21 de julho de 2022 - por Jaíne Jehniffer
O hiato inflacionário é a diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) de uma economia e o seu PIB potencial de pleno emprego.
Sendo assim, ele funciona como um indicador da macroeconomia que indica o potencial de alta da inflação. É por isso que ele é muito importante para o mercado financeiro.
O que é um hiato inflacionário?
O hiato inflacionário é a diferença entre o PIB da economia e o PIB potencial de pleno emprego.
Ou seja, é a diferença entre o nível de renda de pleno emprego e o nível corrente de renda de equilíbrio, estando esta acima daquela.
Desse modo, o hiato ocorre quando a demanda agregada é superior à oferta agregada. Isso quando a oferta agregada já está em níveis máximos de expansão.
Com isso, não existe mão de obra excedente, já que toda a mão de obra disponível já está empregada. Neste caso, a tendência é o aumento dos preços, o que resulta em uma pressão inflacionária na economia.
Portanto, o hiato inflacionário existe por causa do aumento das atividades comerciais ou das despesas governamentais.
Como funciona
O hiato inflacionário funciona como um indicador do potencial de alta da inflação. Lembrando que ele é a diferença entre o PIB da economia e o PIB potencial de pleno emprego.
Dessa forma, quando o resultado dessa diferença é positivo, ele indica uma alta de preços. Isso porque, neste caso, a demanda agregada é superior à oferta.
Sendo assim, os preços tendem a subir, já que existe uma grande procura frente à oferta. Para entender melhor como o hiato funciona, é essencial entender alguns conceitos do cálculo do PIB.
Em resumo, na somatória do PIB é leva-se em conta os seguintes fatores:
- Despesas com consumo;
- Investimento;
- Gastos do governo;
- Exportações líquidas, ou seja, a diferença entre o número de exportação e o número de importação.
Todos os fatores levados em conta devem pertencer ao mesmo período. Sendo que esse período, geralmente, é de 12 meses.
De maneira geral, quando o PIB aumenta, é o resultado do aumento dos gastos do governo, despesas de consumo, investimentos ou exportação líquida.
Contudo, quando o PIB é maior do que o PIB potencial de pleno emprego, temos o hiato inflacionário.
Sendo que, com o intuito de amenizar os impactos do hiato, os governos tendem a adotar políticas fiscais contracionistas, propõem o aumento de taxações ou a redução dos gastos públicos.
Quais as causas
Existem muitos debates sobre quais são as causas do hiato. Dentre as causas possíveis, se destacam as políticas fiscais e monetárias de estímulo excessivo.
Em resumo, as políticas fiscais de incentivo em excesso, ocorrem em governos que gastam muito. Com isso, eles estimulam de forma artificial a demanda.
Por outro lado, as políticas monetárias expansionistas ocorrem, principalmente, por meio da diminuição das taxas de juros. Isso pode causar a falsa sensação de bem-estar econômico.
Mas essa sensação dura apenas no curto prazo. Isso porque, com essas medidas, pode se formar o hiato inflacionário. Sendo que, no futuro, essa situação pode ter que ser resolvida por meio do aumento da taxa de juros.
Como conter
Os governos costumam adotar medidas de política fiscal contracionista ao tentar conter o hiato. Desse modo, os governos podem, por exemplo, aumentar as taxas e diminuir os gastos públicos.
Com isso, o Estado consegue diminuir o consumo. Logo, a demanda agregada tende a cair, acabando com o hiato. Enfim, algumas das medidas que os economistas apontam para conter o hiato são:
- Redução dos gastos do governo
- Política monetária contracionista
- Elevação dos tributas
Qual a relação entre hiato inflacionário e os investimentos?
O hiato inflacionário se relaciona com os investimentos, pois ele está ligado à economia do país. Sendo que ao investir, é essencial analisar o cenário econômico para escolher o melhor ativo.
Portanto, o hiato ajuda nas tomadas de decisão de investimento. Por exemplo, dependendo do cenário, pode ser melhor aplicar em renda fixa ou então em renda variável.
Sendo assim, entender esse indicador é essencial para que você escolha o melhor ativo de acordo com o cenário econômico.
Diferenças entre hiato inflacionário e hiato deflacionário
O hiato inflacionário é causado pelo excesso de demanda. Isso porque, a alta da demanda pressiona o nível de preços. Com isso, esse hiato é tido sempre como positivo.
Por outro lado, quando o cenário é oposto, temos o hiato deflacionário. Como ambos são opostos, as formas de conter cada um deles também são opostas.
Desse modo, para conter o hiato deflacionário, o governo deve aumentar os gastos públicos. Além disso, é preciso expandir a base monetária, com o intuito de aquecer a economia.
No fim das contas, o governo busca sempre equilibrar a oferta e a demanda perto do PIB potencial de pleno emprego. Para isso, ele usa medidas fiscais e monetárias.
O objetivo é evitar tanto o hiato inflacionário, quanto o hiato deflacionário.
Enfim, gostou de aprender sobre o hiato inflacionário? Então não deixe de conferir também, como o governo faz para controlar a inflação.
Além disso, não deixe de conferir quais são os investimentos que proporcionam um retorno acima da inflação.
Fontes: Suno, Mais retorno e The cap.