NDF (Non Deliverable Forward): o que é e como funciona?

Descubra como funciona o contrato NDF, quais suas vantagens e por que ele é uma opção estratégica para proteção cambial.

3 de julho de 2025 - por Millena Santos


Os contratos NDF (Non-Deliverable Forwards), também chamados de contratos a termo de moeda, são acordos firmados entre duas partes para fixar o valor de uma determinada moeda em uma data futura, sem que haja entrega física da moeda estrangeira. Muito usados em mercados que possuem restrições cambiais ou baixa liquidez, os NDFs oferecem uma série de vantagens, sendo a flexibilidade uma das principais.

Neste texto, a gente explica o que é o NDF, para que serve, como funciona e muito mais.

Veja também: Mercado a termo, o que é? Como funciona, vantagens e desvantagens

O que é NDF (Non Deliverable Forward)?

O NDF (Non Deliverable Forward), ou contrato a termo de moeda, é uma forma de negociar câmbio com data marcada lá na frente. Na prática, é como combinar hoje qual será a taxa usada numa transação futura, sem precisar fazer a troca da moeda agora.

Essa estratégia é bastante usada por empresas que querem se proteger da variação cambial. Afinal, o dólar pode subir ou cair até lá. Então, ao fixar a taxa com antecedência, quem negocia ganha mais previsibilidade e evita surpresas desagradáveis no fechamento do contrato.

Para que serve um NDF?

O NDF serve, na prática, como uma ferramenta de proteção contra as variações cambiais. Ele é muito usado por empresas e investidores que querem se prevenir contra oscilações no valor de uma moeda, especialmente quando a gente pensa em contratos internacionais ou operações com moedas menos líquidas.

Ao travar uma taxa de câmbio futura, o NDF oferece mais segurança e previsibilidade, o que é essencial em momentos de instabilidade no mercado.

Além disso, esse tipo de contrato permite mais controle sobre o planejamento financeiro. Como os valores e prazos são definidos no momento da negociação, a empresa consegue se organizar melhor, evitando surpresas desagradáveis no fechamento do câmbio.

E como o NDF é flexível, ele se adapta a diferentes cenários e necessidades, o que faz dele uma boa escolha para quem busca proteger o caixa e garantir maior estabilidade nas operações.

Como funciona um NDF?

O NDF, ou contrato a termo sem entrega física, funciona por meio de um contrato de balcão, ou seja, é negociado diretamente entre as partes, fora do ambiente de bolsa.

Os prazos podem variar bastante, dependendo da necessidade de quem está contratando, e por conta dessa flexibilidade, esse tipo de operação é bastante usado no mercado financeiro.

Uma das principais características do NDF é que ele costuma ser usado em moedas que não são livremente negociadas no mercado doméstico. É por isso que o dólar americano aparece com tanta frequência nesses contratos, uma vez que ele funciona como moeda de referência em transações com moedas restritas.

No entanto, vale lembrar que o uso do NDF não se limita apenas ao mercado de câmbio. Essa estratégia também pode ser aplicada como proteção (hedge) para outros tipos de ativos e operações, principalmente em cenários de incerteza, onde a variação de preços ou taxas pode gerar impactos financeiros.

Quais são os tipos de NDF?

1- Termo Simples

Essa é a modalidade mais direta e prática de contrato a termo. Nela, a empresa ou investidor define previamente a taxa de câmbio para a compra ou venda de uma moeda estrangeira, com a liquidação sendo feita integralmente na data de vencimento.

2- Termo Asiático

O termo asiático funciona com base na média das taxas de câmbio de um determinado período. Essa média é usada para definir a taxa final do contrato.

Sendo assim, o seu principal objetivo aqui é suavizar os efeitos da volatilidade do mercado, reduzindo o impacto de picos momentâneos nas cotações e oferecendo mais estabilidade.

3- Termo de Paridade

Por fim, neste tipo de operação, a negociação é feita entre duas moedas estrangeiras, o que significa que o real não participa diretamente da paridade cambial.

No entanto, a liquidação do contrato ocorre sempre em reais. É uma alternativa bastante usada por empresas que têm receitas ou despesas em moedas diferentes do real e querem travar essa relação.

Qual a diferença entre NDF e Swap?

Embora o NDF e o swap cambial sejam usados para lidar com oscilações do mercado, especialmente em operações financeiras internacionais, eles funcionam de maneiras bem diferentes, principalmente quando se fala em liquidação e estrutura do contrato.

No NDF, o que existe é um contrato a termo no qual as partes combinam uma taxa de câmbio futura, mas sem troca física da moeda. A liquidação acontece por meio de ajuste financeiro, ou seja, paga-se apenas a diferença entre a taxa combinada e a taxa real no vencimento.

Já o swap envolve a troca de fluxos financeiros, geralmente ligados a moedas, taxas de juros ou outros ativos. É como se fosse uma troca de condições entre as partes, ao longo de um período.

Além disso, há outras diferenças importantes. O NDF costuma ter uma finalidade mais voltada à proteção cambial (hedge), enquanto o swap pode ser usado tanto para proteção quanto para fins mais estratégicos, como especulação ou ajustes na exposição de carteira.

Por fim, ainda vale ressaltar que as duas operações também se diferenciam no tratamento contábil, na forma de tributação e nos impactos que geram para a gestão financeira das empresas.

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Qual a diferença entre NDF e trava de câmbio?

O NDF e a trava de câmbio têm diferenças importantes no funcionamento, principalmente na forma de liquidação, na natureza da operação e na regulamentação.

Como a gente já viu, o NDF é um contrato negociado fora do ambiente de bolsa, ou seja, um contrato de balcão. Ele não envolve a troca física da moeda: no vencimento, as partes apenas calculam a diferença entre a taxa combinada e a taxa do mercado, e fazem o acerto financeiro.

Em contrapartida, a trava de câmbio, também conhecida como contrato a termo tradicional, é feita com entrega física da moeda. Ou seja, no vencimento, a empresa compra ou vende a moeda estrangeira na taxa que foi previamente acordada.

Além disso, há uma diferença importante na regulamentação. A trava de câmbio é regulada pelo Banco Central do Brasil e segue regras mais rígidas, enquanto o NDF, por ser mais flexível e normalmente feito fora do país, tem uma regulamentação mais leve, o que pode se tornar mais vantajoso em algumas situações.

Vantagens do NDF

Uma das grandes vantagens do NDF é a flexibilidade. Esse tipo de contrato oferece uma série de benefícios que tornam a negociação muito mais prática e estratégica, principalmente para quem lida com o mercado cambial.

Para começar, ele permite negociar com mais de 21 moedas de referência, o que amplia bastante as possibilidades de operação. Além disso, não exige um desembolso inicial de caixa, o que ajuda a preservar o fluxo financeiro da empresa.

A liquidação é feita por ajuste financeiro, sem necessidade de entrega física da moeda, e só ocorre no vencimento do contrato, ou seja, não há ajuste diário ao longo do caminho.

Outro ponto interessante é que todos os detalhes, como valor, prazo, vencimento e taxa de câmbio, são definidos no momento da negociação, dando mais previsibilidade para quem compra.

Por fim, ainda vale lembrar também que é possível encerrar o contrato de forma parcial ou total antes do vencimento, caso haja necessidade.

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Fonte: Suno, Mais Retorno, Investopedia, Rendimento.

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