25 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
IMA-B é uma categoria de índices que acompanham a carteira de títulos atrelados ao IPCA.
Desse modo, o IMA-B serve para acompanhar a performance dos preços de mercado dos títulos públicos NTN-Bs, que variam de acordo com a inflação.
O que é Tesouro IPCA e NTN-B
Antes de te explicar em detalhes o que é IMA-B, é preciso que você entenda o que é uma NTN-B. Em resumo, NTN-B são as Notas do Tesouro Nacional – Série B ou Tesouro IPCA + com Juros Semestrais.
Ou seja, as NTN-B são os títulos de dívida do Tesouro Direto cuja rentabilidade está atrelada à inflação (IPCA), mais uma taxa de juros prefixada.
Portanto, este é um título híbrido com uma rentabilidade composta por uma parte prefixada e outra pós-fixada. É por isso que o Tesouro IPCA é o investimento mais seguro para proteger o patrimônio contra a inflação.
O que é o Índice IMA-B?
O IMA-B é uma categoria de índices que faz o acompanhamento da carteira de títulos atrelados ao IPCA.
Sendo assim, ele representa o desempenho dos preços de mercado dos títulos públicos NTN-Bs, que variam conforme a inflação.
A avaliação dos fundos vinculados ao IMA-B ocorre mensalmente, especificamente em todo dia 15 do mês.
Como as mudanças dos títulos influenciam o IMA-B?
Os títulos que o IMA-B representa passam por mudanças constantes.
Por exemplo, em 2021 houve a notícia sobre o pagamento de precatórios e o aumento das chances de rompimento do teto de gastos, o que fez com que o risco fiscal do país ficasse mais alto.
Tudo isso motivou a alta das taxas dos títulos do Tesouro, o que inclui as NTN-Bs. Logo, o IMA-B passou por fortes oscilações.
Esse é um bom exemplo dos cenários econômicos que alteram os títulos e impactam no IMA-B. Enfim, podemos destacar os seguintes motivos de alteração nos títulos IPCA:
- Relações comerciais internacionais;
- Taxas de importação e exportação;
- Valorização/desvalorização do real;
- Valor do dólar.
Todos esses fatores acima interferem na curva de inflação, impactam no poder de compra da população, causam mudanças nos títulos dessa categoria e afetam os números do IMA-B.
Um detalhe importante é que, como trata-se de uma carteira teórica, o IMA-B varia de acordo com as oscilações dos títulos e com o seu peso.
Portanto, quanto maior for a quantidade e volume de negociação de um certo título público indexado ao IPCA no mercado, maior será a interferência desse ativo no desempenho do índice.
Como calcular o IMA-B?
O cálculo do IMA-B segue o método de Laspeyres. Em síntese, é preciso multiplicar a quantidade teórica de títulos do Tesouro IPCA+, segundo o período-base, pelos seus preços aplicados na data de referência.
Com esse cálculo, é possível descobrir o número de pontos no índice dos títulos da carteira. Sendo que, a soma do número de pontos de todos os componentes, é o valor do número-índice. Enfim, a fórmula é:
Por causa dessa transparência de informação, ficar de olho no IMA-B favorece a segurança nos investimentos profissionais.
Categorias do Índice IMA-B
O Índice IMA-B pode ser classificado em duas categorias, de acordo com o vencimento dos títulos públicos atrelados ao IPCA. As duas categorias são:
IMA-B 5
Esse tipo de índice IMA-B corresponde aos mesmos títulos das Notas do Tesouro Nacional. Entretanto, eles têm um prazo de vencimento de até cinco anos.
IMA-B 5+
Por outro lado, o IMA-B 5+ acompanha a performance dos títulos IPCA com vencimento acima de cinco anos.
Vale destacar que além desses dois tipos, existe também o IMA-B geral. Em síntese, ele é composto por títulos indexados ao IPCA com todas as datas de vencimento.
IMA-B versus IPCA
Primeiramente, o IPCA é um índice que acompanha a variação de preços dos produtos no Brasil.
Em contrapartida, o IMA-B acompanha a performance dos preços de mercado dos títulos públicos NTN-Bs, que variam de acordo com a inflação.
Portanto, o IMA-B está atrelado ao IPCA, como um dos parâmetros nos fundos de investimento. Contudo, os dois contam com algumas diferenças.
Isso porque, o IMA-B é o índice que aponta a variação dos preços das carteiras de títulos públicos que seguem o índice IPCA.
Já o IPCA é o índice calculado pelo IBGE para conferir a variação dos preços dos itens e serviços que são consumidos por grande parcela das famílias brasileiras.
Desse modo, o IPCA aponta a mudança do valor final dos itens de consumo do brasileiro de um mês para outro. Sendo que ele é o índice oficial da inflação no Brasil.
O que é IPCA yield IMA-B
No mundo dos investimentos, yield é a diferença entre o valor investido e o que retorna para o investidor. Nesse sentido, o yield tem a função de ajudar a verificar se certo investimento é vantajoso ou não.
Contudo, quanto maior o yield, maior o risco de perda.
Enfim, o IMA-B demonstra a variação dos preços de uma carteira de títulos públicos e está atrelado ao IPCA, o rendimento ou yield do IMA-B está ligado à inflação e às suas oscilações.
Como investir em fundos IMA-B
Em resumo, os fundos IMA-B, ou fundos referenciados ao IMA-B são um tipo de investimento com uma estratégia referenciada pelo seu próprio índice, o IMA-B.
Dessa forma, eles são uma forma dos investidores terem acesso às oscilações do IMA-B. Além disso, existem fundos de investimento comuns atrelados ao índice e ETFs, ou fundos listados em bolsa.
Na prática, ao investir em fundos IMA-B o investidor compra indiretamente títulos públicos do Governo Federal do tipo Tesouro IPCA+, com ou sem prazo de vencimento.
Riscos de investir em fundos referenciados IMA-B
Os riscos de aplicar em fundos IMA-B não são tão grandes. Sendo que você tem uma lucratividade garantida na modalidade juros semestrais, com taxa de lucro prefixada.
Contudo, mesmo com baixo risco, ele não é o tipo de investimento mais lucrativo do mercado. Afinal de contas, a alta de desempenho depende dos índices de inflação, que variam muito.
Por fim, não deixe de conferir o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, onde ele fala sobre 3 investimentos de renda fixa que podem render mais do que ações:
Enfim, gostou de aprender sobre o IMA-B? Então não deixe de conferir também como investir em Tesouro IPCA+ e se proteger contra a inflação.
Fonte: Capital Research, Onze, Suno e Genial.