Linha d’água: o que é, como funciona, importância

A linha d'água, em economia, é o ponto de equilíbrio financeiro que separa o lucro do prejuízo. Entenda como ela funciona e sua importância.

5 de dezembro de 2025 - por Sidemar Castro


Em economia, especificamente no mercado financeiro, a linha d’água (do inglês, high water mark ou waterline) é uma metodologia utilizada para a cobrança da taxa de performance em fundos de investimento.

Trata-se de um mecanismo que protege o investidor e garante que o gestor do fundo só receba a taxa de performance se o retorno do fundo superar, de fato, o seu melhor resultado histórico anterior, ou um índice de referência (benchmark) pré-determinado.

Entenda como ela funciona e sua importância no artigo em seguida.

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O que é linha d’água?

Quando falamos de “linha d’água”, estamos nos referindo a um ponto de referência usado para medir se um fundo rendeu de verdade acima do esperado.

A ideia é simples: cada fundo define um valor-base (a “cota-base”), que será a marca inicial. Toda vez que o fundo supera o seu índice de referência (como o Ibovespa ou o CDI), a linha d’água serve para checar se o ganho real foi suficiente para pagar a taxa de performance.

Se o fundo tiver perdas, até que ele recupere esse valor-base, a taxa de performance não é cobrada, ou seja, o gestor só “ganha bônus” se realmente entregar retorno acima da marca histórica.

O que é taxa de performance?

Quando um fundo tem taxa de performance, isso significa que o gestor só “ganha seu bônus” se o fundo realmente tiver rendido além de uma meta pré-definida, geralmente um índice de referência (benchmark) como o CDI ou o Ibovespa.

Se o fundo superar esse índice, a taxa de performance incide sobre o lucro que excedeu o benchmark, ou seja, sobre o “extra” que o gestor entregou.

Se o fundo não superar esse benchmark, ou tiver desempenho ruim, essa taxa não é cobrada.

Como funciona a taxa de performance?

Taxa de performance é uma cobrança variável que aparece em fundos de gestão ativa, aqueles em que há um gestor tomando decisões para buscar retorno.

Funciona da seguinte forma: se o fundo render mais do que o índice que serve de parâmetro, parte desse ganho extra vai para o gestor, como uma bonificação pelo bom trabalho.

Caso contrário, se o fundo não superar esse indicador, você não paga essa taxa. Isso torna a remuneração do gestor dependente da performance real, o que, em teoria, alinha os interesses dele com os seus.

Exemplo

Suponha que você investisse R$ 100.000 em um fundo que utiliza como referência o CDI, e esse fundo cobra 20% de taxa de performance sobre qualquer valor que superar o CDI. E suponha que, ao final de um semestre, o CDI rendeu 10%, e o seu fundo rendeu 14%.

A diferença de 4% é o “excesso” sobre o benchmark, então a taxa de performance incide sobre esse excesso: 20% de 4% = 0,8%. Isso significa que você pagaria R$ 800 de taxa de performance (0,8% de R$ 100.000).

Veja também: Taxa de administração: o que é, como funciona e quando é cobrada?

Como funciona a linha d’água e qual a sua relação com a taxa de performance?

A linha d’água é como um “piso de segurança” para a cobrança da taxa de performance. Primeiro, o fundo define uma cota-base (valor inicial da cota), essa cota-base será usada como referência para calcular se o fundo realmente gerou retorno acima da meta.

Quando o fundo supera seu índice de referência (como CDI ou Ibovespa), a taxa de performance pode ser cobrada, mas só se o valor da cota final também estiver acima da cota-base ajustada. Ou seja: mesmo que o fundo supere o benchmark, se não recuperar o nível anterior da “linha d’água”, a taxa não será aplicada.

Isso protege o investidor de pagar bônus de gestor por ganhos que apenas recuperaram perdas anteriores.

Importância da linha d’água

A linha d’água é importante porque age como uma proteção para o investidor, ela evita que você pague taxa de performance por retornos que só “recuperaram” perdas ou performance ruim. Isso significa que o gestor só é premiado quando o fundo realmente entrega “ganhos de verdade”, e não apenas melhora depois de um período ruim.

Com isso, o sistema fica mais justo, e você só paga essa taxa quando o fundo ultrapassa não só seu benchmark, mas também seu próprio patamar de cota anterior.

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Fontes: Mfais Retorno, Suno, Octante, T2 e Seu Dinheiro.

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