24 de setembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
O retorno da inflação pode ser sentido com a subida dos preços de bens e serviços, o que resulta na diminuição do poder de compra. Para elaborar esse cálculo, todos os meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza uma pesquisa.
Ou seja, nessa pesquisa entram diversos produtos e serviços consumidos pela população em geral, como o arroz e a passagem de ônibus.
Dessa maneira, fazendo o comparativo de preços com a pesquisa do mês anterior, é possível verificar se houve ou não aumento de preços nos produtos básicos da população. Quando os preços aumentam significa que inflação aumentou, portanto o poder de compra diminui.
Nesse caso, a inflação pode ser controlada através da taxa Selic, que foi criada exatamente para isso. Contudo, no cenário atual de Selic extremamente baixa, a tendência é que os preços subam e, consequentemente, o Real vá perdendo o seu valor.
O que é inflação
A inflação é o aumento dos preços de serviços e bens. Portanto, o seu resultado é a diminuição do poder de compra das pessoas.
Desse modo, a inflação é um processo de aumento generalizado dos preços, seja por conta do excesso de demanda ou a falta de oferta, tanto de produtos, como de serviços.
O retorno da inflação pode ter diversas causas, como as pressões de custos e demanda, a inércia inflacionária ou, ainda, as expectativas de inflação.
O mercado, de maneira geral, é determinado pela oferta e demanda. Ou seja, quanto maior for a oferta, menor será a demanda e, consequentemente, menor o preço. Por outro lado, quanto menor for a oferta, maior a demanda e o preço sobe.
Causas da inflação
Podemos definir as causas da inflação em dois grandes grupos. O primeiro se refere à causa monetária da inflação. Ou seja, é a impressão feita de forma desregulada da unidade monetária. Em outras palavras, é quando o governo emite dinheiro de forma desordenada.
O outro grupo é a da causa real, que é quando ocorre uma disfunção em relação à oferta e demanda por produtos e serviços. Portanto, a inflação de causa real é originada do aumento exagerado na demanda por um produto ou serviço, ou a diminuição drástica de sua oferta.
A Inflação é controlada, principalmente, pela política monetária do Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (COPOM). O Copom, por sua vez, se reúne a cada 45 dias, a fim de determinar a taxa básica de juros, a taxa Selic.
O ajuste da taxa Selic impacta diretamente o retorno da inflação, pois, com o aumento, a obtenção de crédito fica mais caro.
Com isso, as pessoas passam a gastar menos. Consequentemente, com menos pessoas comprando, os preços baixam, ou seja, a inflação diminui.
O retorno da inflação
O Brasil, como economia emergente, possui um risco muito maior do que os países desenvolvidos. Desse modo, para atrair investimentos estrangeiros, os juros tendem a se manter em alta.
Porém, recentemente, o COPOM vem diminuindo os juros e, como consequência, o dólar subiu mais de 30% no ano, pois ocorreu a saída de dólar do mercado brasileiro.
Além disso, para combater os efeitos econômicos da pandemia do Coronavírus, o Governo injetou bilhões de reais na economia, causando um aumento de demanda, logo, o dinheiro corre o risco de perder seu valor. Dessa forma, temos:
- Juros extremamente baixos;
- Dólar alto (tudo que é importado, como insumos agrícolas, sobe de preço);
- Impressão desordenada de dinheiro.
Em resumo, os efeitos da inflação podem ser sentidos dentro e fora da economia de um país, sendo que, os principais efeitos, são, primeiramente, a redução do poder de compra da população.
Consequentemente, ocorre a perda real do consumo, já que o dinheiro não possibilita a compra de muitas coisas e, por fim, ocorre a desvalorização da moeda.
Como fugir do retorno da inflação
Para fugir do retorno da inflação precisamos identificar se você quer se proteger da inflação de um único país ou de vários países.
Para se proteger da inflação do Brasil você tem uma opção: Se expor à outras economias, principalmente ao dólar, uma vez que a moeda é a mais forte.
Agora, em termos de mundo, sua única opção construir uma reserva de valor. Ou seja, uma reserva de valor é algo capaz de manter o seu valor ao longo do tempo.
Nesse sentido, para que algo seja tido como reserva de valor, é necessário que a reserva mantenha seu valor no futuro.
Portanto, uma reserva de valor precisa ter outras características, como:
- Ser transferível;
- Fácil de armazenar;
- Não perder suas propriedades com o passar do tempo;
- Ter utilidade real;
- Aceitação em grande parte do mundo.
O dinheiro não serve como reserva de valor por não manter o valor ao longo dos anos e não ser aceito em grande parte do mundo.
O Bitcoin também não serve, pois ele ainda não se provou valioso ao longo do tempo, além de ser relativo à demanda computacional. Contudo, ele ainda é uma opção melhor do que o real.
Enfim, o ouro é a uma das melhores reservas de valor, pois, historicamente, ele tem valor a mais de 2 mil anos.
Agora que você sabe como funciona a inflação, veja o vídeo e Raul Sena e entenda como proteger seus investimentos do retorno da inflação:
Iaí, gostou de entender o porque os produtos e serviços estão tendo aumento de preços? Então descubra também o que é o IPCA, o que é? Conceito, para que serve e relação com a inflação
Fontes: IBGE e Valor investe
Imagens: Foregon, Novo farejo, Food magazine, DCI, Novo Varejo, Suno e Findes