9 de novembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
As empresas que estão em busca de recursos para a sua expansão, muitas vezes, optam por realizar a oferta de ações. Desse modo, a empresa abre o capital na bolsa de valores e disponibiliza pequenas frações da empresa para serem negociadas com os investidores.
Os investidores, por sua vez, optam por aplicar em ações visando o retorno financeiro. Afinal, após a oferta pública inicial, o dinheiro não vai mais para a empresa. Ou seja, ele circula entre os investidores que buscam comprar os ativos com preços baixos e, em seguida, vendem por preços mais altos.
Aprender sobre o funcionamento das ofertas de ações é importante para que o investidor saiba se ele pode ou não participar. Afinal, algumas IPOs são exclusivas para investidores qualificados.
O que é oferta de ações?
A oferta de ações, também conhecida como IPO – Initial Public offering, é um processo pelo qual as empresas abrem o capital na bolsa de valores brasileira.
Desse modo, os investidores podem aplicar nas empresas e se tornar sócios delas. Neste caso, as ofertas de ações podem ser primárias, secundárias ou de esforços restritos.
Como a IPO funciona
O processo de IPO é fiscalizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com o objetivo de garantir uma oferta justa e igualitária.
Além disso, as ofertas de ações são feitas através da intermediação de instituições que estejam integradas ao sistema de distribuição de valores mobiliários, como, por exemplo, os bancos, as distribuidoras e as corretoras.
Portanto, para que possa participar da IPO, o investidor deve possuir cadastro em pelo menos uma das instituições que fazem a intermediação das ofertas de ações. Já as empresas que realizam a oferta pública inicial, devem seguir alguns critérios.
Um deles se refere à publicação do prospecto da oferta. Ou seja, a companhia deve divulgar um documento contendo diversas informações, como: os históricos de demonstrações contábeis dos últimos 3 anos, as condições da oferta e os valores mobiliários da oferta.
Logo, o prospecto serve como uma ferramenta para que os investidores decidam se querem ou não participar da IPO.
A realização do processo completo de abertura de capital pode demorar até um ano. Sendo assim, a empresa precisa seguir os seguintes passos para fazer as ofertas de ações:
- Registrar a operação na CVM;
- Definição das instituições intermediadoras;
- Estabelecer garantias, se tiver;
- Determinar o conteúdo da oferta;
- Publicação do prospecto;
- Verificar com os investidores as intenções e reservas;
- Realizar o recebimento de reservas;
- Divulgar qual será o período de distribuição;
- Resultado da oferta de ações e o preço final das ações.
Tipos
As ofertas de ações podem ser divididas em três tipos: primárias, secundárias e esforços restritos.
1- Primária
A oferta de ações primária ocorre quando a empresa abre o capital e coloca suas ações à venda na B3. Dessa forma, toda a verba arrecadada vai para os cofres da própria empresa.
Geralmente, as empresas que abrem o capital pretendem arrecadar dinheiro para investir em seu desenvolvimento e crescimento. No entanto, depois dessa abertura inicial, a empresa pode voltar a emitir novas ações que, nesse caso, são chamadas de follow on.
2- Secundária
A oferta secundária ocorre por meio da negociação dos ativos entre os investidores. Ou seja, o dinheiro não vai mais para o caixa da empresa, ele circula entre os investidores que negociam na bolsa.
Enfim, este processo de negociação entre investidores é chamado de oferta secundária. Isso porque, as ações já estavam disponíveis no mercado.
3- IPO com esforços restritos
A oferta de ações com esforços restritos também funciona por meio da oferta primária e secundária. Entretanto, o que a difere das demais é o fato de que ela só está disponível para investidores qualificados.
Os investidores qualificados, por seu vez, são investidores que se enquadram em uma série de pré-requisitos, como:
- Possuir mais de R$ 1 milhão investidos;
- Ser um investidor profissional;
- Possuir certificação financeira.
Como investidor qualificado, a pessoa possui acesso a vários ativos não disponíveis ao investidor comum, como, por exemplo, participação em alguns tipos de fundos de investimentos.
Como investir na IPO
Com exceção das ofertas de ações com esforços restritos, os investidores comuns podem participar de todas as IPOs. No entanto, como se trata de uma aplicação como qualquer outra, é importante que o investidor analise a empresa que está ofertando as ações.
Ou seja, o investidor deve verificar o prospecto divulgado pela empresa, o seu demonstrativo e histórico. Também é preciso analisar qual o investimento inicial mínimo e ver se os valores se encaixam com seus objetivos.
Um item muito importante a ser analisado é o que a empresa pretende fazer com o dinheiro arrecadado, já que isso é determinante para o futuro da companhia.
Portanto, empresas que pretendem investir em seu crescimento são mais interessantes e promissoras do que as empresas com planos vagos.
Depois disso, o investidor deve abrir uma conta, caso não possua, em uma corretora de valores que está fazendo parte da oferta inicial. Por fim, basta reservar as ações que você quer aplicar. Porém, após reservar as ações, não é possível desistir do investimento.
Enfim, agora que você sabe como funciona das ofertas de ações, aprenda sobre a importância da Diversificação de investimentos – Quantas ações ter em carteira?
Fontes: Suno, B3, Investidor, Suno e Toro investimentos
Imagens: Urbe.me, Empreender dinheiro, Infomoney, Suno, Business watching e Pymnts