Indicadores econômicos: o que são e quais são os 14 principais?

31 de dezembro de 2021, por Sidemar Castro

Tempo de leitura médio: 10 min, 26 seg


Indicadores econômicos são dados numéricos usados para medir o desempenho da atividade econômica de um país, estado, cidade ou região. Eles permitem a análise do desempenho econômico e previsões de desempenho futuro, sendo úteis no estudo dos ciclos de negócios e na tomada de decisões de investimento.

Alguns exemplos de indicadores econômicos incluem o Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de inflação, a taxa de desemprego, a taxa de juros, entre outros.

Quer saber mais sobre esses e outros índices? Continue a leitura.

O que são os indicadores econômicos?

Indicadores econômicos são levantamentos estatísticos que servem para mostrar como anda determinada situação, em determinado local e período. Eles são como termômetros que “medem” se a economia do país está indo bem ou mal. Seja por agências governamentais ou iniciativa privada, essas estatísticas são levantadas periodicamente.

Os indicadores econômicos são importantes porque ajudam na tomada de decisão. Se soubermos, por exemplo, por qual motivo a economia não anda bem, é mais fácil traçar estratégias que amenizem esse problema.

Além disso, os indicadores econômicos também são valiosos para investidores e empresas, pois alguns deles interferem diretamente nos rendimentos de diversos títulos.

Aqui estão alguns dos principais indicadores econômicos:

  • PIB (Produto Interno Bruto): Mede a evolução de riquezas de uma determinada região (país, estado, ou cidade). É a soma de todos os bens e serviços finais produzidos durante um determinado período, desconsiderando valores dos bens intermediários utilizados no seu processo de produção.
  • IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo): Este índice é oficial de inflação do Brasil, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Serve de parâmetro, aliás, ao CMN (Conselho Monetário Nacional) para definir as metas de inflação. E, ainda, para o Banco Central manter o controle com políticas monetárias ou fiscais.

Tipos de indicadores financeiros

Quando falamos em análise de empresas, existem alguns indicadores financeiros que podem te ajudar na análise da empresa.

Vale destacar que os indicadores financeiros são diferentes dos indicadores econômicos.

Isso porque, os indicadores econômicos se referem a economia do país no geral. Já os indicadores financeiros, se referem às finanças de uma empresa.

Enfim, os tipos de indicadores financeiros são:

1. Indicadores de rentabilidade

Os indicadores de rentabilidade são aqueles que metem o quanto a empresa está rendendo por meio dos seus ativos.

Por exemplo, o ROE – Retorno sobre Patrimônio Líquido é uma das métricas mais usadas, sendo que ele pode ser calculado por meio dos demonstrativos financeiros da empresa.

2. Indicadores de endividamento

É normal que grandes empresas tenham dívidas. Mas é preciso ficar de olho para que o endividamento não seja tão grande a ponto de sair do controle.

Uma das formas de avaliar isso, é por meio de indicadores de endividamento, pois eles indicam o quanto a empresa precisa lucrar para quitar suas dívidas.

3. Indicadores de preço

Muitos investidores fazem cálculos para analisar se o preço de uma ação tem potencial de crescimento, para verificar se vale a pena investir no ativo. Isso é feito por meio da técnica de valuation.

4. Indicadores de lucratividade

Por fim, para que um negócio cresça, é preciso que ele apresente lucros. Neste sentido, antes de investir em uma empresa, é essencial analisar se ela é lucrativa.

Uma boa forma de fazer isso, é analisar as margens de uma empresa, dessa forma, você consegue ver o quanto a empresa gera de caixa a partir de sua receita.

Um dos indicadores usados para isso, é a margem EBITDA.

Quais são os principais indicadores econômicos?

Os principais indicadores, nos quais é bom estar sempre de olho, são:

1. PNAD

PNAD é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. A PNAD é feita pelo IBGE. Ela é uma pesquisa que fornece dados sobre:

  • Quantidade de pessoas empregadas;
  • Desempregadas;
  • Taxa de ocupação;
  • Taxa de desemprego.

Além disso, ela traz uma média dos rendimentos dos trabalhadores.

2. Produção industrial

É difícil analisar o desenvolvimento de uma região sem uma indústria forte, competitiva e diversificada.

Isso porque, a indústria é o setor que mais influencia no crescimento do produto de valor agregado. É por isso que existe um indicador com foco em medir a produção industrial do país.

3. Indicador econômico: TR

TR é a Taxa Referencial. A TR foi implantada no governo Collor, mas há alguns anos está zerada.

O seu cálculo é feito a partir da Taxa Básica Financeira, que está relacionada com os juros praticados pelos maiores bancos do Brasil. Enfim, a TR se relaciona também com o rendimento da poupança.

4. Salário mínimo

O salário mínimo é o menor valor que os funcionários de uma empresa devem receber.

Ou seja, este é o valor mínimo que uma pessoa deve receber por sua mão de obra na produção de bens e serviços. É por isso que ele é um dos principais indicadores do Brasil.

5. Balança comercial

A Balança Comercial aponta a relação entre o total de exportações e importações de bens e serviços.

O ideal é que o total de exportações seja maior do que as importações. Com isso, o país tem um superávit. Se a situação for contrária, temos o déficit.

6. INPC

INPC é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Ele é calculado pelo IBGE. O INPC é um dos principais indicadores da variação mensal de preços.

Desse modo, ele aponta o quanto varia o custo de vida de famílias com rendimento mensal entre 1 a 5 salários mínimos. O INPC é muito importante, já que ele engloba cerca de 50% das famílias do Brasil.

7. O PIB

PIB é a sigla para Produto Interno Bruto. O PIB serve para metrificar a atividade econômica de uma cidade, estado ou país. Por isso, ele é um dos indicadores mais usados. Assim, se uma região tiver uma baixa no PIB por dois trimestres seguidos, temos a recessão técnica. Vale destacar que o PIB é um indicador de crescimento.

No entanto, ele não é um índice de desenvolvimento. Isso porque, ele não leva em conta dados como nível de escolaridade, expectativa de vida e distribuição de renda.

8. INCC

INCC é o Índice Nacional de Custos da Construção. Ele é calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O INCC serve para medir a evolução dos custos das construções. Para isso, ele analisa a evolução dos preços nas capitais de 18 estados.

9. Taxa Selic

A taxa Selic é muito importante para os investidores. Em 1º lugar, você precisa entender que a Selic é a taxa básica de juros.

Isso significa que ela influencia as outras taxas de juros. Sendo assim, ela também impacta no retorno dos investimentos. Um exemplo disso, é o Tesouro Selic. Este título tem como retorno a variação da Selic.

Em 2º lugar, a Selic está ligada à inflação. Isso porque, ela é usada para controlar a oferta de crédito. Dessa forma, ela é uma ferramenta de controle da inflação.

10. IGP-M

A sigla IGP-M é de Índice Geral de Preços do Mercado. Sendo assim, o IGP-M aponta o movimento dos preços do mercado nacional.

Desse modo, ele é usado em reajustes de energia e contratos de aluguel. Enfim, o seu cálculo é feito todos os meses pela FGV e divulgado no final de cada mês.

11. O IPCA

O IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Sendo que o seu cálculo é feito pelo IBGE.

Em síntese, ele mede a variação dos custos de vida das famílias com renda entre 1 a 40 salários mínimos por mês.

Ele serve como um indicador oficial para que o Governo possa conferir as metas inflacionárias. O IPCA também está relacionado com os investimentos.

12. PIM-PF

PIM-PF é a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física. Feita pelo IBGE, a PIM-PF acompanha os índices mensais da produção nacional.

Sendo assim, a PIM-PF serve para entender o cenário da economia. Afinal de contas, o setor industrial representa uma boa parte do PIB.

Além disso, esse setor afeta os índices de empregabilidade e aponta quais são os setores que estão mais ativos.

13. Desemprego e informalidade

O IBGE é o responsável por divulgar o índice de desemprego. Como o próprio nome sugere, esse índice mede a quantidade de pessoas que estão sem emprego.

Além disso, ele serve como um indicador da quantidade de pessoas que desistiram de procurar emprego ou que têm trabalho informal.

Esse é um indicador importante pois ele mostra a capacidade atual da economia de absorver os trabalhadores.

Inclusive, ele afeta outros índices. Por exemplo, influencia a quantidade de renda para consumo e os gastos do governo com benefícios.

14. Dólar PTAX

Por fim, temos o dólar PTAX, que é um índice de câmbio. Sendo assim, ele é usado para estudar o dólar futuro e o atual. Ele serve ainda como parâmetro em diferentes produtos do mercado de câmbio.

Em síntese, ele representa a média das taxas de negociação praticadas no mercado intradiário. O seu cálculo é feito pelo Banco Central.

Outros indicadores econômicos

Acima temos a lista com os principais indicadores econômicos. Mas eles não são os únicos. Existem alguns outros que não têm uma relevância tão grande.

Contudo, você pode ficar de olho neles também. Alguns listados no site do Bacen são:

  • Índice do nível de emprego formal – Brasil;
  • Aplicações financeiras;
  • Fundos de Investimento;
  • Arrecadação do IPI por setores – Regime de competência;
  • Previdência Social – Fluxo de caixa;
  • Banco Central do Brasil – Operações cambiais;
  • Valor da cesta básica em 17 capitais (municípios).

Como funcionam os indicadores econômicos?

Os indicadores econômicos funcionam como um tipo de índice, que ajudam a visualizar uma realidade econômica de forma direta e quantitativa.

Sendo que eles podem ser divididos em diferentes mercados, já que a economia é segmentada por vários blocos distintos. Os blocos são:

  • Bens e serviços: Lida com a produção agregada nacional e seus preços.
  • Trabalho: Se relaciona com os níveis de emprego, salários e oferta de mão de obra.
  • Monetário: Esta divisão é controlada pelo Banco Central (Bacen). É composto pela oferta e demanda da moeda. Também está ligada à taxa de juros e ao estoque de crédito.
  • Títulos: São regidos pela comparação entre gastos e renda. Também envolve a classificação e análise de agentes econômicos deficitários e superavitários.
  • Divisas: Por fim, as divisas são compostas pela balança comercial.

Qual é a importância dos indicadores econômicos?

Os indicadores econômicos são extremamente importantes por várias razões:

  • Tomada de decisão: Eles fornecem dados que ajudam governos, empresas e investidores a tomar decisões informadas. Por exemplo, um aumento na taxa de desemprego pode indicar uma economia em desaceleração, o que poderia influenciar a política monetária de um governo.
  • Previsão econômica: Indicadores econômicos podem ajudar a prever tendências futuras na economia. Por exemplo, um aumento no índice de produção industrial pode sinalizar crescimento econômico futuro.
  • Política econômica: Os governos usam indicadores econômicos para ajudar a formular políticas que promovam o crescimento econômico e a estabilidade. Por exemplo, se a inflação está aumentando rapidamente, o banco central pode aumentar as taxas de juros para tentar reduzi-la.
  • Investimento: Os investidores usam indicadores econômicos para ajudar a decidir onde investir seu dinheiro. Por exemplo, se o PIB de um país está crescendo rapidamente, pode ser um bom lugar para investir.
  • Benchmarking internacional: Os indicadores econômicos permitem comparações entre diferentes países ou regiões, ajudando a identificar quais economias estão se saindo bem e quais estão enfrentando desafios.

Leia também: Sistema de Contas Nacionais, o que é? Estrutura e pra que serve