processo de fusão pode ser extremamente caro, incluindo despesas com consultorias, advogados e a integração de sistemas de TI. Esses custos podem sobrecarregar a empresa e comprometer o retorno financeiro esperado.

Além disso, a perda de foco pode ocorrer. Durante o processo de fusão, a atenção dos gestores pode se desviar das operações principais, impactando negativamente o desempenho da empresa.

Ademais, redução de pessoal é uma consequência comum. As fusões frequentemente resultam em demissões, o que pode afetar a moral dos funcionários e criar um ambiente de incerteza e insegurança.

Além do mais, as fusões podem ser desfavoráveis para os consumidores. Assim sendo, a diminuição da concorrência pode levar a preços mais altos, menos opções de produtos e menor inovação no mercado.

Por fim, é importante destacar que a integração dos sistemas pode ser desafiadora. A unificação dos sistemas de tecnologia e processos de negócios pode ser complexa e demorada, e qualquer falha nesse processo pode interromper as operações e causar prejuízos significativos.

Exemplos de empresas que se fundiram

Aqui estão alguns exemplos de fusões de empresas que obtiveram sucesso:

1) Localiza e Unidas

Em setembro de 2020, as empresas de aluguel de veículos Localiza e Unidas anunciaram a intenção de fundir suas operações, visando criar uma companhia de referência mundial em mobilidade sustentável.

Assim, as ações de ambas foram incorporadas pela Localiza, alcançando um valor de mercado de R$ 50,5 bilhões. A união resultou em uma empresa com uma frota de 491 mil veículos.

2) Grupo Notredame e Hapvida

O grupo NotreDame Intermédica realizou 12 aquisições de outras empresas, concretizadas em 2020. A principal fusão foi com o grupo cearense Hapvida, uma das maiores operadoras de planos de saúde do Norte e Nordeste do país.

Como o grupo NotreDame Intermédica concentra sua base de clientes nas regiões Sul e Sudeste, a fusão significou um aumento considerável em sua carteira. Em 2021, a transação que gerou a combinação de negócios ficou em R$115 bilhões.

3) Carrefour Brasil e Grupo Big

Em março de 2021, o grupo Carrefour Brasil anunciou a aquisição do Grupo Big (antigo Walmart Brasil) em uma negociação de R$ 7,5 bilhões. Portanto, a união das gigantes do varejo passou a significar um faturamento anual de cerca de R$ 100 bilhões.

A estratégia é uma forma usada pelo Carrefour para investir mais em regiões onde têm menos expressividade, como no Norte e no Sul.

4) Totvs e RD Station

No ramo da tecnologia, a Totvs, a maior empresa de softwares de gestão do Brasil, adquiriu a RD Station, líder em automação de marketing, em 2021. Desse modo, a RD foi comprada pela Totvs por R$ 1,86 bilhão, com o objetivo de ampliar o portfólio de clientes e aumentar o repertório dos serviços ofertados[1].

5) Petz e Zee Dog e Cobasi

A Petz, uma das maiores empresas do ramo de produtos para animais, comprou em 2021 a Zee Dog. O valor total da transação foi de R$ 715 milhões.

Em 2024, a Petz anunciou uma mega fusão com a Cobasi, criando uma nova empresa com faturamento de R$ 7 bilhões.

6) Movile e iFood

Em 2022, a Movile, empresa brasileira que atua nos segmentos da alimentação, pedidos e entregas, bilheteria e logística, comprou a iFood, criando uma grande fusão no ramo da tecnologia.

Como resultado dessa negociação, a iFood se posicionou como uma das gigantes do ramo de delivery de comida.

7) Itaú e Unibanco

Em 2008, o Itaú Unibanco surgiu da união entre o Banco Itaú e o Unibanco, resultando no maior conglomerado financeiro do hemisfério sul. Sendo assim, a união das instituições bancárias possibilitou a otimização de recursos, a ampliação da oferta de serviços e produtos, além do fortalecimento da marca.

8) Raia Drogasil

A Raia Drogasil foi formada a partir da fusão entre a Droga Raia e a Drogasil, em 2011. Hoje, a empresa se tornou uma das maiores referências no varejo farmacêutico e possui filiais espalhadas na maior parte dos estados brasileiros.

9) Suzano e Fibria

No início de 2019, foi concretizada a fusão das gigantes Suzano Papel e Celulose e Fibria Celulose. O acordo foi concretizado após a Suzano realizar um pagamento de cerca de R$ 27 bilhões aos acionistas da Fibria, que passaram a ser acionistas da Suzano, a qual se tornou a nova marca das empresas.

10) Aliansce Sonae e brMalls

As empresas Aliansce Sonae e brMalls se fundiram para se tornarem a maior empresa do setor de shoppings da América Latina. Assim, essa fusão proporcionou a consolidação de um amplo portfólio de ativos comerciais em diversas regiões do país, ampliando a presença das marcas e fortalecendo sua posição no mercado.

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Fontes: RRK, Bora Investir, Pontotel, Afixcode, Rock Content