Ações que venceram as crises: setores que mais cresceram

6 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Existem 3 ações que venceram as crises e apresentaram crescimento. Essas empresas pertencem a setores de luxo e não a setores essenciais.

Isso ocorre, pois em meio às crises sempre surgem oportunidades de negócios e cresce o número de novos ricos. Logo, com mais pessoas ricas, aumenta o consumo de artigos de luxos e as empresas nesse setor crescem.

Apesar de falarmos quais foram as ações que venceram as crises, esse texto não deve ser considerado como uma recomendação ou indicação de investimentos.

Ações que venceram as crises

O investidor iniciante, normalmente possui algumas crenças que influenciam em suas decisões de investimento. Por exemplo, é mais fácil um investidor iniciante aplicar em uma empresa que ele consome os produtos no dia a dia, do que em uma companhia que ele nunca ouviu falar.

Ou seja, a tendência é acreditarmos que as empresas mais lucrativas da bolsa são aquelas que a gente consome. Contudo, essa percepção pode não estar alinhada com a realidade. Isso porque a maior parte da população consome produtos básicos como, por exemplo, arroz e feijão.

Ações que venceram as crises: setores que cresceram nas crises

Capital research

O resultado disso é que grande parte dos investidores focam apenas nas empresas que eles ouvem falar no dia a dia e ignoram uma porcentagem substancial de companhias listadas na bolsa, pois elas estão mais distantes da sua realidade. Apesar dessas empresas serem ignoradas, muitas delas venceram as crises tranquilamente.

Setores

Quando pensamos em setores que são imunes às crises, é comum pensarmos em setores como saneamento, bancário, alimentação e elétrico. Esses setores normalmente são os que mais pensamos, pois eles são considerados como setores indispensáveis.

Por exemplo, se você não pode deixar de pagar suas contas de água e energia, logo, as outras pessoas também não podem e as empresas desses setores sempre sobrevivem às crises. Esse é um raciocínio parcialmente correto. O problema é que apesar de não serem tão afetados por crises, esses também são os setores mais regulados.

Ações que venceram as crises: setores que cresceram nas crises

W1 consultoria

O problema do excesso de regulação é que ele limita muito as empresas. Sendo assim, mesmo que as companhias desses setores vençam as crises, elas não conseguem crescer nas crises. Por exemplo, uma companhia de saneamento dificilmente vai conseguir aumentar a tarifa de água durante uma crise muito severa.

Setores que venceram a crise

O que muitos investidores ignoram é que existem setores que crescem com as crises. Isso é possível, pois toda crise cria alguma oportunidade para algum setor. Durante a pandemia da Covid-19, por exemplo, surgiram muitos milionários da internet.

Isso foi possível, pois quando o comércio foi fechado, novas oportunidades surgiram no ambiente online. Portanto, se antes da crise os pequenos empresários não conseguiam competir com as grandes lojas físicas, pois não tinham capital para investir em grandes lojas, com a crise eles puderam disputar espaço na internet.

Como muitas das grandes lojas não estavam prontas para operar somente online, elas demoraram um tempo para se adaptar e as empresas que já estavam online puderam aproveitar a demanda. Nesse sentido, as empresas menores começaram a disputar o mercado de igual para igual com as grandes empresas.

Ações que venceram as crises: setores que cresceram nas crises

Veja

Os donos de empresas online passaram a ganhar muito dinheiro rapidamente e começaram a consumir artigos de luxo, o que causou um esgotamento de diversos itens no mercado, como, por exemplo, os carros porsche e joias. Desse modo, as ações dessas empresas também se valorizaram muito, já que o faturamento aumentou.

Enfim, quais são as 3 ações que venceram as crises?

À primeira vista, você pode estranhar que as empresas que venceram as crises são do setor de luxo. Porém, é preciso considerar que em um contexto de crise é possível se desenrolar dois cenários: 1- mais pessoas enriquecem ou 2- as pessoas ricas continuam a ser ricas.

Portanto, nas crises alguns setores sempre se beneficiam e mais pessoas enriquecem. Sendo que, as pessoas que já são muito ricas geralmente continuam ricas mesmo que tenham perdido parte do seu patrimônio. Dessa maneira, existem diversas empresas que venceram as crises, dentre elas:

1- LVMH

A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SE, ou simplesmente LVMH é uma holding francesa especializada em artigos de luxo. Ela foi formada pelas fusões dos grupos Moët et Chandon e Hennessy e, posteriormente, do grupo resultante com a Louis Vuitton.

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Cada uma das partes da empresa é voltada para uma área do mercado de luxo. A Louis Vuitton é uma das marcas de bolsas de luxo mais famosas do mundo. Já a Moët é uma fábrica de champanhe e a Hennessy é uma produtora de conhaque. Além disso, a LVMH possui diversas outras marcas de luxo, como, por exemplo, Fendi e Celine.

Somente entre o dia 30 de junho de 2020 até o dia 17 de junho de 2021 as ações da empresa se valorizaram 76%. Essa valorização ocorreu sobretudo quando a companhia divulgou os resultados e as pessoas notaram que a empresa estava vencendo a crise.

2- Vivara

A Vivara é uma empresa brasileira que vende joias sobretudo para a classe A. Ela aproveitou o momento de crise para abrir mais lojas e, por isso, viu o seu lucro recuar. No entanto, a companhia apresentou crescimento em todas as linhas durante uma das crises mais violentas do Brasil.

Apesar de abrir lojas e, por isso, seu lucro recuar, a Vivara reportou bons números. Dessa forma, no primeiro trimestre de 2021 ela teve um lucro líquido de R$ 3,9 milhões, uma redução de 79,4% sobre os R$ 19 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior. 

Valor econômico

Entretanto, a receita líquida da empresa chegou a R$ 217 milhões, um aumento de 5,6% em comparação com o primeiro trimestre de 2020, quando fechou em R$ 206 milhões. Além disso, a receita bruta (líquida de devoluções) teve crescimento de 3,6% no período em análise, para R$ 273 milhões.  

No trimestre, as lojas físicas operaram 66,3% do total de horas possíveis. Sendo que, no mesmo período de 2020, 85,3% das horas foram utilizadas. As vendas nas mesmas lojas, registraram uma expansão de 2,5%. No trimestre finalizado em março de 2020, houve contração de 7,4%.  

Por fim, as vendas digitais no trimestre cresceram 160,2%, para R$ 57 milhões, e representaram 21,4% do faturamento trimestral total. Vale destacar que esses resultados foram apresentados apesar de 80% dos estabelecimentos serem fechados durante a crise. Ou seja, mesmo com o fechamento dos principais shoppings do país, a empresa ainda teve um bom resultado.

3- Dior

Christian Dior SE mais conhecida por Dior, é uma empresa francesa sediada em Paris, que detém o produtor e distribuidor de moda Christian Dior Couture, bem como 42% da empresa LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, a maior empresa mundial do setor do luxo.

Ações que venceram as crises: setores que cresceram nas crises

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Essa lista de 3 empresas que venceram as crises é somente para que você conheça um pouco desse setor e saiba que existem empresas que cresceram durante a crise. Além dessas três, existem várias outras no mundo, como, por exemplo, a Ferrari, Tesla, Prada e Hermès.

Como investir no mercado de luxo?

Como existem centenas de empresas de luxo no mundo, você pode estar se perguntando como investir nesse setor. As empresas brasileiras que estão listadas na bolsa, é fácil: basta abrir uma conta na corretora, analisar os fundamentos da empresa, entrar no home broker e comprar ações.

Já para investir nas empresas listadas nas bolsas norte-americanas você pode abrir uma conta em uma corretora internacional e comprar ações. Contudo, se você não quiser comprar as ações de cada uma dessas empresas, você pode investir no mercado de luxo como um todo, por meio de ETFs.

Para aprender como investir em ETFs que aplicam em empresas de luxo, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha:

Enfim, agora que você conhece algumas empresas que venceram as crises, aproveite para aprender o que são Brazilian Depositary Receipts: o que é, tipos e como funciona

Imagens: Capital research, Suno, W1 consultoria, Veja, Pinterest, Valor econômico e Logo download

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