8 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A renda per capita é um indicador econômico bastante utilizado para analisar o desenvolvimento econômico e o padrão social de uma nação.
Apesar de ser um dos indicadores mais usados, ele possui algumas limitações. Uma das principais é o fato de que ele não reflete a realidade social do país, já que seus cálculos apontam uma média da população de maneira nivelada.
Sendo assim, ele não deve ser usado sozinho ao se analisar o desenvolvimento socioeconômico de um país. Na verdade, o mais recomendado é usar a renda per capita com outros indicadores econômicos; assim, é possível obter um resultado mais realista.
Saiba mais sobre esse indicador no texto a seguir.
O que é a renda per capita?
É um indicador econômico utilizado para analisar o nível de desenvolvimento econômico de uma nação. Dessa maneira, ele é determinado por meio da divisão do Produto Nacional Bruto (PNB) pelo número total de habitantes do país.
O PNB, é um indicador macroeconômico que reflete a produção de produtos e serviços, tendo como base a nacionalidade dos agentes. Dessa maneira, o PNB considera todos os bens e serviços que tenham sido produzidos nacional ou internacionalmente, desde que o agente produtor seja nacional.
É importante notar que o Produto Nacional Bruto difere de outro indicador bastante utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB). A diferença entre eles é que o PIB considera todas as riquezas produzidas em território nacional por agentes nacionais ou internacionais. Já o PNB, considera toda a riqueza produzida por agentes nacionais, seja no Brasil ou no exterior.
Como se calcula a renda per capita?
Ela funciona como um indicador do padrão social da população e do grau de desenvolvimento econômico da nação. Desse modo, para calcular esse indicador econômico, basta dividir o PNB pelo número total de habitantes.
Se, por exemplo, no Brasil o PNB fosse de 2.851 trilhões de dólares e o número de brasileiros fosse de 193.946.886, então, a renda per capita brasileira seria de cerca de 14.668.
Como este indicador econômico serve para apontar o desenvolvimento e o padrão social de um país, então os países economicamente mais desenvolvidos possuem a renda per capita mais alta. Em contrapartida, países com economias atrasadas e baixa produção econômica, tendem a apresentar números mais baixos.
Quais são as limitações de usar a renda per capita como indicador?
A renda per capita não é suficiente para avaliar as condições socioeconômicas de uma nação. Acontece que esse indicador econômico é mensurado através da divisão entre a produção e a quantidade de habitantes. Logo, esse indicador pode variar de acordo com o número de habitantes de um país.
Em outras palavras, mesmo que um país possua um PNB alto, a renda per capita pode ser baixa, pois aquele país pode ter um alto número de habitantes. Nestes casos, esse indicador econômico não é útil para refletir o desenvolvimento econômico de uma nação.
Um exemplo disso é a China, que, apesar do rápido desenvolvimento industrial, possui uma renda per capita menor do que alguns países subdesenvolvidos, pois é uma nação muito populosa. O contrário também pode ocorrer, e um país com poucos habitantes, porém, com alguns bilionários dentre eles, pode ter esse indicador alto.
Outra limitação da renda per capita é que ela não considera a distribuição de renda. Ou seja, ela nivela os habitantes e não aponta as desigualdades econômicas entre a população. Isso ocorre porque, ao dividir a produção total pelo número de habitantes, o resultado passa a indicar uma média geral da distribuição de renda na população.
Portanto, se determinado país tiver a renda concentrada em uma parcela pequena da população, esse indicador econômico não irá apontar de fato as condições socioeconômicas daquele país.
Como é a renda per capita no Brasil?
No Brasil, ela tem mostrado crescimento nos últimos anos. Em 2023, a renda média por morador nos lares brasileiros foi de R$ 1.893. Este valor representa um aumento em relação a 2022, quando a média era de R$ 1.625.
Aqui está uma visão geral desse indicador por estados, com base nos dados mais recentes:
- Distrito Federal: R$ 2.913
- São Paulo: R$ 2.148
- Rio Grande do Sul: R$ 2.087
- Santa Catarina: R$ 2.018
- Rio de Janeiro: R$ 1.971
- Paraná: R$ 1.846
- Mato Grosso do Sul: R$ 1.839
- Espírito Santo: R$ 1.723
- Mato Grosso: R$ 1.674
- Goiás: R$ 1.619
- Minas Gerais: R$ 1.529
- Tocantins: R$ 1.379
- Rondônia: R$ 1.365
- Rio Grande do Norte: R$ 1.267
- Roraima: R$ 1.242
- Sergipe: R$ 1.187
- Amapá: R$ 1.177
- Piauí: R$ 1.110
- Paraíba: R$ 1.096
- Pará: R$ 1.061
- Ceará: R$ 1.050
- Acre: R$ 1.038
- Bahia: R$ 1.010
- Pernambuco: R$ 1.010
- Amazonas: R$ 965
- Alagoas: R$ 935
- Maranhão: R$ 814
Esses números refletem a diversidade econômica e as disparidades regionais no Brasil.
Como é a renda per capita no mundo?
Ela varia significativamente ao redor do mundo. Em 2024, o país com a maior renda per capita é Luxemburgo, com um valor impressionante de aproximadamente US$ 131.384. Este pequeno país europeu é conhecido por seu setor financeiro robusto e economia altamente desenvolvida, com um elevado IDH (índice de Desenvolvimento Humano).
Por outro lado, o país com o menor indicador é o Afeganistão, onde a ele é extremamente baixa, refletindo os desafios econômicos e sociais enfrentados pelo país.
Esses números ilustram as grandes disparidades econômicas globais.
O que é a renda per capita familiar?
A renda per capita familiar é um indicador econômico que mede a média da renda de cada pessoa dentro de uma família. Para calcular a renda per capita familiar, você deve somar todas as fontes de renda da família (salários, aposentadorias, benefícios sociais, etc.) e dividir esse total pelo número de membros da família.
Por exemplo, se uma família tem uma renda total de R$ 6.000 por mês e possui quatro membros, a renda per capita familiar seria:
Renda per capita familiar = Renda total da família/Número de membros da família = R$ 1.500
Esse indicador é útil para entender o padrão de vida e a distribuição de renda dentro de uma família, além de ser utilizado em estudos socioeconômicos e políticas públicas.
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Fontes: Mundo educação, Empiricus, Akeloo